sábado, 23 de maio de 2015

Servir ao Povo

    Dizem que há duas coisas certas na vida, a morte e os impostos. Pode ser que algum dia escapemos da morte, mas dos impostos, com certeza não. Cerca de 40% do PIB (Produto Interno Bruto - que é a soma de tudo o que é produzido no país durante um ano) do Brasil é arrecadado em impostos. Deus e todo mundo indicava que a política econômica do governo estava sendo mal conduzida, menos o próprio e os que dele se aproveitavam. Agora estamos ladeira abaixo com aumento do desemprego, da taxa de juros, do câmbio e da inflação que já está beirando os 8,5% anual e que penaliza justamente os mais pobres. Passadas as eleições o governo anuncia a mudança de rumo da economia e apela mais uma vez para quem paga aumentando os impostos ao invés de cortar suas despesas. Tem governo demais e governança de menos. Só para iniciar é impossível ser eficiente com 38 ministérios. Se começasse reduzindo para 15 já seria uma boa sinalização e excelente economia, além do mais, já que não conseguem estancar a corrupção haveria menos pessoas tentadas a nos roubar.

      O chamado contingenciamento de 70 bilhões irá reduzir a verba essencial para a saúde, segurança e educação, ou seja, o que está ruim ficará pior, e nesse momento de crise temos absurdos criados como o projeto do novo prédio para abrigar parlamentares (e um shopping center). Eu proponho deixar o prédio atual como está e reduzir o número de parlamentares, e mais, reduzir a quantidade de assessores dos parlamentares, com certeza iria sobrar espaço. Para que temos 513 deputados? Não precisamos de mais que 200, um apara cada um milhão de habitantes. Para que 81 senadores? Bastariam 26, um por estado e não conte o distrito federal. Para que suplente? Saiu, perdeu! Deixou o congresso para ser ministro? Fica vago até a próxima eleição, assim acaba com essa promiscuidade. Há senador que é nomeado ministro e o suplente assume, e se o governo não confia no suplente para uma votação específica exonera o ministro e esse volta ao senado apenas para votar e em seguida é novamente reconduzido ao ministério. Isso é o cúmulo da desfaçatez. É rir na nossa cara.

    Para que existem as emendas parlamentares? Para os políticos venderem favores aos eleitores de "suas bases eleitorais"? Parlamentar precisa é fazer lei, não arrumar verba para quadra de esporte. Acabar com essas emendas  faria reduzir, e muito, a vontade de muito picareta se candidatar. Que se acabe com essa excrescência já!

      Para que pagamos por mais de 30 partidos políticos se apenas meia dúzia é que dá as cartas? Não precisamos de mais do que 5, os dois de extrema direita e esquerda, os dois moderados de esquerda e de direita e um de centro e chega! Para que pagamos imposto sindical? Para sustentar pelegos? É bom também rever a questão dos subsídios a muitas das entidades ditas não governamentais mas que vivem apenas de verba pública, ou seja, um contra-senso. Uma coisa é ajudar a APAE, outra é sustentar o MST. Não dá para ficar pagando diária para manifestante ( e arruaceiro ) profissional que vai para manifestação de apoio ao governo com diária, alimentação e ônibus com ar condicionado pagos com o nosso dinheiro. Isso não é informação da pseudo "imprensa de direita" eu vi, e mais de uma vez. Congestionamento de ônibus e fila para receber refeição, todos com a camiseta vermelha e bandeirinha do PT e do MST.

      Eu gostaria que alguém me desse uma justificativa plausível para que o governo gaste com propaganda. Esse dinheiro seria muito bem gasto se fosse utilizado em campanhas educativas de diversos temas, e o principal deles é a do controle da natalidade. As pessoas têm o direito de ter quantos filhos quiser, mas devem ser instruídas para não ter os que não desejam, pois como se dizia antigamente, a família é a célula da sociedade.  Eu também gostaria de saber por que pagamos por uma TV pública que ninguém assiste e que não produz nada de interessante, a ressalva foi a TV Cultura que hoje não é nem sombra do passado, que embora tivesse baixa audiência fazia produções primorosas. Para que mantemos uma TV Câmara? Uma TV Senado? A Voz do Brasil? Entre embaixadas e representações, o Brasil mantém 138 Missões Diplomáticas, para quê? Sabemos que muitas são um luxo só, mas com salários e aluguéis muitas vezes atrasados. Será que umas 50 não seriam suficientes? Não é hora de priorizar aquelas onde há a necessidade de assistência a mais brasileiros e que possuem grande apelo comercial?

