quarta-feira, 29 de junho de 2011

Hoje Na Grécia

      Há dias li um artigo do Frei Leonardo Boff no qual ele concorda e cita Marx como profeta do fim capitalismo por si próprio, e as razões seriam duas, a exaustão dos recursos do planeta e o fim do emprego. Também li o filósofo italiano Domenico de Masi, autor do O Ócio Criativo, que sustenta que na sociedade pós industrial, estética e lazer serão áreas a se investir, pois para alocar toda a mão de obra cada um terá que trabalhar menos, gerando tempo para o lazer, e com o enriquecimento da sociedade as pessoas investirão em si próprias. E da minha casa também trago um exemplo emblemático, o meu filho assiste pouco à televisão, em média uma hora por semana, mas quando cancelei um plano de TV por assinatura ele demonstrou uma profunda sensação de perda. E qual é a correlação entre esses tópicos e a Grécia dos dias atuais?

      Comparado ao Brasil a Grécia é um país pequeno que conta com uma fronteira seca de cerca de 1.100 km mas com quase 15.000 km de litoral, pois se somam as áreas continentais e as inúmeras ilhas, o que faz com que o turismo seja a principal atividade econômica do país. Essa é uma nação considerada rica, pois sua renda per capita é de cerca de 30.000 dólares (a do Brasil é de aproximadamente 10.000 dólares) e sua população não chega aos 11 milhões, mas quem assiste aos telejornais está se acostumando a ver nos últimos anos os enfrentamentos entre a população e a polícia grega em batalhas que têm se acirrado e intensificado nos últimos dias.

      Ter o turismo como maior propulsor da economia mostra que o filósofo Masi está certo, locais com belezas naturais e com estrutura adequada podem se sustentar, mas pelas cenas e pelo crescente desemprego, o apocalipse do Marx e do Boff chegou àquela região para ficar. Ocorre que o elevado padrão de vida grego foi construído ao custo do endividamento, e hoje os credores vêm a real possibilidade de não verem de volta nem a cor do seu dinheiro, o que assusta os investidores e reduz a oferta de crédito para movimentar a economia. Nesse quadro o governo precisa tomar medidas restritivas cortando as próprias despesas, o que significa reduzir investimentos e demitir funcionários, o que agrava o desemprego; aumentar impostos e cortar benefícios sociais, o que a população não aceita, e também privatizar. Some-se tudo isso e haverá mesma sensação de perda que o meu filho teve, afinal, ninguém quer se tornar pobre.

      Para nós isso é uma lição. Não é possível manter por longo tempo o crescimento com uma taxa de juros de dois dígitos e com inflação acima de 5% ao ano e crescendo. Isso mostra que há um desequilíbrio nas contas públicas que está produzindo um passivo que mais tarde deverá ser resgatado, quando então não mais se poderão fazer apenas simples ajustes, mas sim tomar medidas severas de austeridade. Mais vale hoje desempregar políticos e apaniguados, rever a política fiscal, reestudar o sistema de previdência aumentando o limite mínimo de idade e de contribuição para quem está entrando no mercado de trabalho, do que no futuro termos que enfrentar a polícia nas ruas para protestar contra aquilo que não mais terá remédio.
      lembrando bem, mesmo sendo a Grécia um paraíso, berço da democracia, da filosofia, da ciência e da arte, se você pensa em passar alguns dias por lá, esse não é um bom momento.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Se Cuide.

Sente-se que a estória é longa.

      Na sexta-feira conversei com os amigos que iriam pedalar comigo na manhã de sábado e disse que, apesar de todos nós termos compromissos no sábado à tarde e o percurso ser longo, eu só sairia depois das 6:20h pois o dia está clareando tarde. Combinamos de encontrar o Alex às 6:30h próximo ao trevo da Getúlio Vargas com a Washington Luiz, e eu encontraria o Rodrigo às 6:15h na Praça Itália. Para o trajeto preparei um lanche típico de um retirante: 4 fatias de pão de forma untadas com mel, 2 Alfarrobas de banana, 2 pacotinhos de biscoito Club Social integral, 1,5 litros de água com aminoácidos, uns 3 saches de gel de aminoácido e meio litro de água pura.

