sábado, 23 de junho de 2012

Apenas Por Um Instante


      Foi em 1999 e apenas por um instante. Foi um momento muito rápido, o tempo necessário para assinalar um X. Na boca da urna tomei a decisão e cravei o meu voto, esperança, e principalmente, acreditei no então candidato Lula. No primeiro turno eu havia votado no Mário Covas, mas no segundo não consegui acreditar no pretenso “Caçador de Marajás” que prometia derrotar o “Tigre da Inflação” com apenas uma bala. Por falta de opção votei no PT que não levou. Mas o nosso dinheiro foi tungado pelo malfadado plano Collor capitaneado pela então ministra da economia Zélia Cardoso de Mello e devolvido em parcelas pelo governo do PSDB vários anos depois num cálculo que somente especialistas poderiam dizer se foi justo ou não.

      Em 2002, apesar de ter votado PSDB, não me senti derrotado com a vitória do PT, pois acredito que a alternância de poder faz bem à democracia. Hoje, ao contrário da maioria, avalio que o governo do Lula foi medíocre. Talvez ele seja, junto com o ex-ditador Getúlio Vargas, o mais popular dos políticos brasileiros, mas a popularidade não é sinônimo de qualidade. Uns trocados a mais no bolso dão popularidade e resolvem problemas imediatos, mas não os estruturais que poderiam nos deixar no real caminho do desenvolvimento social e econômico. Melhoramos nossa posição surfando a onda de prosperidade mundial que agora se desmanchou na praia e o nosso crescimento voltou ao seu real valor, quase nada.

      Nunca acreditei que o ex-presidente Lula fosse o imbatível estrategista político apenas por ter tirado da cartola a candidatura da administradora conhecida, mas palanqueira inexperiente Dilma Rouseff, e a tornado presidente, pois não foi a sua popularidade que gerou o resultado, mas sim a economia, afinal ele foi derrotado três vezes nas corridas presidenciais sendo duas por goleada, ainda no primeiro turno. Ainda que a estória se repita e o ex-ministro Fernando Haddad venha a ser eleito prefeito da capital paulista, não haverá vitória. Terá sido a mais acachapante derrota do ex-presidente. Ele já perdeu antes mesmo do jogo começar.

      Sempre considerei o ex-presidente Lula um político de sorte, esperto e matreiro. Considerando o nosso quadro político eu também entendia que ele, aliado ao seu partido, era o único com possibilidade de fazer algo concreto para moralizar a política no Brasil. A minha ilusão começou a esmaecer quando ele veio a público, em horário nobre, se desculpar pelos desvios de seus aliados naquilo que ficou conhecido como “Mensalão” , cujos participantes deverão ser julgados pelo Supremo Tribunal Federal a partir de agosto próximo. Naquele momento vi que nem mesmo o PT merecia a credibilidade que eu imaginava. Pior ficou a situação quando o vi as alianças que estavam sendo formadas para garantir a tal governabilidade. Para manter não apenas a maioria absoluta, porém quase que a unanimidade, o governo Lula jogou às favas a sua estória e se aliou àquilo que de pior há na política brasileira, o fisiologismo e incompetência histórica, incluindo dois ex-presidentes, Sarney e Collor.

      Não bastasse isso, o Lula tenta reescrever a história, como se fosse possível debitar à sociedade e não a si mesmo e ao seu partido a existência do “Mensalão”.  Às vezes nega a existência, e em outras diz que não há nada de irregular no comportamento dos “companheiros” pois eles apenas fizeram o que todos fazem. A essa altura do campeonato eu já estava invocando o Raul Seixas e pedindo: pare o mundo que eu quero descer!

      Mas como eu já repeti aqui várias vezes: para o pior não tem limite. Nessa semana o presidente de honra do PT extrapolou e perdeu. Perdeu de goleada. Foi massacrado com requintes de crueldade por aquele que representou por muito tempo a antítese do pensamento petista. O Lula desceu de seu pedestal e foi humilhantemente e com registro de toda a imprensa aos jardins da mansão do único político profissional brasileiro que não pode colocar os pés fora do Brasil pois será detido pela Interpol, o senhor Paulo Salim Maluf. Será uma imagem eterna e mancha perene na biografia do Lula a constrangedora congratulação pelo apoio do Maluf à candidatura do Haddad. A história do PT e do próprio Lula foi barganhado por um minuto e alguns segundos de horário político no rádio e televisão. O Maluf, com seu sorriso característico se vingou de toda oposição que recebeu do PT durante todos esses anos.

