sexta-feira, 30 de abril de 2010

IMPASSE

          Impasse. Eu imaginei que escrever um texto a cada duas semanas já seria difícil, mas fiquei com vontade de escrever mais, seja por iniciativa própria, ou por sugestões que recebi de amigos. Incrível como as pessoas gostam de ler, mas assim como eu, também não escrevem.


          Apesar de querer escrever com mais frequência sei que devo me policiar porque enquanto é novidade, é fácil, mas depois quando a tarefa exigir mais refinamento e constância, a dificuldade será grande e não conseguirei executar o que me propus, ficarei no meio do caminho como ficam aqueles corredores que são chamados de coelho, entram em uma prova de longa distância apenas para ditar o ritmo até um certo trecho da prova e, como planejado, desistem, enquanto os verdadeiros favoritos vão se poupando para chegar ao final em condição de vencer.

          Recebi várias sugestões e críticas, elas vieram, em sua maioria, por telefone ou pessoalmente. Uma delas, que veio de uma profissional de comunicação me deixou confuso. Além de sugerir que eu escrevesse na primeira pessoa do singular para errar menos nas concordâncias e tempos verbais, o principal foi dizer que eu deveria escrever de forma mais...eu completei o raciocínio: palatável. Não, ela disse, ...mais gostosa de ler. Percebi então que meu texto é mesmo meio pesado, com alguns termos que se não posso chamar de eruditos, pelo menos posso dizer que não são tão corriqueiros. Ela tem razão, a maior parte das pessoas não se interessa por textos longos ou pesados, quando lêem desejam clareza, leveza e concisão, além é claro, do conteúdo e estilo.

          Agora devo decidir o que fazer, porque fiquei tentado a mudar e quem sabe, me tornar mesmo um “blogueiro” amador, sendo que o meu estilo original é mesmo o formal, de escrever laudos, relatórios e memorandos profissionais, nos quais a exatidão dos dados e o uso racional das palavras são mais importantes do que ser agradável. Divagando pensei até mesmo em escrever crônicas pois é um estilo que me agrada, mas além de faltar técnica, também falta o principal, talento. Portanto, continuo pensando no assunto e aguardando sugestões.

domingo, 25 de abril de 2010

Perfume de mulher?

   Não! Não pretendo comentar o filme no qual há uma cena antológica: o tango dançado com excepcional interpretação do grande Al Pacino, e há também o eletrizante discurso sobre justiça que ocorre no final. Esses dois eventos compensam algumas infantilidades do enredo, mas há outros perfumes a serem sentidos.


   O que leva uma pessoa a fazer mal a si próprio? Devem existir milhares de razões justificáveis ou não, porém, especificamente sobre o hábito de fumar, imagino que seja porque o malefício vem a longo prazo, se fosse imediato como o ato de sentar em uma chapa quente, ninguém o faria.

Numa rápida busca na Internet é possível encontrar milhares de razões médicas, psicológicas, econômicas e sociais para abandonar o vício ou, principalmente, para não adotá-lo. Apesar do número relativo de fumantes ter diminuído no país, seu valor absoluto ainda cresce, mesmo com a existente cruzada antifumo.

   A lei editada no estado de São Paulo e que tem se espalhado por todo o território nacional produziu algumas melhoras, principalmente disciplinando os espaços e preservando o direito dos trabalhadores e dos frequentadores de bares e restaurantes, mas há algo que lei nenhuma conseguirá resolver, o que impedirá o alastramento do cheiro residual do cigarro? Quem utiliza transportes públicos ou espaços comuns como elevadores já se deparou com a cena em que o fumante dá uma última tragada lamentando ter que dispensar o cigarro e toma o seu lugar sem se dar conta do odor exalado, mas os que já se encontravam lá, e principalmente os não fumantes ou alérgicos, o percebem muito bem e só podem reclamar para o bispo. Essa semana tive que dar uma carona a uma pessoa e me vi exatamente nessa situação. Como estava calor e eu mantinha os vidros do carro fechados e o condicionador de ar ligado, tive uma reação imediata de desligar o aparelho e abrir os vidros, mesmo sem querer, ambos ficamos constrangidos.

   E como costuma dizer um amigo meu que para o pior não tem limite, o cheiro do cigarro quando se mistura ao do perfume utilizado para escondê-lo produz um resultado tão ruim que supera o original, pois permanece no ambiente por um período maior. Ou seja, não adianta disfarçar, só um bom banho, escova nos dentes e troca de roupas resolve, e melhor que isso, volte somente no dia seguinte.

   Normalmente homens transpiram mais que as mulheres, e no final do dia, dependendo do ambiente e das atividades, é normal que aqueles estejam em pior condição do que essas, ou seja, mesmo no final do expediente a vantagem da mulher se sobressai, mas ninguém merece o castigo quando essa a descarta fumando e procurando disfarçar o cheiro, ato que, por si só, já carrega e demonstra um sentimento de culpa, então porque não aproveitar o embaraço e tomar uma decisão corajosa? Não é melhor abandonar esse hábito, deixar de, literalmente, queimar dinheiro e mostrar apenas o verdadeiro perfume de mulher?

   Ah! Se é possível que exista alguém que ainda não tenha assistido ao tão antigo filme, assista-o pois não irá se arrepender.

Saudações

   Como profissional da área de tecnologia a minha identificação com os recursos atuais de comunicação é direta e inevitável. Criar perfil no Orkut ou Facebook, utilizar o Tweeter ou acessar blogs, além de produzir alguma vantagem pessoal me coloca em posição de saber como a sociedade se utiliza das tais ferramentas e como elas funcionam.


   Há muito tempo penso em criar o meu próprio blog, mas a ideia sempre foi postergada por causa da dificuldade de manter a regularidade das publicações, a persistência para fazê-lo durar e, principalmente, por não ser cultural e intelectualmente privilegiado para emitir opiniões e comentários coerentes, corretos e interessantes. No entanto a minha personalidade competitiva, pra não dizer invejosa, exige desafios, e mesmo sem muito tempo livre resolvi fazer uma experiência: produzir um texto a cada duas semanas durante seis meses, quando então irei decidir sobre a sua continuidade.

   Mas o que tenho para dizer? O que tenho para compartilhar? Muito pouco. Além da limitação cultural, ainda brigo com a gramática. Então sobre o que vou escrever? Mais do que fazer análise ou emitir opinião pretendo demonstrar as minhas sensações e sentimentos a respeito das situações que vejo, conheço, ouço e leio. Daí deriva o nome do blog, que, devo confessar, levei mais de um mês para me decidir, principalmente porque fiz a opção pela língua inglesa, e segue a minha justificativa: se o escrevesse em português ficaria parecendo mensagem de pêsames, isso é, o blog já teria nascido morto.

   Essa produção, portanto, além de ser um desafio é também um exercício, pois como não sou íntimo das letras e da literatura, a produção de textos organizados não faz parte do meu cotidiano, assim, mesmo que eu fique devendo em conteúdo, você pode me ajudar fazendo críticas, correções, comentários ou sugestões, pelas quais desde já agradeço.