      Às 6:05h eu já estava na praça Itália observando que para alguns que se dirigiam ao trabalho à pé, de bicicleta, moto e certamente de carro, o dia estava apenas começando, mas para outros a noite ainda não havia terminado, como para os jovens que passaram em uma Caravan toda arrebentada, ouvindo em alto volume algo como um rap de baixa qualidade em alto-falante de qualidade pior ainda. O passageiro do banco de trás gritava algo ininteligível e o da frente jogou latas de cerveja pela janela. Teve também o casal que caminhava sempre se tocando, ela uma jovem bonita, com roupa simples mas arrumada, e ele com a camisa aberta, cerveja em uma das mãos e cigarro na outra e com um caminhar balançado como quem quer parecer mais malandro do que é. Sentenciei: não terão um bom futuro. E o mais grave, um rapaz de uns 28 anos, com a minha estatura, mais pardo do que eu, sim, pois minha esposa informou ao IBGE no último Censo que eu sou pardo, um pouco mais magro do que eu e que andava cambaleando. Com aquele porte físico e no estado em que se encontrava não poderia me intimidar. Ao se aproximar perguntou:

O senhor é atleta?

Não, só pedalo um pouco.

O senhor curte.

Eu preciso.

Não, o senhor curte! Com essa roupa só pode curtir. Posso levar um papo reto com o senhor?

Claro.

Então senhor, eu já caí várias vezes, já levantei, puxei cana várias vezes e saí, já trabalhei, é o vício, senhor. O senhor sabe.

Sei.

Faz "treis meis" senhor, é abstinência, senhor.

É, tem que persistir.

É senhor, eu quero trabalhar.

Eu sei, tem que mudar de vida.

Não tem vida senhor.

É, muita gente morre.

Morre como?

Alguém mata.

No meu caso "é os home". Hoje tomei uma cachaça e "tô" precisando. O senhor me arranja 1 real? 50centavos?

Eu não carrego dinheiro, só água na mochila, nem bolso eu tenho.

Tá certo senhor, mas eu vou arranjar.

Se cuide.

Cesar, Cesar! Era o Rodrigo me chamando do outro lado da praça. Fomos embora.

      O Alex, que sempre chega adiantado, se atrasou uns 3 minutos. Partimos para Descalvado, num fácil trajeto de cerca de 40km, mas que tem um trecho de descida com muitas pedras em que a velocidade alta aliada à trepidação faz com eu sinta coceira nas pernas e nos braços. Foi uma boa média, em torno de 22km/h e em menos de 2 horas havíamos chegado. Saímos imediatamente para Analândia, mais uns 35km em um percurso bem mais difícil. Chegando lá perguntamos onde havia uma padaria e nos indicaram o calçadão, que até o ano passado não existia e que se trata de uma calçadinha de uma quadra, onde operários montavam um palco metálico para show e que quase tocava a rede elétrica de baixa tensão. Tomei uma espécie de Gatorade e comi 2 fatias de pão com mel, um pacote de biscoito e uma Alfarroba. Descansamos um pouco e viemos embora.

      No início a subida é leve, mas o solo é arenoso e fui ficando para trás, ao chegar ao início da subida mais forte encontrei o José, que disse ser de São Carlos e às vezes vai do posto Castelo até aquele ponto umas duas ou três vezes “para compensar o rolê”. Passando pelo morro do Camelo ele acelerou e continuei em meu ritmo lento. Mais acima o Rodrigo e o Alex haviam parado e estavam tirando fotos quando cheguei. Na saída, brincando, o Alex disse que iria alcançar o José, e ambos comentaram que ele é mal educado, pois ao passar nem os cumprimentou. Novamente eles se adiantaram e fui seguindo-os. Quase ao final da subida, com os dois já fora do meu campo de visão, encontro o José meio desequilibrado. Ele precisava de uma chave para apertar o banco da bicicleta que havia se soltado e, por sorte, eu tinha. Ajudei-o e começamos a subir juntos, mas fui deixando-o para trás e após uma curva não mais o via. Voltei. Ele estava fazendo alongamentos.

