sábado, 8 de novembro de 2014

Liberdade, igualdade, justiça e internet.

Gosto muito da frase de Descartes que inicia o meu blog: "O bom senso é a coisa melhor dividida no mundo..." e creio que rivaliza com essa verdade o senso de liberdade. Todos desejam e procuram ser livres, porém, livres de fato, poucos são.

      Outro conceito que me prende é o da igualdade, pois, vivendo em um meio capitalista a desigualdade espanta e indigna. Quando estabeleço uma relação entre liberdade e igualdade torço para estar errado em minha conclusão. Não há convivência possível entre esses dois valores. Sociedades como foram as comunistas e nas que hoje ainda são como a Coréia do Norte e Cuba se busca a igualdade, mas essas são sociedades totalitárias nas quais a população não exerce nem mesmo o direito básico de sair do país. Nos demais, ditos democráticos, a desigualdade é monstruosa. A riqueza não espanta pelo que consegue produzir para seus proprietários, porém é vexatória quando se trata dos miseráveis. Mesmo nos países ditos ricos, a miséria existe, e só não é maior porque em todos eles o inverno é rigoroso e o frio mata muito mais do que o calor.

      É fácil defender o conceito de igualdade, pois ele embute algo como justiça. No entanto não é justo tratar igualmente os desiguais. Nem mesmo os nosso filhos tratamos de maneira idêntica, e quando fazemos isso erramos,  cometemos injustiça, ou os dois simultaneamente. Talvez fosse justo que as oportunidades fossem igualmente distribuídas, porém o reconhecimento pelo esforço, trabalho e desenvolvimento devesse ser mesmo dado por mérito.

      Se não é possível conciliar por si só a justiça, a igualdade e a liberdade, a solução deve estar na política. Hoje o chamado mercado comanda, mas não pode ser dele a última palavra, há que haver mecanismos de controle estabelecidos por um governo forte, e que esse realmente represente a sociedade. Em sistemas grandes e complexos como os de hoje não é possível que algum partido ou líder, mesmo que carismático, acerte sempre e possa ditar as regras pelas quais a população deva ser conduzida. A sociedade deve ditar as regras e aos partidos cabe segui-las organizando assim a estrutura social. Essa é uma solução que conceitualmente parece acertada, mas a prática mostra que a desigualdade carrega, em seu bojo, a desinformação, logo, a organização para tomada de decisão não é uma tarefa fácil.

      As tendências vem dos mais ricos para os mais pobres, e as ondas estatizantes ou liberalizantes chegam ao Brasil sempre depois de terem passado pela Europa ou pelos Estados Unidos. Da mesma maneira ocorre dentro do Brasil. Falando apenas daquilo que vivi, os estados mais ricos foram os primeiros a apoiar a ditadura militar, também foram os primeiros a lutar pela democratização, aderiram primeiro às candidaturas do PT e são os primeiros que as está abandonando, já os estados mais pobres estão ainda na fase anterior como vimos nas últimas eleições.

      A diferença do que vivi e do que estou vivendo é a velocidade com que as mudanças ocorrem. A cultura digital acelerou os processos e os governos, de forma geral, não estão capacitados para acompanhar as mudanças, assim corre-se o risco de ruptura, pois o carro pode passar à frente dos bois. Ou os governantes passam a ouvir e entender os recados das ruas cibernéticas ou serão atropelados.

domingo, 2 de novembro de 2014

Deep net ou internet cabulosa ou mantenham seus filhos longe disso.

      A internet é o produto do compartilhamento de conteúdos mantidos em computadores públicos e privados que são interligados por uma rede de dados. Cada dispositivo que a acessa o faz através de um ponto que é identificado por um número, logo é passível de ser rastreado, e isso pode ser mais fácil ou mais difícil de ser feito dependendo da tecnologia utilizada e, por ser uma rede global, do acesso que os países dão aos dados armazenados em seus componentes.

      Dizem, embora eu não tenha dados e, lógico, não tenho certeza disso, que a porção da internet pela qual você está lendo esse artigo e também acessa as redes sociais, os sites mais conhecidos, e envia mensagens é somente a ponta visível do iceberg, e que que o maior trafego está escondido naquilo que se chama de deep internet e que também é conhecida, em português, por internet cabulosa.

      Usando um tipo especial de programa de navegação, que é fácil de ser encontrado, e conexão máquina a máquina chamada P2P é possível acessar uma porção da rede que se distribui por componentes hospedados em locais cuja legislação dificulta a identificação e, portanto, facilita todo tipo de transação ilegal. O conteúdo dessa rede não pode ser acessado pelos mecanismos de buscas usuais, mas tudo o que é porcaria pode ser encontrado lá como pedofilia, tráfego de drogas e de armas.

      Eu não tinha conhecimento dessa rede mas em uma semana ouvi falar sobre isso duas vezes, a primeira em um telejornal e a segunda em um filme, assim resolvi me informar. Quando pensei em escrever esse artigo queria recomendar que não permitissem que seus filhos pequenos a acessassem, mas pensei bem e achei melhor tirar o termo “pequenos”, pois é melhor que todos permaneçam o mais distante possível dela.

      Quem age legalmente não precisa se esconder, assim, só acessa essa porção da internet quem não deseja ser identificado, logo, não deve estar procurando emprego ou fazendo caridade.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Deep_web