sábado, 31 de dezembro de 2011

O Meu 2011.


      Mais um ano do qual não tenho muito a reclamar mas tenho muito que agradecer. Não estou acostumado a ficar tanto tempo sem comemorar um título significativo do SPFC, mas não foi dessa vez. Um querido tio de 72 anos teve diagnosticado um problema de saúde que está sendo tratado, e uma cunhada teve infarto mas já se recuperou. Em agosto tomei um susto quando a minha filha sofreu um acidente de trânsito na rodovia, mas não passou disso, um susto, e de mais grave, só isso. Aborrecimentos, sim, tive alguns, mas fazem parte da convivência, da profissão, e do dia-a-dia, servem até mesmo de referência para medir o quanto a vida me deu de bom.

      Em termos de família temos avançado, cada vez mais unidos, maduros e fazendo planos. Em 2012 minha filha terá uma clínica só dela, minha esposa continuará com os trabalhos voluntários e meu filho está cada vez mais próximo da gente. Através de uma rede social fui encontrado por um amigo que há muito não tínhamos contato mas que foi determinante em minha formação. O considero como sendo um dos meus primeiros bons professores. Foi com aquela turma, e principalmente com ele, que tomei gosto pela leitura e conheci alguns autores clássicos de filosofia, religião e história. E o melhor de tudo é que pude dizer isso a ele. Como trabalho com tecnologia tenho uma ideia de como essas coisas funcionam, mas fiquei encantado por ter conversado e visto a imagem ao vivo de uma amiga que estava em um navio russo de pesquisas próximo do polo norte e eu no sofá de casa. Incrível.

      Profissionalmente foi um ano produtivo. Em gestão melhorei alguns resultados que não havia alcançado em 2010 e fizemos muita coisa, inclusive criando alguns postos de trabalho. Nem tudo andou na velocidade que eu gostaria, mas dentro das possibilidades, até que fomos bem e cumprimos as metas estabelecidas. Há mais cidades recebendo o sinal digital e outras com a instalação pronta aguardando apenas pelas autorizações. Por atraso no fornecimento de equipamentos não conseguimos iniciar as produções em alta definição, mas as instalações estão preparadas e em poucos dias isso ocorrerá. Devo tudo isso à excepcional equipe com a qual trabalho. É assim mesmo, eles trabalham e eu levo a fama.

      Como esperado, passadas as eleições a economia piorou e o governo vagueia entre pagar as contas e se manter no poder. O povinho corrupto esse brasileiro! Quanta roubalheira, pouca vergonha, desfaçatez. Não é justo que gente honesta e trabalhadora se faça de joguete na mão desses cínicos travestidos de autoridades, e o pior, não há solução fácil, indolor ou rápida. Nesse quesito temos que nos lembrar do título do filme: À Espera de Um Milagre.

      Estive nos Estados Unidos duas vezes. Na primeira para trabalhar mas tirei alguns dias para me distrair. Voltei à Nova York onde fiz compras e visitei museus, como o imperdível Metropolitan, e em Washington fui ao Aeroespacial, História Natural, da Espionagem e ao aquário, além de ter ido a alguns memoriais, ao Capitólio e à Casa Branca. No Arizona fui ao Grand Canyon e à usina Rover Dam e em Nevada, a Las Vegas, onde assisti a 3 shows, incluindo o Cirque De Soleil: Viva Elvis, e o Rei Leão. A esse último eu não teria ido a não ser, como diz a música: O que a gente não faz por amor! Pois fui com a minha esposa e ela queria muito. Nessa viagem passamos 10 dias juntos e sem brigar. Divertimo-nos bastante, foi excelente.

