domingo, 16 de dezembro de 2012

Atrasados

      Nesse final de semana, após 22 anos o Presidente do Senado, José Sarney, assumiu novamente a presidência da República. Sendo o quarto na linha de sucessão e com a ausência da Presidente Dilma, do Vice-Presidente Michel Temer e do Presidente da Câmara dos Deputados Marco Maia, Sarney ocupou novamente a cadeira de Presidente do Brasil.

      Para mim é uma aberração, não apenas pelo fato em si, mas pela possibilidade disso acontecer. Esse procedimento deve ser do tempo em que se viajava no lombo de cavalos e levava-se um mês para se atravessar o Atlântico dependendo do vento e da habilidade dos marinheiros.

      Se  o José Sarney estava Presidente, como a Senhora Dilma poderia ser recebida como mandatária da nação e com possibilidade de assinar, nessa condição, acordos com outros países? De acordo com as nossas leis a presidência não viaja ao exterior com o presidente. O poder é transmitido ao sucessor mais próximo. No passado isso já ocorreu e o presidente de plantão tomou o avião presidencial e foi ao seu curral eleitoral no nordeste posar de bacana!

      Como uma grande nação que com certeza e sob qualquer critério estará entre as 10 maiores que comandarão o sistema mundial, é necessário que a instituição tenha critério para sucessão, pois pode haver catástrofes, acidentes, guerras, atentados e coisas assim, mas esse anacronismo deve ser extirpado.

      Com a tecnologia atual o presidente pode estar em qualquer local do globo e ter comunicação imediata com a sede do governo. As informações são atualizadas a cada instante, o que permite que todas as decisões sejam tomadas e comunicadas com total eficiência. Além do que, raramente uma viagem internacional de um presidente ocorre em caráter de emergência, elas costumam ser planejadas com muita antecedência, e assim pode-se fazer com que os assuntos que exijam a sua presença sejam agendados para antes ou depois da viagem.

      Quando o presidente americano viaja leva consigo uma maleta com códigos e procedimentos capaz de deflagrar uma guerra atômica, ou seja, o seu maior poder não é delegado. Enquanto aqui, por uma questão de dias a presidência pode trocar de mãos como se fosse um brinquedo. Brincar de ser presidente.

      Pode parecer uma besteira, mas na verdade é um atraso institucional.

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Errar Por Último


      O Supremo Tribunal Federal decide amanhã com o voto do Ministro Celso de Mello se os políticos condenados na ação penal 470, conhecida como Mensalão, deverão perder seus mandatos. Até o final da sessão de ontem a votação estava em 4x4.

      Sou crítico contumaz da baixa qualidade das nossas leis, pois as suas más redações produzem uma série de recursos protelatórios gerando, em muitos dos casos, a impunidade. O julgamento do Mensalão nem deveria ocorrer no Supremo, pois se trata de um corriqueiro delito criminal e não constitucional, mas como envolvia parlamentares que possuem foro privilegiado, demandou 5 anos de estudos e 4 meses de julgamento daquela que é a mais alta instância do poder judiciário.

      O caso específico da perda dos mandatos é sim matéria constitucional que deve ser apreciada no Supremo, pois há na constituição artigos antagônicos e que podem vir a criar algum atrito entre os poderes. Tal é a sua relevância que o presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia, já declarou que, ainda que o Supremo vote pela perda dos mandatos, essa atribuição compete à Câmara, como estabelece a constituição. Portanto a discussão é para entendidos e não para palpiteiros como eu, mas utilizando o entendimento rasteiro, primário, básico e talvez inútil, não vejo lógica no fato de um condenado à prisão utilizar o mandato como escudo.

      Seria uma situação risível se não fosse patética, um deputado condenado, por exemplo, à prisão em regime semiaberto, naquele onde pode trabalhar durante o dia e passar as noites na cadeia, que fosse ao congresso para trabalhar e à penitenciária para dormir. Como dar credibilidade a uma lei se um ou mais de seus autores são criminosos condenados? Sim porque depois de julgado no STF e nesse esgotados os recursos, nada mais é permitido a não ser acatar a sentença. Além do que, se hoje já se exige que o candidato tenha a “ficha limpa” deveria ser maior ainda a exigência sobre o eleito.

      O presidente da Câmara falou em entrevista à televisão que a decisão do STF não pode ser acatada porque seria o caso de interferência entre os poderes, mas não deu nenhuma explicação sobre a deposição do ex-presidente Collor que foi apeado do poder após a cassação pelo congresso. Não foi o poder legislativo destituindo o mandatário do poder executivo eleito em eleição livre e pelo o voto direto?

      O equilíbrio das forças se dá com o executivo nomeando os ministros do Supremo, o Legislativo fiscalizando o executivo e o judiciário dirimindo as dúvidas e exercendo o direito de errar por último, ou seja, de emitir a última palavra. Portanto, para mim está claro, bandido fazendo lei é como deixar a raposa tomando conta do galinheiro. E se for dessa maneira, é possível levar a sério esse país?

domingo, 25 de novembro de 2012

Biografias

      A internet, apesar de suas armadilhas, pode proporcionar experiências interessantes. Através dela mantenho contato regular com pessoas de países com os quais jamais pensei em me comunicar. Considero interessante saber o que fazem e como vivem sem precisar de intermediários, busco a informação na fonte, e com isso aprendi a valorizar ainda mais a liberdade que temos no Brasil.

      Há pouco tempo o Supremo Tribunal Federal enterrou a lei de imprensa que então, ainda em vigor, datava do período da ditadura militar. Ficou claro que aqui qualquer um pode se expressar de qualquer forma sobre qualquer assunto. Pagará por seus excessos, mas não poderá ser previamente impedido. Mas há uma exceção que me intriga: por que temos tão poucas biografias dos nossos ilustres personagens? Imagino que seja porque somente as autorizadas sejam publicadas.

      Em abril de 2009 o presidente Obama, dos Estados Unidos, havia recém sido empossado para seu primeiro mandato e eu, em um aeroporto americano, fui até uma pequena banca de revistas e contei 12 diferentes livros sobre ele. Se tem tanto livro é porque o povo os lê e alguém ganha dinheiro, mas o principal é que não eram todos livros "chapa branca" ou seja, só os autorizados. Lá qualquer um pode escrever sobre as pessoas públicas.

      Aqui isso não ocorre. Os ilustres brasileiros gostam de desfrutar da fama, do sucesso e dos aplausos, mas não que a sua figura pública seja publicada. Por algumas vezes já li sobre algumas tentativas que foram barradas nos tribunais, ou seja, ainda existe sim a terrível censura, e apesar de todos os defeitos que costumamos imputar aos americanos, eles são mais livres do que nós, e nós somos muito mais livres do que vários povos que conheço, mas isso não me serve de consolo, pois não devemos nos igualar aos piores, mas sim alcançar os melhores.

     Apesar dos meios tortos estamos no caminho certo, mas será que não dá para ir mais rápido?

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Enquanto isso em São Paulo...


      No estado de São Paulo a manchete de todos os veículos de comunicação em todos os dias dos últimos dois meses é o número de homicídios na noite anterior.  Desde a última semana passou a ser também a quantidade de ônibus e carros incendiados. O que está acontecendo com a (in)segurança pública no maior estado da nação?

