sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Amsterdam e Moscou.


      Amsterdam eu já conhecia, mas é sempre bom rever e aprender um pouco mais. Mesmo tendo pouco tempo livre, pude fazer alguns passeios. Eu gostaria de ter ido novamente ao Rijksmuseum que por estar em reforma está com a mostra reduzida, portanto não fui. Em um passeio de barco pelos canais fiquei sabendo da profundidade dos mesmos, sempre mantida em até 3m, e também sobre a construção dos 3 diques que protegem a cidade. Me contaram que as crianças costumam ser transportadas de bicicleta pelos pais, mas que a partir dos 4 anos elas passam a ter as próprias bicicletas e a acompanhá-los.

Medidores de distância a laser

      O já eficiente sistema de transporte está sendo ampliado com a construção de novas linhas subterrâneas no centro da cidade, mas devido à instabilidade do solo foram instalados sistemas de medição a laser que monitoram constantemente a inclinação de alguns prédios prevenindo acidentes. Achei que o povo está fumando demais. Mais do que dentro dos cassinos de Las Vegas, nas próprias ruas me sentia defumado tanto pelo cheiro de cigarro quanto por cigarros de outros tipos. São mais de três mil casas flutuantes, porém não são mais expedidas licenças para novas casas. O preço delas gira em torno de 450.000 Euros e há uma enorme fila de espera para se conseguir uma.  Além do trabalho fiz algumas compras e depois disso parti para a minha aventura.

Casas flutuantes

      Visitei Moscou sem falar a língua russa. Aprendi algumas palavras e principalmente a lê-las, e mesmo sem saber a pronúncia correta e muito menos o significado, isso me salvou. A primeira impressão que tive foi ainda no aeroporto em Amsterdam. O vôo da KLM que é parceira da Aeroflot estava lotado de russos. Povo barulhento e desorganizado, pareciam brasileiros. Mas essa impressão acabou aí. Foi fácil passar pela imigração, respondi apenas que o objetivo da visita era turismo, e como cheguei durante a madrugada pedi ao hotel para reservar um taxi e havia um motorista me esperando. Ele não falava inglês, aliás, nenhum dos 3 motoristas de taxi com os quais andei falava inglês.  A primeira impressão do trânsito e dos motoristas foi horrível. Eles dirigem mal, colados ao volante e cada um faz o que quer. Estacionam nas calçadas. Fazem conversão e retorno sobre a própria via, estacionam em fila dupla e tem muito carro amassado. Há muitos carros velhos misturados com carros novos, inclusive assisti, por alguns instantes, a um “racha” entre Ferraris.

Estacionamento em fila dupla

      Para o primeiro dia paguei por um tour assistido feito a pé, e fui aos locais mais visitados. A partir do segundo dia passei a andar sozinho de metrô. Algumas das estações têm áreas lindíssimas com esculturas, mosaicos e arte de vários tipos, sempre valorizando a cultura e o patriotismo de um país que tem a sua estória baseada em guerras e conflitos. Eles são supersticiosos, e em uma estação há nos dois lados uma estátua de um cachorro cujos focinhos e pernas traseiras são polidas de tanto serem alisadas, pois o povo acredita que passando a mão nelas lhes trará sorte. Fiz isso também, mas perdi a foto do cachorro. Há partes feias e não tão bem conservadas, mas o sistema é eficientíssimo. Transporta mais de 8 milhões de pessoas por dia, mais que o metrô de Nova Iorque e Londres somados. As estações enchem e esvaziam com uma velocidade incrível várias vezes em curtos períodos e estão sempre muito movimentadas, inclusive aos domingos. Há estações que ficam a mais de 70m de profundidade e outras a 40m. O fluxo de pessoas vai afunilando em direção às escadas rolantes sem que as pessoas se toquem e quem não tem muita pressa fica no lado direito da escada deixando sempre um corredor à esquerda onde pessoas sobem ou descem correndo. O barulho é intenso, mas é apenas o das composições. O povo não conversa e não se olha. Dentro dos vagões os bancos ficam dispostos na lateral voltados para o centro e as pessoas dormem, ouvem música e leem. Leem muito. Seja em tablets, jornais ou livros, e o incrível é ver senhoras usando sapatos de salto alto lendo sem se segurar e o vagão balançando e correndo a mais de 80km/h. Fica a dica: para visitar Moscou sem assistência deve-se entender o sistema de metrô, pelo menos saber ler o nome das estações e saber perguntar e entender a resposta em Russo de como se chega à estação mais próxima.