      A minha sandice por ter, pelo menos por um instante, acreditado na boa intenção do ex-presidente Lula e sua trupe me insere cada vez mais na frase do já falecido economista e ex-ministro Roberto Campos: no Brasil a burrice tem um passado glorioso e um futuro promissor.

terça-feira, 19 de junho de 2012

Let's Get Back To Work


      I should control my triglycerides level with health food and physical exercises. I can’t run because my knee hurts, so, since almost four years ago I bought my first bike. I biked well until last February but I changed my training based on intensity to another based on power because I want to do my first race on November. I knew that my performance will decrease at the first moment but I can’t stand these.

      On May 27th I was planning to do a 120km ride with my coach but I was not in a good condition, because 2 weeks before I had flu, when I start to be good again I had a surgery teeth, so, it means 2 weeks without training. We run with 4 more bikers and I delayed the group. All of them were much better than me, so they run and waited for me 3 or 4 times and much more than physical failure, I got a mental failure. Although my average speed was 23km/h and it is not so bad, I expected much more, something like 30 km/h. So I was extremely disappointed.

      After that I worked hard, about 18 hours per day all week long as I described in my last post, and in the next week it was rainy and cold. About one month without training I returned to the gym and I can’t repeat the same exercises series that I was accustomed and my body hurts. Last week I was lazy and I didn’t bike. I’m still down because I failed.

      Yesterday I decided to start again and today I biked 30 km with mountain bike. My best time for this ride is 1:17:56h and today I did 1:25:12h. I spent more than 7 minutes and the worst part is: I’m exhausted and I should go to the gym in few minutes!

      I’m very competitive person. I know I have much better physical condition than the average people with my age, but it is not enough to me. I compete with myself. I like to get better marks and to fail is too much to me.

      While I biked today I decided: I won’t participate these race this year and I’ll improve my training to get a good performance again, because I have no time to cry and stay down is not to me. So let’s get back to work.

quarta-feira, 6 de junho de 2012

Deixar Rastros


      Na semana passada trabalhei muito. Não foi a primeira vez e espero que nem seja a última. Fui envolvido em um projeto que já estava em andamento e junto com a equipe fizemos uma operação quase que de guerra para cumprir as metas e finalizar o projeto no tempo necessário. Ao final tudo deu certo e todos nós gostamos do resultado.

      Há muitas áreas de trabalho na engenharia como projeto, manutenção, vendas, instalação entre outras. E é de instalação que eu mais gosto. Para vendas eu não tenho talento nenhum. Não sei me relacionar de maneira agradável o tempo todo e com todo mundo e muito menos jogar com incertezas de quem pode prometer e não conseguir cumprir. Fazer projetos é bom, mas se ele não for realizado não passa de papel. Nessa área se realiza quem pode abstrair e dizer que ele teria ficado muito bom se tivesse sido concluído, o que não me satisfaz. Eu sei fazer manutenção. Tenho uma característica que não sei de onde vem, mas que me faz distinguir instintivamente o que é causa e o que é efeito e isso faz toda a diferença, mas o que me desagrada é que é um serviço muito ingrato, pois você só é lembrado por algo ruim, já que funcionar é obrigação.

      Instalar é outra estória. Você pega um papel cheio de desenhos ou mesmo sem papel nenhum, tem um monte de caixas com muitos equipamentos novos, um local, no mínimo, ajustado, e vai encaixando as peças, encontrando soluções, fazendo testes e pronto. Daquele monte de coisas algo se materializou. Se realizou. Caso ocorra problemas depois do produto ter sido entregue o problema passa a ser da manutenção. E quando isso ocorrer você já estará em outro local fazendo outro sonho se materializar.

      Tenho um amigo que diz que engenheiro tem que deixar rastros, deixar pegadas, e eu concordo. E durante a minha vida profissional pude concluir várias implantações. É claro que em nenhuma dessas trabalhei sozinho, sempre trabalhei com equipes ótimas, cada elemento com a sua característica, cada um com a sua habilidade, e quando se consegue distribuir as tarefas de acordo com as capacidades o serviço simplesmente flui, o resultado aparece e a pegada está impressa.

      A última semana foi de muito cansaço físico, de muito trabalho e poucas horas de sono, aliás, sono havia, não havia como dormir por mais tempo. Também teve algum estresse, pois adaptamos o que já estava em andamento, assim tivemos algum retrabalho, mas isso faz parte dessa atividade e o que importa nesse caso é o resultado. Atingimos o objetivo e deixamos mais uma pegada, mas agora é hora de voltar à rotina e colocar em dia o que deixamos para trás.