      Com um quinto da população do Brasil, São Paulo registrou no ano passado 3.225 homicídios, nesse ano, considerando-se apenas os 9 primeiros meses, o número se elevou para 3.536, mais que em todo o ano passado ( http://oglobo.globo.com/pais/sao-paulo-registra-mais-homicidios-que-rio-em-2012-6695371 ). No estado são 10,47 homicídios por 100.000 habitantes, uma das menores taxas do país, a de Alagoas, por exemplo, no ano passado foi 70,3 (http://jus.com.br/revista/texto/18542/a-falacia-do-efetivo-policial-e-a-seguranca-publica ). Com uma população carcerária de 180.000 mil pessoas, São Paulo ocupa a quarta posição mundial, ficando atrás dos Estados Unidos, China e do próprio Brasil (http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_secao=1&id_noticia=192300 ). Segundo a mesma revista da Justiça citada acima, São Paulo tem cerca de 117.000 agentes policiais o que representa 1 para 340 habitantes, quando o recomendado pela ONU é 1 para 250, mas apenas o pouco efetivo não justifica a escalada da violência.

      A também relativa baixa taxa de homicídios no estado não está ligada somente à qualidade do serviço de segurança, está também na organização criminosa. Não há em São Paulo diversas facções que se enfrentam, mas há somente uma, hegemônica, que normalmente evita o confronto direto, pois esse interfere nos “negócios”. Porém às vezes ocorrem certas crises nesse equilíbrio. Em 2001 houve uma orquestrada série de revoltas em presídios com sucessivas rebeliões. Em 2006 mais de 500 pessoas entre marginais e autoridades foram assassinadas em curto período, e essa fase parece que voltou agora, com bandido matando policial, policial matando bandido, bandido matando bandido e policial matando policial. Já que não há pena de morte no Brasil, quando um policial mata outro ou mata bandido sem que seja em confronto e que haja vidas em risco, esse deixou de ser policial e passou também a ser bandido, e o pior: bandido com arma e farda.

      É de conhecimento publico que o maior número de presos é de origem humilde e com baixo nível educacional, pois nosso país é desigual e a desigualdade social gera violência, mas a perda de valores sociais pode ser muito mais danosa. Em longo prazo apenas a educação pode corrigir e fazer a diferença, porém em curto prazo, a repressão é necessária, mas a repressão inteligente, feita de forma preventiva, evitando que drogas e armas entrem no país e, consequentemente, no estado, terminando com as “lavanderias” de dinheiro como revendas de automóveis e postos de combustíveis, sufocando financeiramente os associados a crimes, enfim, evitando o enfrentamento, e o mais importante, criando leis que não gerem impunidade, pois o crime é uma atividade que avalia a relação custo/benefício.

      Há muitos especialistas que poderiam formatar um modelo eficiente de segurança, o difícil é fazer isso virar realidade, pois quando se depende do processo legislativo não dá para esperar grandes coisas. É de cima que deveriam vir os bons exemplos, mas de lá vêm apenas os piores.

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Escravo virtual


Não gosto de ir a supermercados e nem a lojas de roupas e calçados. Não consigo imaginar porque as mulheres gostam tanto de uma vitrine, mas gosto de ter aparelhos eletrônicos. Para comprá-los não preciso de muito tempo e nem mesmo sair de casa, basta um clique e dinheiro para pagar. Alguns deles troco com alguma frequência, mas outros fico por mais tempo como o netbook , ou como meu filho o chama, lerdobook, que por ser antigo não é tão eficiente como os atuais, mas me atende. No último final de semana substituí nele a versão original do Windows pelo novo Windows 8 e isso deu trabalho, pois havia uma certa incompatibilidade que foi superada. Nem aprendi a utilizá-lo direito, mas há uma certa vantagem: ficou muito mais rápido ligá-lo.

Se tem uma coisa que irrita o usuário de computador pessoal é ter que ficar esperando que o computador realize qualquer operação, seja do próprio sistema ou seja da rede. Os fabricantes sabem disso e se agora o chamado boot ficou rápido vem a pergunta: porque não fizeram isso antes? A tecnologia já estava disponível há bastante tempo, bastava implementá-la. Eu acho que eles gostam de nos ver irritados.

As novas funções são baseadas em aplicativos e há uma febre de atualização. A todo o momento há uma correção a ser feita, um aplicativo a ser atualizado e vários deles que requerem a intervenção do usuário, quando não, bloqueiam a operação fazendo-o esperar.

Além de gostarem de te irritar, hoje os 3 grandes fabricantes Apple, Microsoft e o Google, além do Facebook, desejam te escravizar. Os programas e máquinas de cada um deles tornam difícil a utilização dos recursos dos concorrentes e amarram o funcionamento aos seus próprios produtos. Além do que, eles sabem mais da sua vida do que você mesmo, e dessa maneira direcionam as buscas e as publicidades baseadas no histórico das operações anteriores. A invasão chegou a tal ponto que para trabalhar no Windows 8 o usuário praticamente tem que estar “logado” ao site da Microsoft, não basta ligar o computador, é melhor que ele tenha uma rede para se conectar.

Passei os olhos sobre uma reportagem nessa semana que diz que cada "assinante" vale R$ 450,00 para o Google e cerca de R$ 90,00 para o Facebook, ambos com cerca de um milhão de usuários. Há 20 anos quem poderia imaginar que haveria esse tipo de empresa e que isso pudesse gerar tanto dinheiro?

Ainda que sejam empresas concorrentes parece que há uma “teoria conspiratória” onde os grandes se unem para nos aprisionar. Eu odeio essa sensação, mas nos dias de hoje dá para viver sem essa tecnologia?

Obs. Esse texto está hospedado em uma das divisões do Google.

domingo, 28 de outubro de 2012

Transparência


      Está ficando cada vez mais claro que os “mensaleiros” não tinham um projeto para o Brasil, mas sim um projeto para se apoderar do governo brasileiro. Investigados pela polícia federal, acusados pela procuradoria geral da república e julgados pelo supremo tribunal federal vários deles estão sendo condenados e alguns correm sério risco acabar na cadeia, o que discordo, pois prefiro outro tipo de pena. O tribunal entendeu que houve a associação para a prática de crime, o que em alguns casos ficou tipificado como quadrilha. Em algumas acusações os réus foram inocentados pela falta de prova ou por empate na votação, juridicamente está coreto, mas não significa que não houve culpa, porém isso pode reduzir certas penas ou absolver alguns dos acusados.

      Atos de alguns deles e de seus caríssimos advogados, aliás, aqui vai uma pergunta, quem está pagando esses honorários? Tentam desqualificar o processo como se isso fosse uma perseguição política de um governo autoritário de oposição. Besteira! O governo é do PT. A polícia federal é chefiada pelo governo do PT. O procurador da república foi nomeado durante o governo do PT, e a maioria esmagadora dos ministros do tribunal 8 entre os 11 que iniciaram o julgamento foram nomeados pelo governo do PT. Também repassam a culpa para a imprensa que estaria a serviço dos poderosos e contra um projeto de salvação do país. Besteira novamente. Primeiro: eles não tinham um projeto para país e a imprensa não cometeu nenhuma ilegalidade, apenas denunciou os desvios. Se eles não queriam estar nas primeiras páginas ou nas manchetes que não tivessem cometido essas barbaridades. Segundo, já devia ter acabado essa idéia de que para os “poderosos” interessa que o povo seja pobre. Ninguém vai distribuir dinheiro de graça, mas quanto mais rica for a população mais oportunidade de negócios haverá e mais ricos ficarão os “poderosos”. Ainda que eu não concorde com os argumentos, eles devem mesmo espernear, pois é a liberdade e o bolso deles que está em jogo. Há ainda terceiro argumento: com o julgamento sendo transmitido “ao vivo” pela TV e Internet eles foram submetidos a um linchamento prévio, pois a visibilidade mudaria o comportamento dos juízes. Mais uma besteira. Se assim fosse o julgamento já teria terminado com todos os réus condenados a penas máximas.