      Do ponto de vista físico me saí muito bem.  Preparei-me como planejei e em setembro com dois amigos percorri os 540km do Caminho da Fé em apenas 4,5 dias. Senti orgulho em conseguir sprints de mais de 20km a mais de 20 km/h com mountain bike em estrada de terra depois de ter percorrido mais de 100km com muita subida. A resposta do meu corpo foi fantástica. Como preparação andei muito, e só em agosto pedalei mais de 1200km. Saia para pedalar às 6 da manhã mesmo com chuva e frio, ou mesmo com muito frio, mas deu resultado. Fiquei mais forte, mais resistente e com menos gordura no corpo. Como valeu muito a pena, terá mais no próximo ano. Estou editando para contar um fato que ocorreu no dia 13 de agosto. O Rodrigo, o Alex e eu estávamos treinando para o Caminho da Fé e fomos de São Carlos aVargem Grande para nos testarmos. Entre Tambaú e Casa Branca, em um trecho de asfalto com forte descida formou-se um redemoinho com uns 10m de diâmetro. Imagino que o vento estava a uns 60km por hora e não tivemos opção. Passamos pelo seu interior. Ao entrar a bicicleta foi deslocada lateralmente, freio bruscamente e no lado oposto foi deslocado para o lado oposto. Havia muita poeira, folhas e galhos rodando em torno da gente. Foi uma sensação indescritível.

      Ainda não consegui uma boa desculpa ou uma boa maneira para voltar a cursar algo sério, que faça diferença em minha vida, e isso está me fazendo falta, mas com os planos que tenho estou impossibilitado de levar isso adiante. Esse tema será recorrente até que eu o encare de frente, e falando nisso, também não estou satisfeito com a minha escrita. Preciso urgentemente de alguém que me ensine a escrever. Já vi que posso relatar, mas não sei escrever, e como não tenho talento preciso de técnica, e como não gosto de estudar, mas apenas de aprender, vou ter que cair na mão de alguém. Também não estou estudando inglês ou espanhol, mas estou querendo aprender um pouco de russo.

      Essa é a minha maneira. Confusa? Misturada? Sim, mas está dando certo. Que venha 2012.

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Para Quem Não Tem Tempo.


      A morte é a única certeza da vida. Depende! Para os católicos há a ressurreição, para os espíritas há a reencarnação, quanto a outras religiões, seitas ou filosofias não sei o que pensam, e para os céticos, a imortalidade humana está na transmissão genética. Quanto a vida do indivíduo do nosso estado, aqui e agora, o Censo 2010 (IBGE) diz que a expectativa é de 74,8 anos e poderia ser maior não fossem as causas externas de morte como as que ocorrem por armas e por acidentes de trânsito que vitimam principalmente homens jovens, e fazendo as contas ainda tenho um pouco mais de 20 anos para gastar, e vou fazê-lo.

      Praticar atividades físicas requer disponibilidade e determinação, e como as demandas da minha família são as de uma família adulta tenho a possibilidade de reservar algum tempo para mim, e determinação nunca me faltou. Tenho um projeto para pedalar bem em julho de 2013, ou seja, a partir de agora terei 18 meses para me preparar, assim, como sempre, vou estabelecer metas e pretendo cumpri-las. O próximo ano terá 366 dias que correspondem a 52 semanas completas o que é tempo suficiente para uma boa preparação. Vejamos.

      Eu gosto de correr e o resultado cardiorrespiratório de uma corrida equivale a cerca de três ou quatro vezes o mesmo tempo pedalando. Ocorre que o meu joelho direito reclama muito, mas acredito que eu consiga manter uma corrida leve em esteira onde o impacto é reduzido, assim a marca de 200km me parece factível, pois como a minha velocidade normal é de 10 km/h, preciso correr só meia hora uma vez por semana durante 40 semanas.  Ainda assim terei 3 meses de folga.
Vou caminhar 300 km no próximo ano e não será tão difícil. Eu moro a 3,5 km do meu trabalho, e se em um dia da semana eu for a pé, em 43 semanas terei cumprido o meu objetivo, e para isso gasto cerca de 40 minutos para ir e 30 minutos para voltar. Quando me dirijo ao trabalho vou mais devagar para não chegar suado.

