A coluna do Roberto Pompeu de Toledo na revista Veja dessa semana trás alguns números interessantes sobre o nível de escolaridade do eleitor brasileiro. Os dados disponibilizados pelo TSE mostram que apenas 46,5% dos eleitores possuem o primeiro grau completo. Brilhante como sempre, ele discorre sobre a democracia e o nível de educação. Recomendo a leitura.
Também são recentes os dados revelados pelo Ministério da Educação sobre o ranking do Enem, que desde 1998 procura medir a qualidade do ensino e aprendizado no nível médio. A notícia ruim é que pouco se avançou em matéria de educação formal, a boa, é que pelo menos, apesar de algumas críticas e de prováveis falhas, já existe uma sequência de dados que permite construir um panorama da educação.
O simples fato de existirem dados oficiais já indica um bom caminho, pois todo mundo que trabalha com ciência sabe da importância da medida. Até bem pouco tempo isso era tratado como a previsão do tempo, se eles falam que vai chover é porque haverá sol ou vice e versa, mas hoje, até a própria previsão do tempo tem melhorado, muito mais em função da inteligência de alguns pesquisadores do que por causa de investimentos sérios e necessários nesse setor.
Eu gostaria de propor um novo índice para medir o grau de educação no país: a limpeza dos banheiros e das ruas. Sim, porque não importa quão diferentes ou educadas as pessoas sejam, uma hora ou outra essas deverão utilizar o banheiro, e não é exatamente sobre o uso que pretendo me referir, mas ao estado em que o deixam depois que o utilizam, assim como há também o mau uso que fazem dos logradouros públicos.
Quem se utiliza de banheiros de uso coletivo instalados em rodoviárias, aeroportos, escolas e empresas sabe bem do que estou falando. Por mais que o esforçado funcionário se desdobre para mantê-lo limpo, a educação dos usuários o vence. Há uma lista enorme das barbaridades que pode até mesmo começar por aquele pequeno e inocente pedaço de papel toalha que o infeliz derruba dentro da pia e não o joga no lixo. Depois de molhado ele vai para o ralo entupindo a pia e somando-se a outros detritos. Fica uma beleza!
Deveria haver uma espécie de tanque com desinfetante para que se colocassem os sapatos ao sair do banheiro, pois eles ficam muito mais contaminados ao sair do que quando se entrou. Sobre as bacias sanitárias então, bem, é melhor nem comentar. Eu sempre pensei que nos aviões deveria haver banheiros exclusivos para as mulheres porque não gosto do que vejo, mas qual foi a minha surpresa ao saber que mesmo essas reclamam do uso que suas companheiras fazem desses recintos, ou seja, a nojeira não é uma exclusividade masculina.
Como ando de bicicleta por ruas, pistas e trilhas, constato a grande quantidade de lixo que é jogado por todos os cantos. São garrafas plásticas, de vidro, latas, sacos, restos de construção, folhas e galhos, pneus, colchões, sofás, travesseiros, enfim, tudo quanto é porcaria depositada onde não se deve. Como a natureza não seleciona, invariavelmente isso vai para os bueiros e, em seguida, para os córregos, é uma maravilha de civilidade. O brasileiro é antes de tudo, um porco.
ISLAND? Qual é a pronúncia adequada?
Há 4 meses