      Ainda que por linhas tortas o país tem melhorado. Não com a velocidade possível ou desejável, mas naquela que lhe é permitida. Sim, ainda há muito a consertar, refazer, planejar e executar bem, mas a própria transparência no julgamento e a lei de acesso às informações, que ainda “não pegou” mas que abre a possibilidade da população fiscalizar mais de perto para onde está indo o seu próprio dinheiro são sinais de que existe esperança. O organismo mais reticente é justamente o mais corrompido que é o congresso. É o senado que dificulta a aplicação da lei de acesso às informações, é o senado que quer nos empurrar a conta do imposto de renda que os senadores não pagaram, e são eles, senadores e deputados que continuam fazendo votações secretas. Oras, por que existem votações secretas? O que eles tem a esconder? Se as votações fossem abertas os eleitores conheceriam melhor os seus representantes e eles não teriam a desfaçatez de inocentar seus pares sabidamente corruptos e acobertar os desvios que nos acostumamos a ver.

      A desburocratização, a reforma fiscal e a reforma política serão necessárias para melhorar as nossas instituições e acelerar o desenvolvimento, e a transparência deverá ser o instrumento que levará a população a deixar de ser manipulada pelo governo e passará a ser a real detentora do poder.

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Que Abra O Bico


      Ainda é cedo para fazer afirmações, pois sem que as sentenças sejam promulgadas e o julgamento concluído os juízes podem mudar o voto. É improvável, mas é possível que os hoje condenados sejam absolvidos com a mesma bela retórica que foi utilizada nos votos acusatórios.

      Os aspectos técnicos fazem parte do processo e não serão os leigos que apontarão falhas processuais uma vez que o julgamento se deu na mais alta corte do país. Nessa instância não há recurso possível a não ser a ela mesma, e aqueles que falam em recorrer a organismos externos como a Organização dos Estados Americanos (OEA) bem sabem da inutilidade de tal recurso, pois o Brasil é um país soberano cujas instituições estão ativas.

      Independe quem são os hoje condenados. Independe quais cargos eles ocupavam à época e os que ocupam hoje. O importante é que ficou estabelecido pela justiça que o Mensalão existiu. Portanto ficou claro que houve o desvio de dinheiro público e arrecadação de dinheiro privado para comprar apoio de partidos e de dirigentes partidários a fim de ampliar a base do governo do chefiado pelo PT, e isso me entristece.

      Não tenho pertenço ao quadro de nenhum partido político e por isso tenho liberdade para votar de acordo com a minha consciência e o faço sem ter a necessidade de votar em quem irá ganhar. Assim já votei em ganhadores e perdedores principalmente dos partidos PT, PV, PMDB e PSDB, e o PT me decepcionou. Na abertura da reunião Ministerial ocorrida na Granja do Torto, em Brasília, no dia 12 de agosto de 2005, o ex-presidente Lula discursou e pediu desculpas a todos os brasileiros pelos erros cometidos pelos integrantes de seu governo, partido e aliados. http://globotv.globo.com/globo-news/globo-news/v/lula-discursa-a-nacao-e-pede-desculpa-pelo-mensalao/2055082/ , porém depois disso virou o discurso e caiu em vala comum. O PT passou a ser apenas mais um partido que não tem um projeto para o país, mas o tem apenas para se apropriar do governo.

      Eu bem que gostaria de ter em minha biografia a luta contra a ditadura como muitos dos dirigentes do PT possuem, mas quando essa foi deflagrada eu era criança e quando ela acabou eu era adolescente. Sempre fui fã daqueles que dedicaram a sua vida a construir um país livre e socialmente justo, mas não consigo entender se a mudança de rumo se deu por má fé ou ingenuidade.

      Pelo que tenho lido as penas serão somadas e é possível que alguns dos condenados venham a ser presos, o que por si, é sintomático e didático, pois transmitiria a mensagem de que ninguém está acima da lei, isso poderia coibir futuros abusos. Mas eu não concordo. No meu entendimento a cadeia deveria ser o último recurso e aplicável aos transgressores contumazes e, principalmente, àqueles autores de crimes violentos, como assalto a mão armada, sequestro, estupro e latrocínio. Aos demais a pena seria a perda de oportunidade de trabalhar no governo ou ter negócios com o governo, além de devolver o dinheiro desviado e de pagar pesadas multas.

      A militância e o partido prometem um ato de desagravo elogiando seus “companheiros” e criticando a suposta perseguição elitista capitaneada pela imprensa “vendida”. Besteira pura. Houve sim crime e quem quiser melhorar a situação que “abra o bico”. Conte o que sabe e, principalmente, quem realmente foi o chefe. O país agradecerá.

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Corrida Integração


      O meu forte é criticar e falar mal das coisas e dos outros, não correr, mas às vezes eu arrisco. Mesmo sem ter treinado ontem participei da Corrida Integração em Campinas. Foram apenas 5 km que percorri  em 27’53” pela cronometragem oficial, o que me colocou em 326 na classificação geral e em quinto lugar na minha categoria, mas eu sei que posso fazer melhor, e isso é bom, pois se eu diminuir o meu tempo em 3 minutos, o que não é lá tão difícil, estarei entre os 150 considerando que mais de 800 que completaram a prova.

      Eu nunca havia participado de uma prova tão grande, com tanta gente e com tamanha organização. Pelo grande número de participantes e não sendo corredor de elite, tive que sair no “bolo” e isso significou quase dois minutos entre a largada e a minha passagem pelo tapete de cronometragem. As pessoas ficam ansiosas e tentam sair em disparada assim que toca o sinal de largada, mas a massa à frente impede e sempre tem os mais afoitos que saem trombando, empurrando e abrindo caminho mas se acabam rapidamente. Passei vários desses mais à frente, pois eles não sabem dosar a energia para chegar bem. Por outro lado, depois de ter corrido uns 3 km eu ainda via algumas pessoas que eu jamais imaginaria que pudessem ser mais rápidas do que eu. Esse é o efeito de como eu me vejo e como realmente sou. Embora o meu corpo tenha perdido vitalidade em função da idade, em minha mente sou muito mais novo do que realmente sou.

      Havia uma moça de uns vinte e poucos anos, meio gordinha, que me passava nas descidas e eu a passava nas subidas. Por causa de dor no joelho eu sempre desço devagar, mas cada vez que ela me passava eu pensava: eu não posso chegar depois dela, e imagino que ela pensava o mesmo: esse velho não vai chegar à minha frente. Porém ela não teve sorte dessa vez, pois a chegada é logo após uma reta plana e curta antecedida por uma subida em curva, e como sempre reservo energia para o final, bastou apenas acelerar um pouco e deixá-la uns 50m atrás.

Completando a prova.