      Também quero melhorar o meu desempenho em subidas e para isso farei spinning na academia do clube, no mínimo uma hora por semana durante umas 45 semanas. O que também não é tão difícil. Aqui pode ser que eu exceda um pouco, mas o mínimo está garantido.

      Para equilibrar a musculatura e tornar-me mais resistente continuarei com os treinos de força, esses continuarão sendo 2 horas por semana num total de 90 vezes. Isso é fácil, pois terei uma folga da academia de quase 2 meses completos. Faço esses exercícios com prazer.

      E o principal: vou pedalar. Um profissional de primeiríssimo nível chega a pedalar cerca de 25.000 km por ano. Os tops brasileiros cerca de 15.000, e farei uma fração disso, vou me contentar com 8.000km, o que corresponde a pedalar 800 km por mês, durante 10 meses, o que equivale a 32 km por dia pedalando 25 dias por mês. Para esse percurso com dificuldade leve e de mountain bike levo cerca de 1:30h, com a speed 1:10h.

Treinando no Swiss Park    

      Resumindo, são: 20 horas de corrida, 50 horas de caminhada, 45 horas de spinning, 90 horas de musculação e 375 horas de bicicleta, totalizando 580 horas de exercícios e parece muito, mas o ano terá 8.784 horas, ou seja, estarei investindo em meu maior patrimônio, que é a minha saúde, cerca de 6,6% do meu tempo e acho que vale a pena. Dá para encarar?


terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Vencedor.


      Era a crônica de uma tragédia anunciada. Quem assistiu à final do campeonato mundial de futebol organizado pela FIFA no último domingo viu a superioridade técnica da equipe do Barcelona sobre a do Santos, sim o Santos de Pelé. Mas não somos o país do futebol? Os únicos pentacampeões mundiais? Não temos o mais difícil campeonato nacional do planeta? Tudo isso é correto, mas só a fama não resolve os nossos problemas, pois não temos a cultura de vencedores, nos sentimos mais gratificados com o esforço do que com a vitória, afinal somos latinos, emotivos e malevolentes. Já o esporte é razão e resultado e que premia somente os melhores.

      Também é lugar comum dizer que não existe almoço grátis e no esporte não é diferente. Não se chega a um resultado expressivo sem talento, técnica apurada e muito trabalho. Talento temos de sobra, mas são poucas as opções onde se cultiva a boa técnica e é principalmente com relação ao trabalho que temos a maior dificuldade, pois nossa cultura é a da autopiedade.

      No futebol são incontáveis os casos dos atletas que fogem das concentrações, que chegam atrasados aos treinos e que não aceitam a reserva. Como a cobrança da torcida é imediata troca-se o técnico, pois é mais fácil e barato trocar um do que vários, além do que, o técnico é um empregado, já os jogadores são parte do patrimônio do clube, e assim o trabalho não tem continuidade. Somando-se a desorganização de calendário, horários inadequados dos jogos e a política extracampo, além do excesso de jogos, ingressos pouco acessíveis, estádios com infraestrutura precária, dificuldade de acesso e a violência gratuita, temos a receita do fracasso.

      A maior parte dos esportistas não possui estrutura suficiente para lidar com a fama e com a riqueza, e em muitas das vezes ao final da curta carreira onde ganharam rios de dinheiro e os despejaram em cachoeiras de bebidas e drogas entre outros excessos, se vêm falidos.

      São poucos os clubes que investem seriamente nas categorias de base de maneira profissional buscando a formação integral do atleta e do cidadão. E com uma legislação permissiva os atletas ainda garotos são cooptados pelos chamados agentes que passam a representá-los e os vendem a clubes que não investiram em sua formação, trazendo prejuízos para os primeiros. Os garotos sem a formação adequada ao invés de treinar fundamentos e se prepararem para uma vida profissional, se deslumbram com a fama e a moda.

