Assim como o capitalismo é o menos pior dos sistemas econômicos, a democracia é o menos pior dos sistemas políticos, até porque, a opção a esse é o autoritarismo. A democracia pode ser considerada a ditadura da maioria, pois ela aplica a vontade, o desejo e a opinião, e não a coerência e tampouco o melhor para o povo. Basta ver o que vem ocorrendo na Venezuela e mais recentemente também com a Bolívia. Através de artifícios legais e de plebiscitos, seus mandatários impõem a sua vontade de ditadores como se tratassem de democratas.
Nas ditaduras as consequências são sempre mais rápidas, pois as ações não necessitam de negociação, mas sim de imposição, já nas democracias autênticas os processos são lentos e em muitas das vezes tem que se encontrar um meio termo, estando sempre sujeitos a serem revistos pela justiça, e isso impede rápidas transformações. E de mudanças é o que o nosso país mais precisa. É reforma tributária, fiscal, civil, penal, política e por aí vai. No meu entendimento, a política deveria preceder as demais, pois com políticos mais coerentes os avanços seriam mais rápidos.
Em primeiro lugar: porque somos obrigados a votar? Porque o voto não é facultativo? O voto deve ser um direito e não uma obrigação. Vota quem quer. Qual é a necessidade do título de eleitor? Porque não temos apenas um documento e esse serve para tudo, inclusive para votar?
Para que precisamos do senado se já temos a câmara dos deputados? A ideia embutida no sistema bicameral como o nosso apregoa que os deputados representam proporcionalmente a população, já o senado representa igualmente os estados. Claro, Brasília, que nada mais é do que uma cidade e também o pujante Amapá, tem 3 senadores como o estado de São Paulo, ou seja, o mesmo número de votos em questões importantes. Quem pé mais forte? O estado que tem 25% da população e responde por quase 40% da economia nacional ou um estado que tem uma população que é 1/5 do número de eleitores do nosso estado? Além disso, como se vota em um candidato a senador e ele, passando a exercer um cargo no governo, assume a vaga um suplente que normalmente é um parente ou financiador da campanha. Já houve caso que um senador que estava como ministro e cujo suplente votaria contra uma medida do governo, destituiu-se do ministério, voltou para o senado, votou e afastou-se novamente para exercer o ministério. Absurdo. Para mim não deveria haver o senado.
Há uma pseudo proporcionalidade na câmara dos deputados, pois existe um limite máximo por estado, assim a região sudeste, a mais populosa, tem menos força que o nordeste que tem mais estados e a população menor. A regra deveria ser algo como um deputado para cada quinhentos mil habitantes com o arredondamento para mais. Assim, com quase duzentos milhões de habitantes, seriam cerca de 400 deputados ao invés dos 513 de hoje. Os estados deveriam ser subdivididos em distritos e cada distrito elegeria também um número proporcional, e com os deputados sendo da região, a cobrança seria mais direta. Além disso, caso o deputado vá para um cargo executivo, a vaga não deveria ficar para o partido, deveria ser extinta até a próxima eleição.
Não há nem como falar nos partidos nanicos, sem representatividade e que alugam a legenda para os maiores ou para caciques. Deve-se criar um mecanismo para que todas as correntes que desejem participem da vida pública, mas de maneira que possam ir ganhando o direito de concorrer aos pleitos de acordo com a sua representatividade. Que comecem como vereadores e depois cresçam para deputados estaduais, federais e depois para as eleições majoritárias, o que não dá é ter 40 candidatos inexpressivos a presidente. Vários desses partidos são legítimos, mas a maioria é de um bando de espertalhões cujo único projeto é enriquecer a si próprios.
Como diz a letra de um samba de enredo popular na década de 90, sonhar não custa nada.
ISLAND? Qual é a pronúncia adequada?
Há 4 meses