      Há pessoas de todos os tipos e com os mais diferentes propósitos. Dos que querem somente aparecer aos que querem competir e bater recordes. Há os grupos de amigos, as equipes profissionais e amadoras, as turmas de academias com professores correndo junto com alunos, os solitários, os jovens, adultos e velhos. Homens e mulheres. Nos dois primeiros quilômetros ficou logo à minha frente um senhor que deveria ter mais de 70 anos e estava no mesmo ritmo que eu, a 12 km/h. O engraçado é que ele não movia os ombros, pescoço e cabeça. A parte de cima ficava dura e pulando, enquanto movimentavam as pernas, tronco e braços, mas ele corria bem, estava preparado e tinha uma silhueta esguia. Muitas pessoas o fotografavam e ele gostava.

      A experiência foi boa, mas não fará de mim um corredor. Pode até ser que eu volte no próximo ano, mas não vou me aventurar por essa seara. Ao final me restou no pé uma unha roxa, e eu já sabia que seria assim, pois isso sempre ocorre com ela quando corro, e vou ter que pagar uma multa por ter estacionado sobre um gramado onde já estavam uns 30 carros. Os F@#$%^ da  P*&^%  dos “Amarelinhos” não estavam lá antes da prova para organizar o estacionamento e os “flanelinhas “ fizeram a festa. Depois da corrida todos foram embora satisfeitos. Os Flanelinhas por terem “feito -o-dia” e os Amarelinhos por terem batido, com louvor, a meta do mês, já que todos os carros tinham a multa no vidro.

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Amsterdam e Moscou.


      Amsterdam eu já conhecia, mas é sempre bom rever e aprender um pouco mais. Mesmo tendo pouco tempo livre, pude fazer alguns passeios. Eu gostaria de ter ido novamente ao Rijksmuseum que por estar em reforma está com a mostra reduzida, portanto não fui. Em um passeio de barco pelos canais fiquei sabendo da profundidade dos mesmos, sempre mantida em até 3m, e também sobre a construção dos 3 diques que protegem a cidade. Me contaram que as crianças costumam ser transportadas de bicicleta pelos pais, mas que a partir dos 4 anos elas passam a ter as próprias bicicletas e a acompanhá-los.

Medidores de distância a laser

      O já eficiente sistema de transporte está sendo ampliado com a construção de novas linhas subterrâneas no centro da cidade, mas devido à instabilidade do solo foram instalados sistemas de medição a laser que monitoram constantemente a inclinação de alguns prédios prevenindo acidentes. Achei que o povo está fumando demais. Mais do que dentro dos cassinos de Las Vegas, nas próprias ruas me sentia defumado tanto pelo cheiro de cigarro quanto por cigarros de outros tipos. São mais de três mil casas flutuantes, porém não são mais expedidas licenças para novas casas. O preço delas gira em torno de 450.000 Euros e há uma enorme fila de espera para se conseguir uma.  Além do trabalho fiz algumas compras e depois disso parti para a minha aventura.

Casas flutuantes

      Visitei Moscou sem falar a língua russa. Aprendi algumas palavras e principalmente a lê-las, e mesmo sem saber a pronúncia correta e muito menos o significado, isso me salvou. A primeira impressão que tive foi ainda no aeroporto em Amsterdam. O vôo da KLM que é parceira da Aeroflot estava lotado de russos. Povo barulhento e desorganizado, pareciam brasileiros. Mas essa impressão acabou aí. Foi fácil passar pela imigração, respondi apenas que o objetivo da visita era turismo, e como cheguei durante a madrugada pedi ao hotel para reservar um taxi e havia um motorista me esperando. Ele não falava inglês, aliás, nenhum dos 3 motoristas de taxi com os quais andei falava inglês.  A primeira impressão do trânsito e dos motoristas foi horrível. Eles dirigem mal, colados ao volante e cada um faz o que quer. Estacionam nas calçadas. Fazem conversão e retorno sobre a própria via, estacionam em fila dupla e tem muito carro amassado. Há muitos carros velhos misturados com carros novos, inclusive assisti, por alguns instantes, a um “racha” entre Ferraris.

Estacionamento em fila dupla

      Para o primeiro dia paguei por um tour assistido feito a pé, e fui aos locais mais visitados. A partir do segundo dia passei a andar sozinho de metrô. Algumas das estações têm áreas lindíssimas com esculturas, mosaicos e arte de vários tipos, sempre valorizando a cultura e o patriotismo de um país que tem a sua estória baseada em guerras e conflitos. Eles são supersticiosos, e em uma estação há nos dois lados uma estátua de um cachorro cujos focinhos e pernas traseiras são polidas de tanto serem alisadas, pois o povo acredita que passando a mão nelas lhes trará sorte. Fiz isso também, mas perdi a foto do cachorro. Há partes feias e não tão bem conservadas, mas o sistema é eficientíssimo. Transporta mais de 8 milhões de pessoas por dia, mais que o metrô de Nova Iorque e Londres somados. As estações enchem e esvaziam com uma velocidade incrível várias vezes em curtos períodos e estão sempre muito movimentadas, inclusive aos domingos. Há estações que ficam a mais de 70m de profundidade e outras a 40m. O fluxo de pessoas vai afunilando em direção às escadas rolantes sem que as pessoas se toquem e quem não tem muita pressa fica no lado direito da escada deixando sempre um corredor à esquerda onde pessoas sobem ou descem correndo. O barulho é intenso, mas é apenas o das composições. O povo não conversa e não se olha. Dentro dos vagões os bancos ficam dispostos na lateral voltados para o centro e as pessoas dormem, ouvem música e leem. Leem muito. Seja em tablets, jornais ou livros, e o incrível é ver senhoras usando sapatos de salto alto lendo sem se segurar e o vagão balançando e correndo a mais de 80km/h. Fica a dica: para visitar Moscou sem assistência deve-se entender o sistema de metrô, pelo menos saber ler o nome das estações e saber perguntar e entender a resposta em Russo de como se chega à estação mais próxima.

Estação de metrô

      A minha passagem pela Galeria Tretiakov foi fantástica. Ela possui o maior e mais importante acervo de artistas russos. Pena que o guia eletrônico de áudio está implantado menos de 30% das obras e ninguém fala inglês. O sistema não é como o americano, falta prática. Compra-se o ingresso em um local, aluga-se o guia em outro, deixa-se os volumes em um terceiro e não fornecem um mapa. Para eu conseguir um mapa foi difícil e esse estava em Russo, mas me ajudou. A lojinha de souvenir é acanhada. A galeria estava lotada apesar de ser sexta-feira e havia muitos estudantes, inclusive crianças.  Visitei também o museu do Cosmos, mas por nãosaber me comunicar na língua deles não comprei o ingresso que me permitia tirar fotos. Apesar de ter gostado muito acho que pela história espacial deles o museu poderia ser melhor, e a loja de souvenir não passa de uma barraquinha de camelôs. Fui a 4 parques maravilhosos, todos bonitos, grandes e bem cuidados. Fiz algumas compras na Arbat Ulitsa e fiz um passeio de barco no Rio Moscou. Deixei de visitar o interior do Kremlin , o mausoléu do Lênin e de assistir a um espetáculo no Bolshoi. Mas estive na companhia de amigos que fiz pela internet nesses últimos anos e com os quais tenho me correspondido com frequência.
Posso dizer que a cidade é lindíssima mas precisa se preparar melhor para receber turistas. Com relação ao comportamento das pessoas acho que eles estão em um estágio saindo do tudo é proibido para o faço tudo o que quero, como o trânsito de que já comentei e com os jovens fumando muito e jogando cigarros nas ruas e calçadas. Nos restaurantes ainda se dividem as mesas em áreas para fumantes e não fumantes, embora o condicionador de ar seja comum a todos os frequentadores. Vi alguns mendigos principalmente próximos às grandes igrejas; vi poucas pessoas negras e há também poucas pessoas gordas. A absurda maioria é magra. A comida merece um capítulo à parte, mas não sou bom nisso e só posso dizer que não passei mal e o que comi de mais estranho foi uma sopa gelada de beterraba crua ralada.