      Vem de longe a cultura da ineficiência do governo na gestão de obras públicas. É um tal cartel para cá, superfaturamento para lá, aditivos de contratos que não têm fim, obras mal feitas, inacabadas, mal geridas e desnecessárias. Isso em todas as esferas. É tempo de acabar com a ideologia e deixar para o governo apenas a regulação. A execução tem que ser do setor privado que é quem emprega, produz e paga imposto. Uma faxina nos contratos existentes também viria a calhar.

      Se começar a desenrolar esse novelo com certeza poderiam cortar os impostos da cesta básica e dos medicamentos o que iria, em muito, melhorar a vida dos mais necessitados, e ainda sobraria dinheiro. Acho que está na hora do governo deixar de pensar em si e pensar no povo. Ter coragem para fazer o certo que é servir ao povo e não servir-se desse.

domingo, 3 de maio de 2015

Sorte?

    Eu nunca havia tido a sorte de ter sido agraciado, escolhido, sorteado em loteria, sorteio, raspadinha, bingo, cartela, rifa ou coisa assim. Me lembro de ter comprado todos os 100 números de uma rifa feita na escola, doei 50 e perdi com os outros 50 na mão. Apenas no bolão da copa do mundo de 2010 fui o maior pontuador mas, ainda assim, tive que dividir o prêmio.

      Em minha mudança para Salvador trouxe poucos móveis, mobiliei a casa comprando quase tudo aqui. Antes da mudança fiquei por meses namorando um televisor 4K de tela curva, mas o achava muito caro. Até que veio a mudança e eu não podia mais esperar, fui à loja disposto a resolver. Olhei, pesquisei, comprarei e não o comprei. Comprei outro, tão grande quanto, também 4K, porém com custo menor, mas ainda assim, caro. Instalei-o em casa e me registrei no site por causa da garantia e, ao fazer isso, recebi uma promoção da Netflix, três meses gratis, e para mim que já era assinante, foram 3 meses sem pagar a fatura, algo em torno de R$ 55,00 no total. A minha decepção veio já na semana seguinte. Estava lendo a Veja e havia uma promoção de uma loja na qual o televisor de tela curva havia tido uma redução de quase 40% no preço, e o pior, não era apenas uma promoção, o preço caiu mesmo. Nem me atrevi a pesquisar para quanto teria sido mudado o preço do televisor que comprei, não queria me chatear mais.

      Havia algo interessante na caixa do televisor, um circuito eletrônico avulso que pesquisei e se tratava de um rastreador de carga. Ele vem com um chip de celular que deve funcionar com a tecnologia GPRS e tem uma bateria que dura cerca de 30 dias. Aliado ao número de série permite que o aparelho tenha seu itinerário rastreado desde a saída da fábrica. Testei o equipamento porém ele não estava mais ativo. Me peguei até pensando se nisso não há alguma violação de privacidade, mas ficou só no pensamento.

      Sempre recebo em meu celular e conta de e-mail aqueles spans dizendo que acabei de ganhar alguma coisa que deleto sem abrir, mas que leio sempre as primeiras linhas ou o remetente, e foi assim no final de novembro. Havia um que se repetia insistentemente e que metodicamente era apagado. Recebi também duas ou três ligações que partiam dos Estados Unidos e que eu não atendia, pois não costumo atender a ligações de número que não conheço, até que algo me chamou a atenção em uma mensagem e resolvi abri-la sem clicar em macrolinks. Tal mensagem dizia que eu havia sido contemplado pelo fabricante do equipamento em conjunto com a Netflix e indicava um telefone para contato. Também não dei importância por um tempo. As mensagem se repetiam até que procurei o manual do televisor e vi que o número de telefone indicado na mensagem era o mesmo do fabricante. Pronto, encontrei um vínculo de seriedade. Liguei para o tal número e me direcionaram para outro. Conversei com uma moça, trocamos algumas mensagens, informei alguns dados e passei a me comunicar com uma agência nos Estados Unidos.

      A tal promoção do televisor 4K e da Netflix era para que eu assistisse, assim como fiz, a série produzida especialmente para ser assistida via streaming: House of Cards, que trata de um político desonesto que chega a ser presidente americano e, evidentemente, se passa em Washington. Pois é, foram sorteadas no Brasil duas viagens com acompanhante para Washington e eu ganhei uma delas. Para as minhas próximas férias em setembro já tenho as passagens, a reserva de hotel, algumas despesas pagas, incluindo transporte e guia para várias atrações. Pagarei apenas por um trecho a mais, pois resolvi estender a viagem em alguns dias.

      Eu não estava excessivamente contente com isso, mas apenas alegre por ter uma estória de sorte para contar, até que na última quinta-feira o televisor quebrou. Me parece haver um problema simples de fonte, daqueles que se consertam com facilidade e, além do mais, em garantia, porém já vai me dar trabalho e me fazer perder tempo, ou seja, estou pagando até para ter sorte.