Estação de metrô

      A minha passagem pela Galeria Tretiakov foi fantástica. Ela possui o maior e mais importante acervo de artistas russos. Pena que o guia eletrônico de áudio está implantado menos de 30% das obras e ninguém fala inglês. O sistema não é como o americano, falta prática. Compra-se o ingresso em um local, aluga-se o guia em outro, deixa-se os volumes em um terceiro e não fornecem um mapa. Para eu conseguir um mapa foi difícil e esse estava em Russo, mas me ajudou. A lojinha de souvenir é acanhada. A galeria estava lotada apesar de ser sexta-feira e havia muitos estudantes, inclusive crianças.  Visitei também o museu do Cosmos, mas por nãosaber me comunicar na língua deles não comprei o ingresso que me permitia tirar fotos. Apesar de ter gostado muito acho que pela história espacial deles o museu poderia ser melhor, e a loja de souvenir não passa de uma barraquinha de camelôs. Fui a 4 parques maravilhosos, todos bonitos, grandes e bem cuidados. Fiz algumas compras na Arbat Ulitsa e fiz um passeio de barco no Rio Moscou. Deixei de visitar o interior do Kremlin , o mausoléu do Lênin e de assistir a um espetáculo no Bolshoi. Mas estive na companhia de amigos que fiz pela internet nesses últimos anos e com os quais tenho me correspondido com frequência.
Posso dizer que a cidade é lindíssima mas precisa se preparar melhor para receber turistas. Com relação ao comportamento das pessoas acho que eles estão em um estágio saindo do tudo é proibido para o faço tudo o que quero, como o trânsito de que já comentei e com os jovens fumando muito e jogando cigarros nas ruas e calçadas. Nos restaurantes ainda se dividem as mesas em áreas para fumantes e não fumantes, embora o condicionador de ar seja comum a todos os frequentadores. Vi alguns mendigos principalmente próximos às grandes igrejas; vi poucas pessoas negras e há também poucas pessoas gordas. A absurda maioria é magra. A comida merece um capítulo à parte, mas não sou bom nisso e só posso dizer que não passei mal e o que comi de mais estranho foi uma sopa gelada de beterraba crua ralada.

  A belíssima catedral de São Basílio

      Foi uma experiência maravilhosa tanto pelo que fiz quanto pelo que deixei de fazer, mas pelo que não fiz deixei uma porta aberta para voltar a Moscou e também para conhecer outras cidades as quais não pude ir dessa vez. Para tomar o avião de volta a segurança foi maior do que as que já passei em outros aeroportos, e por fim um comentário pelo qual a Nega vai me matar: as mulheres são lindas. Até as mais feinhas são bonitas, e há um montão delas absurdamente maravilhosas. Quanto aos homens, bem, é melhor perguntar para outra pessoa, pois nem sei se existe isso por lá, e se existe, não reparei.

domingo, 2 de setembro de 2012

Sites Oficiais


Na terça-feira irei a Amsterdam e no final da próxima semana para Moscou. Há alguns meses quando comecei a planejar a viagem fui procurar informações sobre visto e vacinas. Como idiota, fui aos sites oficiais, e claro, não encontrei o que queria.

Acessei o site do Ministério das Relações Exteriores (http://www.itamaraty.gov.br/ ). A página principal é uma ode ao ministro. Viagens, participações, palavras, atos, etc. Daquilo que me interessava busquei: Assistência a Brasileiros, que conta algumas estorinhas mas não encontrei. Busquei então em Embaixadas e Consulados as Representações Brasileiras no Exterior. Em Moscou busquei a página de Orientação ao Turista Brasileiro que estava em construção. Hoje a página está ativa e com algumas boas e práticas informações, mas muito incompleta, por exemplo, não fala da necessidade de vacinas, dinheiro, cartões e nem da segurança. Mas melhorou.

Fui pesquisar no Ministério do Turismo (http://www.turismo.gov.br/turismo/home.html ) e a cara é parecida. Propaganda do ministério e informações sobre o turismo interno e copa do mundo. Fiz uma varredura completa e acabei no: Fale Conosco. Fiz três solicitações. sobre o visto, sobre a vacina, e pedi algum encarte impresso sobre locais turísticos no Brasil para que eu possa dar a amigos na Rússia, isso é, eu queria fazer propaganda do país no exterior carregando peso em minha mala. Alguns dias depois recebi uma correspondência protocolar agradecendo pelo meu contato, indicando os sites do Ministério das Relações Exteriores e o do Ministério da Saúde e com alguns links de locais turísticos.

Resposta inútil. Capitulei e fui buscar as informações que eu precisava em blogs e agências de turismo, mas não sem antes consultar o site do Ministério da Saúde (http://portalsaude.saude.gov.br/portalsaude/ ), também como nos outros há uma porção de ícones de programas numa arrumação que mais parece macacão de piloto de fórmula 1, propaganda pura.. Há também vários links indicando cifras de investimentos que dão a impressão que muito está sendo feito pela saúde dos brasileiros e, evidentemente, se existe a informação que eu queria deve estar bem escondida em algum canto para que não seja encontrada.

Esse é o custo Brasil. Esse é o mau uso do dinheiro público. Pagamos para que os políticos façam as suas próprias propagandas e não nos dão as informações necessárias ou suficientes.