  A belíssima catedral de São Basílio

      Foi uma experiência maravilhosa tanto pelo que fiz quanto pelo que deixei de fazer, mas pelo que não fiz deixei uma porta aberta para voltar a Moscou e também para conhecer outras cidades as quais não pude ir dessa vez. Para tomar o avião de volta a segurança foi maior do que as que já passei em outros aeroportos, e por fim um comentário pelo qual a Nega vai me matar: as mulheres são lindas. Até as mais feinhas são bonitas, e há um montão delas absurdamente maravilhosas. Quanto aos homens, bem, é melhor perguntar para outra pessoa, pois nem sei se existe isso por lá, e se existe, não reparei.

domingo, 2 de setembro de 2012

Sites Oficiais


Na terça-feira irei a Amsterdam e no final da próxima semana para Moscou. Há alguns meses quando comecei a planejar a viagem fui procurar informações sobre visto e vacinas. Como idiota, fui aos sites oficiais, e claro, não encontrei o que queria.

Acessei o site do Ministério das Relações Exteriores (http://www.itamaraty.gov.br/ ). A página principal é uma ode ao ministro. Viagens, participações, palavras, atos, etc. Daquilo que me interessava busquei: Assistência a Brasileiros, que conta algumas estorinhas mas não encontrei. Busquei então em Embaixadas e Consulados as Representações Brasileiras no Exterior. Em Moscou busquei a página de Orientação ao Turista Brasileiro que estava em construção. Hoje a página está ativa e com algumas boas e práticas informações, mas muito incompleta, por exemplo, não fala da necessidade de vacinas, dinheiro, cartões e nem da segurança. Mas melhorou.

Fui pesquisar no Ministério do Turismo (http://www.turismo.gov.br/turismo/home.html ) e a cara é parecida. Propaganda do ministério e informações sobre o turismo interno e copa do mundo. Fiz uma varredura completa e acabei no: Fale Conosco. Fiz três solicitações. sobre o visto, sobre a vacina, e pedi algum encarte impresso sobre locais turísticos no Brasil para que eu possa dar a amigos na Rússia, isso é, eu queria fazer propaganda do país no exterior carregando peso em minha mala. Alguns dias depois recebi uma correspondência protocolar agradecendo pelo meu contato, indicando os sites do Ministério das Relações Exteriores e o do Ministério da Saúde e com alguns links de locais turísticos.

Resposta inútil. Capitulei e fui buscar as informações que eu precisava em blogs e agências de turismo, mas não sem antes consultar o site do Ministério da Saúde (http://portalsaude.saude.gov.br/portalsaude/ ), também como nos outros há uma porção de ícones de programas numa arrumação que mais parece macacão de piloto de fórmula 1, propaganda pura.. Há também vários links indicando cifras de investimentos que dão a impressão que muito está sendo feito pela saúde dos brasileiros e, evidentemente, se existe a informação que eu queria deve estar bem escondida em algum canto para que não seja encontrada.

Esse é o custo Brasil. Esse é o mau uso do dinheiro público. Pagamos para que os políticos façam as suas próprias propagandas e não nos dão as informações necessárias ou suficientes.

terça-feira, 21 de agosto de 2012

É Isso Que Dá Eleger Qualquer Um.


      É isso que dá eleger qualquer um!

      Ontem ouvi na Voz do Brasil que há um projeto em tramitação na câmara dos deputados e que se for aprovado por uma comissão será remetido ao senado sem que necessite ser aprovado pelo plenário da câmara. Nada contra os processos até porque não os analisei, mas tudo contra o projeto.

      Os parlamentares que assinam o projeto querem obrigar as indústrias eletrônicas a instalarem um interruptor em todos os equipamentos novos para que ao serem desligados cortem completamente o consumo de energia elétrica. A justificativa é que essa medida “ecológica” contribuiria para a redução do consumo de energia, mas sem diminuir a comodidade do usuário. Idiotice pura. Até pelo simples fato de que se o consumidor quiser fazer isso basta desconectar o cabo da tomada.

      Mas quem quer ter que programar o forno de microondas toda vez que for utilizá-lo? Quem quer primeiro ligar uma chave no televisor, DVD, Blu Ray ou home teather antes de acioná-lo pelo controle remoto? É claro que isso irá gerar um incômodo tal como o de acabar com as sacolas plásticas nos supermercados.

      Para que os equipamentos mantenham a programação prévia ou possam ser acionados por controle remoto algum circuito interno precisa ficar alimentado durante todo o tempo, e se não for pela própria energia será por bateria que em algum momento precisará ser carregada, ou seja, irá consumir energia da mesma maneira pois as baterias não geram energia, apenas acumulam. Além do que, haverá um processo para a produção de mais baterias, ou seja, tecnicamente falando, o resultado pode ser pior do que a situação atual.

      Sou completamente a favor da redução do desperdício e da preservação dos recursos naturais, mas sou contra abrir mão do conforto. Não quero voltar a viver como no tempo das cavernas. O que desejo é que reunindo o conhecimento existente possam ser criadas maneiras corretas de se utilizar os recursos. No exemplo das sacolas plásticas que sejam todas biodegradáveis. Quem quiser utilizar que pague por isso, se não quiser que carregue as sacolas retornáveis.

      Para a admissão em empregos sem a necessidade de formação específica o mínimo que se pede é o segundo grau completo. Tudo bem que o nosso ensino não é lá essas coisas, mas o que se exige para que o cidadão seja deputado federal? Nada. Na última eleição tivemos um campeão de voto praticamente analfabeto. Não haveria problemas se eles não soubessem ler ou não fossem especialistas em tudo, mas que utilizassem a verba contratando bons assessores, mas desse jeito está muito ruim. Talvez a melhor alternativa seja reduzir o número de parlamentares, pois sendo poucos diminuirá a possibilidade de cometerem asneiras, ou na pior das hipóteses, ficará mais barato mantê-los.

sábado, 18 de agosto de 2012

Privacidade


      O brasileiro pode não ser muito produtivo, mas que é criativo, ah isso é!  Criamos principalmente leis, estatutos e programas que nem sempre atingem o resultados esperados, mas criam empecilhos ao cidadão.

      Temos a Lei Maria da Penha, ninguém em sã consciência pode dizer que ela está errada, mas as mulheres continuam apanhando.

      Temos o estatuto do idoso, mas esses continuam se desgastando nas filas das consultas e morrendo nas filas dos hospitais.

      Temos o estatuto da criança e do adolescente que lhes dá direito de fazer tudo o que há de errado, mas trabalhar não pode.

      Foi necessário criar a Lei Da Responsabilidade Fiscal para que os governantes não pudessem gastar mais do que arrecadam, e eles continuam gastando, mas para se reelegerem não para melhorar a vida da população.

      Criaram a lei obrigando os caminhoneiros pararem para descansar depois de um certo período dirigindo, mas não fizeram os locais para descanso. Inventaram que a fiscalização seria feita com tacógrafos, mas se não tiver tacógrafo vale a anotação manual. É desnecessário dizer que é uma inútilidade, pois é facilmente fraudável.