O que houve?

Não sei, acho que o banco desajustado me fez sentir câimbras.

Você tem água?

Sim.

Quer um gel de aminoácidos?

Se você tiver.

Melhorou?

Sim, vamos empurrar um pouco.

      Subimos empurrando até o topo onde o Alex e o Rodrigo nos esperavam e começamos a pedalar novamente. Íamos voltar pela Invernada e o José veio conosco. Numa descida forte cheia de pedras fui com muito cuidado e eles que haviam se distanciado me esperaram em uma curva. Ao me verem foram embora, mas ao chegar lá eu caí, sem gravidade. Definitivamente essa brincadeira de cair não me agrada. Passamos por um trecho com muita areia e chegamos à subida da invernada, que é íngreme, tem cerca de 2km mas é asfaltada. O Rodrigo foi adiante, o Alex parou para comer, eu passei, e o José vinha atrás. No meio da subida não agüentei, pois já tínhamos percorrido uns 95km e resolvi empurrar um pouco, foi quando o Alex me passou. Voltei a pedalar e encontrei os dois que estavam nos esperando. Conversamos e decidimos que eles iriam embora e eu voltaria para ajudar o José.

      Retornei por uns 400m e o encontrei parado. Dei a ele uma barra de cereais que o Rodrigo havia deixado e ele comeu. Dei um pacote de biscoito e ele comeu. Dei uma alfarroba e ele também comeu, depois disso tomou quase toda a água da minha garrafa reserva. Começamos empurrar até o topo e ele me contou sobre a sua vida: tem 21 anos, é casado e eles têm um casal de gêmeos de 3 meses, mas ele mora com os pais dele e a esposa com os pais dela. Ele trabalha em uma loja de sucos e ganha R$ 700,00 por mês. Prestou concurso para ser policial e está esperando pelo resultado. O sonho é estudar no Barro Branco.

      Voltamos a pedalar para completar os cerca de 15km restantes, e ele se recuperou de tal maneira que até tentou me passar em alguns momentos, mas o meu instinto competitivo não deixou. Chegando à marginal ele poderia subir a Aquidaban e descer a USP que era o caminho mais curto, ou seguir pela marginal virar no Cristo e voltar até a USP, cujo trajeto é mais longo mas a elevação é suave. Foi o que ele preferiu.

Muito obrigado pelo que o senhor fez por mim hoje.

Que isso, se cuide.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Empregados Domésticos.

      Há tempos eu queria escrever sobre esse assunto e agora ele tomou novamente espaço no horário nobre. Nessa semana a OIT – Organização Internacional do Trabalho – reunida em Genebra, vota uma proposta de convenção para que os empregados domésticos possam ter os mesmos direitos dos demais trabalhadores. Tal convenção deverá ser encaminhada aos países membros da ONU – Organização das Nações Unidas, afim de que seja, por esses, ratificada, já que a convenção não passa de uma recomendação. No caso do Brasil, o governo diz que a apóia, mas que a sua aplicação depende de mudança na constituição, ou seja, colocou a bomba no colo do congresso.

      Eu não conheço a constituição a fundo e nem irei pesquisá-la, mas se isso é fato, eu posso dizer que a constituição é inconstitucional, pois se os trabalhadores domésticos, por lei, não possuem os mesmos direitos que os demais trabalhadores, existe a infração do artigo 5° da constituição que reza que todos são iguais perante a lei, logo, aqui vale a frase da “A Revolução dos Bichos”, de George Orwell, alguns são mais iguais que os outros. Esse é o típico caso das nossas leis detalhadas e mal feitas. Mas oltemos aos trabalhadores.