      Ainda que de família melhor estruturada e ter sido formado por uma das boas instituições brasileiras e possuindo também consultoria de imagem, o maior talento do Santos, um fenômeno jogando bola e fazendo marketing, usa brincos grandes e brilhantes, bonés e roupas de marcas ostensivas e consagradas, cabelo ridiculamente cortado e pintado, e sempre aberto a aparecer e a ostentar de maneira inconsequente, tanto que aos 19 anos já é pai. Já o argentino, craque do Barcelona, e que deve ganhar pela terceira vez consecutiva o premio da FIFA de melhor jogador do mundo é apenas 5 anos mais velho, é igualmente talentoso, muito mais rico, porém recluso e circunspecto, e ao invés de aprender dancinhas, aprendeu a ser vencedor.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Quem Pode Nos Salvar?


      Assistimos novamente à agonia de um ministro caindo em desgraça, defenestrado pela imprensa, cozido pelo governo, abandonado pelos pares e que depois da queda saiu atirando. Atirando a esmo, pois credita a culpa não aos próprios desvios morais, mas àqueles que os denunciaram. Esse filme é tão antigo quanto a corrupção que solapa os cofres públicos, humilha os contribuintes e desassiste a sociedade que é carente dos serviços básicos: educação saúde, segurança e infraestrutura.

      O professor Sérgio Buarque de Holanda em sua obra de 1936, Raízes do Brasil, já descrevia o espírito cordial do brasileiro que pensa e faz tudo a partir da afetividade não distinguindo o público do privado. Daí para a impunidade foi um pulo. Todas as condutas amorais vistas hoje recebem o eufemismo de malfeito, de maneira que uma vez destituídos seus autores, as acusações cessem e não sejam dados prosseguimentos às investigações, pois não são crimes, são apenas malfeitos.

      O nosso modelo político está esgotado. O tal presidencialismo de coalizão se transformou em balcão de negócios partidários e personalistas que enche as burras dos próprios políticos e respectivas legendas. Em nome da governabilidade que traduzido para a linguagem comum significa apenas apoio irrestrito aos projetos de interesse do governo, os ministérios, secretarias e autarquia estão sendo sistematicamente entregues à chamada base aliada sem que dela seja cobrada eficiência e parcimônia, o que equivale a delegar o galinheiro à raposa . É impossível ser eficiente quando se conta com uma estrutura de primeiro escalão composta por quase 40 ministérios e cerca de 22.000 funcionários comissionados, e já se fala em 25.000. Estrutura criticada pela própria coordenação da Câmara de Gestão, Desempenho e Competitividade, órgão ligado à Casa Civil da Presidência da República.

      Como tudo que é ruim pode piorar os desmandos não são exclusividades do poder executivo, impregnam, e como, o poder judiciário e principalmente o legislativo. O compadrio e espírito de corpo permitem que até corrupção flagrante, denunciada, gravada e exibida em horário nobre por redes nacionais não seja considerada desvio de conduta, portanto não passível de punição ou perda de mandato, ou seja, liberou geral. Em menores montantes mas em maior quantidade a corrupção e a permissividade se espalham para os poderes estaduais e municipais onde os favorecidos zombam dos infelizes cidadãos.

      Perdeu-se a noção de que os governantes são servidores do público e não são servidos pelo público, logo a função de fiscalização que deles se esperava foi para o ralo vindo a ser assumida pela imprensa. Mal cai um administrador e um órgão da imprensa descobre a ponta de um fio, outros jornalistas desenrolam o novelo e pronto, já tem uma nova autoridade na capsula, pronta para ser detonada. Ainda que estejamos sujeitos a todos os males pelo menos a nossa incipiente democracia deixou a imprensa livre e que atualmente tem prestado bons serviços, ainda que o partido no governo assim não o deseje.