      Quem se lembra da obrigatoriedade de se ter no carro o kit de primeiros socorros? Eles desapareceram das farmácias e supermercados e quem os tinha os vendia a preços estratosféricos. Comprei o meu e acho que o tenho jogado em algum canto, porque depois da gritaria geral a regra foi abolida.

      Na semana passada ouvi novamente a notícia que a partir do próximo ano todos os carros deverão sair da fábrica com um chip instalado no vidro, e que até 2014 todos os veículos terão que possuí-lo. O tal chip será lido por sensores espalhados em vias urbanas e rodovias e permitirá que os carros sejam identificados e caso haja irregularidade, poderá ser fiscalizado ou penalizado até mesmo eletronicamente. A justificativa é que isso aumentará a segurança do proprietário do veículo, pois em caso de furto, ou roubo, o carro poderá ser identificado e recuperado. Na verdade estão preocupados é com a arrecadação, pois estima-se que há cerca de 18 milhões de veículos rodando irregularmente no país. Isso é, sem pagar o IPVA.

      Estamos na era da exposição e o brasileiro adora isso. Fomos o país com mais perfis no Orkut e já devemos estar perto disso no Facebook. Usamos ferramentas como o Instagram e todos os meios de “check inn” para mostrar onde estamos. Podemos facilmente ser rastreados pelo celular e agora o seremos também pelo carro. A diferença é que nas redes sociais o fazemos espontaneamente, mas com o chip, obrigatoriamente.

      Esse é um caso que pode facilmente chegar ao Supremo Tribunal Federal, pois atenta diretamente contra a privacidade.

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Medo De Vencer


      Em dezembro a Nega e eu completaremos 38 anos juntos e ela, que me conhece bem, costuma dizer que tenho estômago de avestruz, couro de jacaré e que eu gostaria de ser americano. Meu estômago não aceita mais incólume um copo cheio de chá de alho como outrora, o “couro” também piorou, ao ponto de ter que usar protetor solar para sair de casa com o sol forte, mas que gosto da língua inglesa, dos Estados Unidos e da sua cultura, isso sim.

      Tenho medo dos extremos, acho-os todos perigosos, mas admiro a cultura do mérito, da conquista de acordo com a capacidade, do esforço e da determinação na busca pela vitória, e deve ser por isso que os esportes me fascinam. Não gosto da rispidez nas relações que os europeus e americanos têm, mas a obsessão deles por vencer pode ser vista nas olimpíadas. São muitas as leituras que podemos fazer dos resultados, mas há três comportamentos que eu gostaria de destacar. Enquanto o Brasil patina no quadro de medalhas, os Estados Unidos e a China brigam pela liderança. Durante toda a minha vida os americanos estiveram na ponta e o papel que hoje a China representa foi da União Soviética e de seus associados, como Alemanha Oriental e de Cuba.

      Culturalmente os americanos são incentivados a vencer e há apoio financeiro e tecnológico aos seus atletas. O sistema de descoberta de talentos vem das escolas, com campeonatos locais, regionais e nacionais e começa bem cedo. Já na China há a imposição do governo que “fabrica” muitos dos atletas e eles são obrigados a vencer por imposição do estado. Há o caso conhecido do casal de jogadores de basquete que foram obrigados a ter filho para gerar bons jogadores, e também há a denúncia de que o governo separa as crianças da família e as obriga a participar de sessões intensas de treinos, que são incompatíveis com a idade e com o desejo.

      Já no Brasil são os clubes que formam os atletas e os que se destacam conseguem algum patrocínio. O nosso modelo é mais próximo do americano e é bom que assim seja, pois numa democracia não tem lugar para a intromissão do estado na vida privada, mas, por outro lado, há muito menos clubes que escolas, logo, na base, levamos desvantagem. Grande parte das medalhas brasileiras vem de esportes de elite como hipismo e iatismo cujos atletas têm condição de se manter, porém nas demais modalidades, sem planejamento e sem apoio do governo não há como obter bons resultados, salvo casos excepcionais.

      Além da estrutura equivocada e da falta de apoio, a nossa cultura não é a do vencedor, o brasileiro gosta do esforçado e do desfavorecido. A eleição do Lula não foi uma eleição de ideal político, mas a luta do pobre trabalhador sem escolaridade contra a elite intelectualizada. Até o reality show Big Brother teve suas regras mudadas, pois quando dependia de votação ganhava o pobre ou o representante da minoria, nunca o bonitão ou a gostosona. Em todos os jogos há os brasileiros que saem desapontados por um resultado muito abaixo do esperado e não os culpo, pois eles possuem algum resultado expressivo, mas são o retrato da nossa estória, da nossa cultura, na verdade, são os nossos representantes.

      Poderíamos até dizer que os brasileiros adotaram o espírito dos jogos “O importante é competir”. Coisa nenhuma! O importante é ganhar, e ganhar o ouro, pois ninguém ganha a prata, perde o ouro. Enquanto o brasileiro é preparado para participar, o nosso adversário é preparado para vencer.

terça-feira, 31 de julho de 2012

O Julgamento do Mensalão


      Na próxima quinta-feira (02/08/2012) deve ter início o julgamento, pelo Supremo Tribunal Federal, dos réus daquilo que se convencionou chamar de Mensalão, e que em 2005 o então Procurador Geral da República que ofereceu a denúncia ao tribunal classificou como “Sofisticada Organização Criminosa”, e o que está em jogo não é apenas o destino dos réus, mas a qualidade da democracia brasileira.

      O que se espera é que a justiça seja feita, se houver culpados, que sejam punidos, se houver inocentes que sejam liberados, e se considerarmos que os réus são políticos que integravam a base de sustentação do governo Lula, de longe o mais popular dos presidentes brasileiros, que a denúncia foi apresentada pela Procuradoria Geral da República, cujo procurador é nomeado pelo presidente, e que o julgamento será feito pelo Supremo, cujos ministros também são nomeados pelo presidente, temos a sinalização de que as instituições estão funcionando e cumprindo o seu papel. Há, no entanto, situações difíceis de aceitar, algum culpado pode ser inocentado por falta de provas, por erros cometidos no processo, ou por decurso de prazo. Técnica e legalmente está correto, mas moralmente não. Não é assim que se faz justiça.

      Há também o caso da composição da corte. São 11 ministros, de maneira que não é possível haver empate na votação, mas um dos ministros pode se declarar impedido de votar, aliás, independentemente da possibilidade de haver empate é a decisão mais correta, pois o Ministro Dias Toffoli, que foi nomeado pelo Presidente Lula, também exerceu o cargo de advogado geral da união, foi assessor jurídico do Partido dos Trabalhadores por 15 anos, foi assessor da Casa Civil quando essa era chefiada pelo ex-ministro José Dirceu, foi sócio de um escritório que defendeu 3 outros réus, e sua companheira, a advogada Roberta Rangel, foi advogada de outros 2 réus. Sempre haverá a suspeição caso o voto desse ministro não seja pela condenação, ainda que ele o tenha feito tecnicamente de maneira correta.

      Portanto o resultado do julgamento será também o julgamento da instituição. Costuma-se dizer que contra decisões do supremo não há recursos, a não ser ao próprio supremo, portanto é dele a palavra final à qual só cabe acatar. Mas reconhecer que ele fez ou não um bom trabalho qualquer um pode. Nesse caso, o que seria um bom trabalho? Depende do lado que se está, para o governo é a absolvição, para a oposição é a condenação, e para o povo?