      Todo mundo quer um serviço fácil, com pouco trabalho e bom rendimento, mas o paraíso não está próximo e normalmente ocorre o oposto. É lógico que os trabalhadores queiram ver os seus direitos ampliados e a sua remuneração aumentada, logo, defendem a convenção, já o outro lado, aquele que paga a conta, não quer ver, acrescidas, as suas despesas, e entre os dois está o governo que não quer perder voto nem dos mais de 6 milhões de empregados e nem dos milhões de patrões, e se por um lado o aumento de direitos gera uma maior arrecadação de impostos quando se considera que alguns pagarão, por outro gera a perda de receita, pois poderá ocorrer demissão ou o aumento da informalidade, já que nessa profissão cerca de 26,3% (IPEA) apenas são registrados.

      Desde 2003 trabalhou em minha casa uma jovem senhora que a princípio não queria ser registrada para não “sujar” a carteira, já que ela havia trabalhado em fábrica e queria retornar a essa atividade. Insisti, a registrei e paguei inclusive o FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço), que é opcional. Pois sem esse pagamento ela não teria direito ao próprio fundo e nem ao seguro desemprego. A burocracia para fazer o pagamento é grande, e como eu não havia contratado um escritório para fazer o serviço, eu mesmo me dirigia à Caixa Econômica Federal para fazer o pagamento, no entanto, como a fila é demorada, decidi fazer o pagamento antecipado. Assim no mês de maio eu pagava até janeiro e em janeiro pagava até abril, pois nessas datas havia a correção do piso do salário mínimo nacional e estadual. Nesse ano, após ter feito um curso técnico e ter arrumado um estágio ela pediu para ser desligada para “receber todos os direitos” e assim procedemos. Por causa dos pagamentos antecipados houve certa morosidade para o recebimento do FGTS, pois o período de trabalho estava incompatível com o período de contribuição, que era maior, mas foi resolvido com uma declaração minha, no entanto há uma questão relevante: dentre os tais direitos a receber há uma multa de 50% sobre o saldo do FGTS que deve ser paga pelo empregador, mas oras, no caso, era a empregada que estava pedindo para ser demitida, então por qual motivo então eu deveria ser penalizado? É claro que todos os empregados já conhecem o tal “acordo” que é o que ela me propôs. Eu pago tudo, ela recebe todos os benefícios e me devolve os tais 50%, e isso mexeu com o meu senso de ética. Como o valor do FGTS é de 8% sobre o salário recebido, em média, o trabalhador tem 1 salário por ano trabalhado com 3% de juros anuais mais correção monetária. Resumindo, com 8 anos por ela trabalhados eu estava sendo penalizado com algo em torno de 4 salários.

      Há outros, mas esse é um dos motivos pelo qual os patrões não registram os seus empregados, as empresas não abrem vagas e a informalidade é grande. Isso reflete no caixa do governo, que por sua vez faz toma empréstimos no mercado a elevadas taxas de juros, gera inflação e reduz o crescimento. Ou seja, lei mal feita também pesa diretamente em nosso bolso.

domingo, 12 de junho de 2011

Plano desfeito.

      Ontem saí de casa para pedalar por 200 km. Com a speed tomei o sentido oeste na Washington Luiz e quando completei 100 km cruzei o canteiro central e voltei. Ao completar 165 km, já em Araraquara, pela segunda vez furou o pneu, e como está escurecendo muito cedo eu não chegaria a São Carlos antes do anoitecer, pois ainda tinha a subida do Chibarro pela frente. Tive que pedir ajuda para chegar.