      Se esse é o exemplo propalado por nossas principais autoridades o que se pode esperar dos nossos jovens educandos? Como não podemos esperar ajuda dos superherois das estórias em quadrinhos só resta uma pergunta: quem pode nos salvar?

sábado, 3 de dezembro de 2011

A Palavra Dada


      Não foi por causa do santo que chamei de Santo Antônio e depois fui informado que era São Francisco, e muito menos pela qualidade do trabalho, mas já senti esse impulso algumas vezes. Não sou indeciso e tomar decisões faz parte do meu dia-a-dia, mas às vezes, não sei bem o por quê, fico adiando alguma coisa. Vejo, revejo e não faço nada até que em dado momento algo acontece e dou sequência. Por outro lado, também não sei por qual motivo, tomei uma atitude por puro impulso como já o fiz em outras ocasiões.

      Eu já o tinha visto há alguns meses e ontem, com tempo escasso, o vi em uma esquina da Carlos Botelho, fiquei mirando-o, mas segui meu caminho. Hoje levantei-me cedo e fui a academia. Ao terminar a minha sessão voltei à minha casa porque eu havia esquecido o monitor cardíaco e eu precisava dele para ir a academia do clube onde pedalei numa bicicleta de spinning e corri na esteira. Na saída fiz o meu recadastramento e estava voltando para casa quando resolvi mudar de direção e ir até a loja de bicicletas. Virei na Quinze de novembro e o encontrei em uma esquina. Lá estava um humilde senhor, artesão vendendo estátuas de santos feitas em madeiras.

      Voltei, olhei as estátuas e resolvi comprar uma, mas eu estava sem carteira, sem dinheiro e nem tinha como carregá-la na bicicleta. Conversei com ele, que me disse que talvez ficasse até amanhã se ainda tivesse estátua para vender e ele me fez uma proposta pois estava sem dinheiro. Abaixou o preço, ofereceu para dividir o valor em duas vezes e ainda queria trazê-la a em minha casa. Aceitei apenas o desconto e falei que eu poderia voltar em uma hora e meia. Mas ele ficou preocupado, pois a estátua que escolhi era a última e poderia aparecer alguém para comprá-la. Aqui se deu o impasse e o principal dessa narrativa, o valor da palavra dada.

      Minha preocupação não foi com relação à estátua pois nem sei o por que de estar comprando, mas principalmente com relação ao senhor. E se eu não aparecesse e ele perdesse a venda? Eu disse a ele: voltarei em meia hora com o dinheiro e levarei a estátua. Deixei de ir à loja de bicicletas e voltei para casa, tomei banho, saí de carro, passei no banco e voltei àquela esquina onde ele me esperava. Comprei a estátua e queria tirar uma foto dele, mas esqueci o telefone em casa, então fiz algumas perguntas. Ele tem 70 anos completados no dia 18 de novembro, se chama Sebastião. Faz estátuas há muito tempo e sobrevive disso. Mora no sul de Minas e vem para cá conforme sua palavra em 3: ele, o amigo, que também é artesão mas irá parar pois está com artrite que dificulta os movimentos e Deus. Eles se utilizam um caminhãozinho no qual dormem no estacionamento de um posto de gasolina na Washington Luiz e gasta uns 8 dias para fazer uma estátua como essa. De corpo franzino e todo marcado por uma vida sofrida, tem as mãos completamente calejadas e uma firmeza de caráter.

 São Francisco

      Repetidamente me agradeceu por não tê-lo enganado. Por ter, segundo ele, honrado com a palavra, pois segundo o que disse, ele é do tempo em que a honra estava no fio do bigode e a palavra dada valia mais do que qualquer contrato.

      Lembrei-me imediatamente do período em que eu alugava casa para morar e ficava irritado com as cláusulas dos contratos, que tratavam a mim como um marginal sem caráter que deveria viver sob ameaças constantes para não atrasar os pagamentos. Já me passou a ideia de estudar direito para ter uma atividade autônoma quando me aposentar, mas há alguns dias precisei ler um contrato para a compra de uma atualização de software. Fiquei estupefato. Eram 14 páginas que me colocavam em cheque. Eu deveria pagar, receber, instalar e tudo de errado que pudesse ocorrer teria sido eu o culpado e deveria responder por isso. Não quero mais ser advogado, mas vou continuar honrando a minha palavra.