      Embora a população não se manifeste e nem ao menos tenha conhecimento do que está ocorrendo, o melhor para o país é que haja justiça, que as instituições funcionem, e que se dê um basta nos desmandos, corrupção e roubalheira, pois o interesse de algumas pessoas, de alguns partidos e de alguns governos não pode se sobrepor ao bem geral.

Obs. Da atual composição do Supremo, 6 Ministros foram nomeados pelo Presidente Lula, 2 pela Presidente Dilma e os outros 3 foram nomeados pelos Presidentes: Sarney, Collor e Fernando Henrique.

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Quase Fui Atropelado.


      Não bastasse a baixa qualidade do ensino no Brasil, temos que conviver também com a falta de educação. A nossa permissiva constituição determina que o estado provenha educação básica e que cuide das crianças. Isso seria ótimo...se funcionasse. Vejo todo início de ano pais reclamando da falta de vaga para seus filhos nas creches municipais. São enfáticos: é nosso direito... pagamos nossos impostos... Não posso dizer que eles estão errados, pois a lei os ampara, mas a escola que já tinha baixa qualidade piorou. Virou depósito de criança.

      São muitas as famílias que transferem para a escola a responsabilidade de educar os seus filhos e não apenas de transmitir-lhes conhecimento. É evidente que sem a estrutura adequada em termos físicos e de recursos humanos a escola não faz uma coisa nem outra e a deseducação só faz aumentar.

      Quando falta educação a qualidade da cultura também é sofrível. Pertencemos ao país da malandragem, do jeitinho, da malemolência, do deixar tudo para a última hora e de levar vantagem em tudo. Não querendo entrar na seara da incompetência, da corrupção e da política, vou me ater ao trânsito. Somos também do país do desrespeito total às regras de trânsito. Ultrapassamos pela direita, não respeitamos a sinalização, velocidade máxima então só serve para dar dinheiro a quem produz as placas e que nem mesmo a indústria da multa consegue dar um jeito. De acordo com a seguradora que administra o DPVAT morrem 160 pessoas por dia no trânsito no Brasil, a maioria é de jovens com idade entre 21 e 30 anos. Das indenizações pagas em 2010 31% foram por causa de acidentes de carros e 61% de acidentes com motos.

      Há pouco mais de um mês quase fui atropelado na esquina de casa. Por eu ter somente uma vaga de garagem no prédio onde moro a deixo para a minha filha e alugo outra garagem na esquina. Tenho que atravessar duas ruas e fiz isso sobre as duas faixas para pedestres. Na primeira tudo bem, mas na segunda, quando eu já estava no meio da rua, um motociclista não respeitou a placa de parada obrigatória e com a visão encoberta por uma van não me viu e desviou muito perto. Aquela caixa horrível que esses entregadores carregam nas costas, e na qual provavelmente deveria haver pizzas, bateu em minha mochila.

      Devido à alta velocidade ele levou uns 40m até reduzir, voltou na contra mão e por sobre a calçada e queria brigar comigo. Ele foi categórico ao afirmar que eu estava ficando louco, pois a placa de parada obrigatória não é para ser respeitada e se não vem ninguém na outra rua ele não precisa nem reduzir a velocidade, e que a única função da faixa é gastar tinta! Me vi numa situação ridícula de ter que discutir no meio da rua e poderia ter sido pior, ter que enfrentá-lo fisicamente, ainda que ele estivesse com luvas, blusa de couro, capacete, e sendo 10cm mais alto que eu e provavelmente uns 15kg mais pesado, com a minha condição atlética acredito até que eu não sairia tão mal, mas não preciso disso. Não devo e não quero viver nesse nível.

      Eu não vou mudar o mundo e sou do tipo consumidor idiota fiel aos locais e marcas, mas só até que algo me desagrade e me obrigue a trocar, mas há muito tempo tomei uma decisão: eu não peço a entrega de comida pronta. Se for preciso saio de casa e vou buscar, mas não alimento esse tipo de emprego e cultura, sim, pois essa maneira de utilizar as motos vêm dos “motoboys” de São Paulo que te fecham, chutam os espelhos, se chamam de irmãos e se transformam em uma turba contra qualquer motorista que supostamente tenha desrespeitado a um deles.

      Acredito que esses desgraçados não tenham tido a oportunidade de ter uma melhor instrução, qualificação e conseguido melhores empregos, mas se depender de mim, não irão ganhar a vida fazendo entregas e disseminando essa falta de valores.

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Nove de Julho


- Bom dia, tudo bem?
- Bom dia seu Cesar, tudo bem, e com o senhor?
- Tudo bem. Vamos começar de novo... bom trabalho.
- Bom trabalho pro senhor também... Seu Cesar... segunda-feira é feriado?
- É sim, é feriado.
- Mas qual feriado?
- Nove de julho?
- Mas qual é o feriado de nove de julho?
- Revolução Constitucionalista de 32.
- Foi o que isso, seu Cesar?
- O governo de São Paulo não concordava com o governo do Getúlio Vargas, queria uma nova constituição e por isso entrou em guerra.
- Teve guerra, seu Cesar? Assim, com tiro?
- Teve, São Paulo lutou contra o governo federal, e São Paulo perdeu.
- Foi São Paulo contra outros países?
- Não, foi São Paulo contra os outros estados brasileiros.
- Então São Paulo perdeu?
- Perdeu, os outros estados ficaram ao lado de Getúlio Vargas.
- Getúlio Vargas era presidente?
- Não, era o ditador.
- O que é ditador?
- Ditador é o chefe do governo que não foi eleito, ou caso tenha sido, desmancha o congresso e passa a governar amparado apenas pela força.
- Então São Paulo perdeu! Bom dia seu Cesar, bom trabalho.
- Bom dia, bom trabalho.

Em 1930 o ex-governador de São Paulo Júlio Prestes derrotou Getúlio Vargas na eleição para a presidência da república. Vargas, através de um golpe, derrubou o presidente em exercício, Washington Luis, e tomou posse comandando uma junta provisória que extinguiu a constituição de 1891. Em 1932, São Paulo, que reclamava por uma nova constituição e pela autonomia do estado declarou guerra ao governo central. O movimento iniciado em 9 de julho de 1932 e que durou até 4 de outubro do mesmo ano produziu, em dados não oficiais, mais de 2000 mortes e estabeleceu os 4 heróis chamados de MMDC – Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo. No mesmo ano São Paulo voltou a ter um governador paulista e em 1934 uma nova constituição foi promulgada.

segunda-feira, 2 de julho de 2012

O Voto Secreto


      Que muitos dos nossos políticos são incompetentes e corruptos todos sabemos, e devemos saber também que a culpa é nossa por elegê-los, mantê-los e por não exigir que façam mudanças essenciais nas leis que poderiam acabar com esse desmando.

      Nesse país onde ainda há trabalho escravo é possível reconhecer a necessidade do voto secreto. Eu posso declarar meu voto porque sei que não haverá retaliação, mas em determinados rincões ainda impera o voto de cabresto, cabendo à população votar em quem o senhor manda. Assim o segredo do voto continua sendo essencial.

      Para nós, eleitores, o voto é obrigatório, mas não deveria mais sê-lo. Quem quer vota, quem não quer delega o poder de decisão, simples assim. Essa mudança não ocorre porque os maus políticos ficarão sem voto. Quem vota com consciência escolhe o seu representado e quem vota por obrigação vota elege qualquer palhaço que aparece.

