Pessoas não são boas ou ruins simplesmente por serem pessoas, mas as pessoas moldam as suas personalidades de acordo com fatores genéticos e sociais que, ao longo do tempo, determinam o seu comportamento, e, como a água, sem barreiras para bloqueá-las, as pessoas expandem os seus limites. Deriva daí a necessidade de se criar regras para a convivência em grupos. Não há como atender a todos em tudo, e muitos deixam de serem atendidos, em muitos casos, em suas básicas necessidades, em outros, em caprichos. A insatisfação, seja por um ou outro motivo, às vezes faz com que comportamentos sejam radicalizados tornando pessoas oponentes da convivência civilizada, seja por distorções apenas morais ou também por coerção física, e nesse caso, resultando em violência. Nessa categoria encontram-se todos os envolvidos com a criminalidade, seja ela ligada ou não ao tráfico de drogas, e para combatê-los há o chamado estado de direito, que detém o poder de polícia e o seu respectivo departamento de justiça.
Há uma comoção geral na imprensa sobre a ocupação de favelas e ações policiais que há pouco mais de uma semana enfrenta, com notadas vitórias, a bandidagem carioca. O balanço das operações mostra números superlativos de apreensão de drogas, armas e de delinquentes além de dezenas de mortes, sem dúvida trata-se de uma vitória para um estado desacreditado, que se via obrigado a pedir licença aos bandidos para fazer obras de infraestrutura nas favelas, situação que se mostrava extremamente vexatória. No entanto, tal cenário nos remete a alguns questionamentos. Como tal situação se estabeleceu? Como um poder paralelo pode atuar durante tanto tempo se, como se viu, uma ação para desalojá-los não foi nenhum bicho-de-sete-cabeças e que em uma hora estava concluída? Claro que foi com a conivência de autoridades corruptas e com membros da própria sociedade, que não vêem em delitos menores conexões com o crime organizado.
Quando se compra um CD pirata, se faz um download não autorizado, ou até mesmo compras no comércio regular sem a devida emissão da nota fiscal, está se alimentando o crime. Não é possível se passar por inocente quando se sabe que em nosso país a carga tributária é escorchante, o que faz com que nossos produtos sejam caros, logo, se algo tem um valor muito baixo de revenda, é de suspeitar que algo está errado, e sim, algo está errado. Quem participa desse tipo de ação pode estar economizando míseros reais no curto prazo, mas está pagando muito caro durante toda a vida, pois o custo para manter uma máquina policialesca é alto, e a manutenção da população carcerária é exorbitante.
Pior ainda é o caso daqueles que direta ou indiretamente estão ligados ao consumo de drogas ilícitas, pois além de porem em risco a própria saúde e pendurar parte dessa conta para toda a sociedade, está financiando o tráfico diretamente. Não dá para passar a mão na cabeça de um usuário só porque ele é legal, pois o fornecedor dele pode um dia vir a balear alguém da sua família. Aquele necessita de tratamento e não adianta pregar a ladainha que deveria haver campanhas de prevenção, clínicas públicas de recuperação, pois esperar esses benefícios de uma cadeia de governo que não consegue distribuir água e fazer rede de esgotos é tapar o sol com a peneira, tais pessoas precisam é da ajuda da própria família. É fácil constatar que a maior parte dos criminosos vem de famílias pouco estruturadas, mas grande parte dos financiadores faz parte de famílias regularmente constituídas, instruídas e com um relativamente alto poder de consumo, assim, não é apenas em sua estrutura a deterioração da família, mas, principalmente, em seus valores. Enfim, a solução não está apenas nas ações do estado ou da polícia, esses podem ser os pilares, mas a base está em sua casa.
ISLAND? Qual é a pronúncia adequada?
Há 4 meses