      No post anterior comentei sobre os pedaços de cabo de aço que interrompem o passeio, e que eu nunca havia tido a preocupação de mostrar. Dessa vez ele veio comigo. Um pedacinho de arame de aço com menos de meio milímetro de espessura desfez o meu plano.



      Tudo bem. Não faltará oportunidade para eu atingir esse objetivo.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Acidente 2.

      Ontem ao chegar de viagem duas pessoas me falaram sobre o acidente que vitimou um médico dermatologista e ciclista de Araraquara na descida do Chibarro, local por onde já passei por diversas vezes e pretendo passar por outras tantas mais. Ao ler a notícia em um site local vi também alguns comentários, sendo uns completos absurdos.

      Não que a pessoa se torne santa quando morre, mas, pelas informações dadas até aquele momento, os ignorantes que escreviam não o conheciam, logo não podiam julgá-lo, além do que, no mínimo devem respeito aos familiares. Outros equívocos se deram sobre as circunstâncias do acidente, por exemplo. Pelo horário do ocorrido, alguns o caracterizavam como alguém que utilizava a bicicleta como meio de transporte, o que é errado, a bicicleta envolvida era uma Pinarello, e quem conhece sabe, essa marca é considerada a Ferrari das biciletas, portanto ele era um esportista já com alguma experiência. Some-se também o fato de que, quem pedala naquela região está buscando resultado, pois os aclives são fortes.

      Outros disseram que naquele ponto o acostamento da Washington Luiz é bom, então qual seria o motivo dele ter entrado na pista? O pneu da bicicleta do modelo speed tem uma pequena área de contato, justamente para reduzir o atrito e ganhar mais velocidade, e naquele local, onde a velocidade final pode passar de 70km/h, um pedaço de cana jogado no acostamento pode derrubar o ciclista, e a reação imediata é desviar. E pedaço de cana é o que não falta naquela região. Quem utiliza esse tipo de bicicleta também sabe que a camada de borracha desse tipo de pneu é muito fina para que ele se torne leve, aliada a alta pressão, entre 100 e 120 libras, um simples fiapo de cabo de aço de poucos décimos de milímetro de espessura, desses que são encontrados em abundância nos acostamentos das rodovias, pois soltam-se dos pneus de caminhões, é suficiente para furar o pneu da bicicleta. Isso já me aconteceu diversas vezes, logo, quando vejo esse tipo de cabo de aço trato logo de desviar. Assim, não basta que o acostamento seja regularmente pavimentado, deve também estar limpo, inclusive de graxas, óleos e barro que infestam as laterais das pistas.

      Viajando pelas rodovias paulistas é comum ver ciclistas individuais ou em grupos pedalando pelos acostamentos, ontem mesmo, na Anhanguera, vi um pelotão com cerca de 10 ciclistas e também várias duplas. O que ocorre é que as nossas cidades não oferecem alternativas seguras para quem pratica esse esporte e as nossas autoridades não conhecem o problema e imagino que nem querem conhecer, pois, conhecendo, têm que tomar alguma atitude, que passa a ser um problema a mais a ser resolvido. É mais fácil considerar essa morte como uma fatal vítima de atropelamento no trânsito, que entra na estatística, mas não há nada a ser feito. Em outros países a mobilidade urbana e o transporte não poluente são considerados estratégicos, mas não aqui. Na Holanda há estacionamentos gigantescos para bicicletas, muitas faixas exclusivas e espaços para essas dentro dos trens.





      Em São Francisco, na Califórnia, há espaço nos barcos e ciclofaixas em muitas vias consideradas artérias, onde não há, os ciclistas andam pelas estradas, mas há sinalização alertando.





      Em Houston, no Texas, além de ciclovias em várias avenidas, há também sinalização avisando que bicicleta é veículo.

                                    
                                    
      Aqui, como o descaso é geral, nada vai mudar, a não ser que se veja aí uma boa oportunidade para sobrefaturar as obras e aumentar o próprio patrimônio em dezenas de vezes em curto espaço de tempo.