quarta-feira, 21 de novembro de 2018

Escravos Cubanos

      Não é pelo modismo, mas pelo posicionamento. Em meu post nesse blog, no dia 30/04/2016, eu escrevi:

      "Como tudo o que é ruim pode piorar, o Lula elegeu e reelegeu sua sucessora, a Dilma. Ela se superou. Conseguiu ser pior do que o Sarney. Que governo, ou melhor, desgoverno, mais vagabundo. Inepto, arrogante, corrupto que mesmo nas boas ideias consegue ser ruim. Veja o caso do programa mais médicos. Trazer de fora médicos que atuem em regiões pobres onde os brasileiros não querem ir, foi de fato uma boa ideia, mas escravizar os vindos de Cuba pagando uma miséria aos profissionais e levando uma fortuna para um regime totalitário, arcaico e sanguinário?… "

      A boa ideia do programa Mais Médicos é levar médicos à população que tem acesso. Essa população precisa, essa população mais que merece, ela tem direito. O que fez o programa funcionar foi o fato de que o governo federal passou a pagar o salário dos médicos e as prefeituras, já altamente endividadas, se livraram dessa despesa e passaram a arcar apenas com as refeições e moradias. Isso fez muito sentido em muitas comunidades onde não havia nenhuma assistência, mas em outras, o que ocorreu foi a demissão de médicos brasileiros e adoção do programa como forma de economia para a prefeitura local. Aqui já se revelava uma falha.

      Um segundo ponto a ser discutido é a questão do exame de validação dos diplomas estrangeiros. Há profissões que não necessitam de tamanha exigência, pois a qualificação é mínima, agora, imagine-se dentro de um avião em pleno ar e se descobre que o piloto não está treinado…Imagine-se em um edifício construído sem que tivessem sido observadas as normas técnicas…Imagine-se em uma mesa de cirurgia e o médico, …bem, sabe-se lá se a criatura que está com o bisturi na mão é mesmo um médico… Acho que você não se submeteria a tais circunstâncias, mas você pode aceitar que para a população pobre, sem acesso, qualquer um que se diga médico possa atender, diagnosticar, prescrever, operar? É, no mínimo, estranho.

      No caso específico dos médicos cubanos é sabido que o processo não foi transparente e que o objetivo foi mesmo financiar a ditadura cubana mais do que ajudar aos brasileiros, pois o acordo foi feito através da OPAS (Organização Panamericana de Saúde) e não entre dois países, pois se assim fosse, o processo deveria ter sido aprovado pelo legislativo, onde, dificilmente teria sucesso. Dessa forma, os médicos recebem pouco mais de 30% do valor pago e o governo cubano fica com a maior parte. E ainda menos republicanas são as cláusulas que impedem o médico de trazer a família e, pasmem, de pedir asilo aos Brasil. A família fica em Cuba como refém.

      É sabido que a “exportação” de médico é uma das principais receitas da mais longeva ditadura caribenha. Em Cuba há quatro classes sociais, a dos dirigentes, a dos militares, a dos trabalhadores em hotéis e turismo, e a população que é praticamente favelada. Assim, os médicos que ficam em Cuba trabalham cerca de 60 horas semanais e recebem menos de R$ 100,00 por mês, portanto, os que para cá vieram, recebendo moradia, alimentação e pouco mais de R$ 3500,00, podem enviar dinheiro para a família e ainda se sentem privilegiados. Para que esse “produto de exportação” continue a render, Cuba implantou cursos mais curtos de medicina, de maneira a aumentar a quantidade de mão de obra disponibilizada para, principalmente América Latina e África. Para os dirigentes e turistas há médicos e hospitais razoáveis, mas para a população local, a estrutura é insuficiente e precária.

      É sabido que algumas centenas dos tais médicos que estão aqui, na verdade, são espiões que controlam a vida dos realmente médicos e impedem que eles desertem e peçam asilo político. Os tais agentes recebem quase o dobro do que os médicos, mas essa função não aparece no contrato.

      É mais do que sintomática a quebra unilateral do contrato de forma antecipada sendo que nenhuma tratativa houve com o governo brasileiro que se iniciará em 2019. Se fosse uma situação normal, depois que o governo tomasse posse, haveria negociações sobre os termos, e se não houvesse concordância, o contrato seria rompido, e como qualquer contrato, com um período negociado. O objetivo é tirar todo mundo antes do final do ano, para que os não médicos não possam ser desmascarados através do exame “Revalida” e que os realmente capacitados não possam pedir asilo.

      É claro que parte da população ficará sem atendimento e isso tem que ser conhecido e divulgado, porém, a “propaganda” dominante não esclarece as circunstâncias e procura jogar a responsabilidade em um governo que ainda nem começou. Faz o mesmo tipo de gritaria que houve no final da escravidão: com a libertação dos escravos, quem cuidará das nossas lavouras?

      Seguem alguns links sobre o assunto, inclusive de um médico falando na câmara dos deputados e da Zoe Martinez, cubana naturalizada brasileira:
 
 https://brasil.elpais.com/brasil/2017/01/12/internacional/1484236280_559243.html?fbclid=IwAR3tjN6L1eybOUfQfpDF9pqmCN4x7gnBLBhST3Iznnhq8kOfw6s50m1kDYw

https://velhocomandante.blogspot.com/2014/09/jornalista-publica-texto-apos-visitar.html?fbclid=IwAR2Lds303uSjD5dnFE2566g5aureEwdCcOyBn9Yaytt0AIaiu1jqPkUyQVs

https://www.youtube.com/watch?v=V94Myx81Fdc

https://www.youtube.com/watch?v=bzpAD0ij_UE

https://www.youtube.com/watch?v=lXsbOkF3EnA