      Em nosso congresso ocorre justamente o oposto e aqui a mudança é imperativa. Para os parlamentares o voto deveria ser obrigatório. Não é possível que um congressista se dê o direito de não votar uma matéria sem justificativa plausível. Isso ocorre muitas vezes porque nem a presença lhes é exigida. Em muitas das vezes as matérias são aprovadas por acordo de lideranças, o que embute uma enorme distorção no sistema. Aprovam-se excrescências junto ao texto principal. O parlamentar é um empregado do povo e é pago para representá-lo, portanto não pode simplesmente faltar com a sua responsabilidade que é apreciar todas as matérias e estar presente em todas as votações.

       Já o voto do congressista que é secreto deveria ser aberto. O povo tem o direito de saber como o seu representante vota. O Voto do deputado ou senador interessa à população, pois essa deve saber como pensa e agem os seus eleitos. Não há justificativa para que o voto seja secreto, a não ser enganar o eleitor. Nas democracias avançadas nada é tão desgastante para um político como a mentira, mas aqui se mente deslavadamente sem que haja a necessária punição.

      Muitas outras mudanças são necessárias, mas a implementação dessas medidas já seria um bom começo. 

sábado, 23 de junho de 2012

Apenas Por Um Instante


      Foi em 1999 e apenas por um instante. Foi um momento muito rápido, o tempo necessário para assinalar um X. Na boca da urna tomei a decisão e cravei o meu voto, esperança, e principalmente, acreditei no então candidato Lula. No primeiro turno eu havia votado no Mário Covas, mas no segundo não consegui acreditar no pretenso “Caçador de Marajás” que prometia derrotar o “Tigre da Inflação” com apenas uma bala. Por falta de opção votei no PT que não levou. Mas o nosso dinheiro foi tungado pelo malfadado plano Collor capitaneado pela então ministra da economia Zélia Cardoso de Mello e devolvido em parcelas pelo governo do PSDB vários anos depois num cálculo que somente especialistas poderiam dizer se foi justo ou não.

      Em 2002, apesar de ter votado PSDB, não me senti derrotado com a vitória do PT, pois acredito que a alternância de poder faz bem à democracia. Hoje, ao contrário da maioria, avalio que o governo do Lula foi medíocre. Talvez ele seja, junto com o ex-ditador Getúlio Vargas, o mais popular dos políticos brasileiros, mas a popularidade não é sinônimo de qualidade. Uns trocados a mais no bolso dão popularidade e resolvem problemas imediatos, mas não os estruturais que poderiam nos deixar no real caminho do desenvolvimento social e econômico. Melhoramos nossa posição surfando a onda de prosperidade mundial que agora se desmanchou na praia e o nosso crescimento voltou ao seu real valor, quase nada.

      Nunca acreditei que o ex-presidente Lula fosse o imbatível estrategista político apenas por ter tirado da cartola a candidatura da administradora conhecida, mas palanqueira inexperiente Dilma Rouseff, e a tornado presidente, pois não foi a sua popularidade que gerou o resultado, mas sim a economia, afinal ele foi derrotado três vezes nas corridas presidenciais sendo duas por goleada, ainda no primeiro turno. Ainda que a estória se repita e o ex-ministro Fernando Haddad venha a ser eleito prefeito da capital paulista, não haverá vitória. Terá sido a mais acachapante derrota do ex-presidente. Ele já perdeu antes mesmo do jogo começar.

      Sempre considerei o ex-presidente Lula um político de sorte, esperto e matreiro. Considerando o nosso quadro político eu também entendia que ele, aliado ao seu partido, era o único com possibilidade de fazer algo concreto para moralizar a política no Brasil. A minha ilusão começou a esmaecer quando ele veio a público, em horário nobre, se desculpar pelos desvios de seus aliados naquilo que ficou conhecido como “Mensalão” , cujos participantes deverão ser julgados pelo Supremo Tribunal Federal a partir de agosto próximo. Naquele momento vi que nem mesmo o PT merecia a credibilidade que eu imaginava. Pior ficou a situação quando o vi as alianças que estavam sendo formadas para garantir a tal governabilidade. Para manter não apenas a maioria absoluta, porém quase que a unanimidade, o governo Lula jogou às favas a sua estória e se aliou àquilo que de pior há na política brasileira, o fisiologismo e incompetência histórica, incluindo dois ex-presidentes, Sarney e Collor.

      Não bastasse isso, o Lula tenta reescrever a história, como se fosse possível debitar à sociedade e não a si mesmo e ao seu partido a existência do “Mensalão”.  Às vezes nega a existência, e em outras diz que não há nada de irregular no comportamento dos “companheiros” pois eles apenas fizeram o que todos fazem. A essa altura do campeonato eu já estava invocando o Raul Seixas e pedindo: pare o mundo que eu quero descer!

      Mas como eu já repeti aqui várias vezes: para o pior não tem limite. Nessa semana o presidente de honra do PT extrapolou e perdeu. Perdeu de goleada. Foi massacrado com requintes de crueldade por aquele que representou por muito tempo a antítese do pensamento petista. O Lula desceu de seu pedestal e foi humilhantemente e com registro de toda a imprensa aos jardins da mansão do único político profissional brasileiro que não pode colocar os pés fora do Brasil pois será detido pela Interpol, o senhor Paulo Salim Maluf. Será uma imagem eterna e mancha perene na biografia do Lula a constrangedora congratulação pelo apoio do Maluf à candidatura do Haddad. A história do PT e do próprio Lula foi barganhado por um minuto e alguns segundos de horário político no rádio e televisão. O Maluf, com seu sorriso característico se vingou de toda oposição que recebeu do PT durante todos esses anos.

      A minha sandice por ter, pelo menos por um instante, acreditado na boa intenção do ex-presidente Lula e sua trupe me insere cada vez mais na frase do já falecido economista e ex-ministro Roberto Campos: no Brasil a burrice tem um passado glorioso e um futuro promissor.

terça-feira, 19 de junho de 2012

Let's Get Back To Work


      I should control my triglycerides level with health food and physical exercises. I can’t run because my knee hurts, so, since almost four years ago I bought my first bike. I biked well until last February but I changed my training based on intensity to another based on power because I want to do my first race on November. I knew that my performance will decrease at the first moment but I can’t stand these.

      On May 27th I was planning to do a 120km ride with my coach but I was not in a good condition, because 2 weeks before I had flu, when I start to be good again I had a surgery teeth, so, it means 2 weeks without training. We run with 4 more bikers and I delayed the group. All of them were much better than me, so they run and waited for me 3 or 4 times and much more than physical failure, I got a mental failure. Although my average speed was 23km/h and it is not so bad, I expected much more, something like 30 km/h. So I was extremely disappointed.

      After that I worked hard, about 18 hours per day all week long as I described in my last post, and in the next week it was rainy and cold. About one month without training I returned to the gym and I can’t repeat the same exercises series that I was accustomed and my body hurts. Last week I was lazy and I didn’t bike. I’m still down because I failed.

      Yesterday I decided to start again and today I biked 30 km with mountain bike. My best time for this ride is 1:17:56h and today I did 1:25:12h. I spent more than 7 minutes and the worst part is: I’m exhausted and I should go to the gym in few minutes!

      I’m very competitive person. I know I have much better physical condition than the average people with my age, but it is not enough to me. I compete with myself. I like to get better marks and to fail is too much to me.

      While I biked today I decided: I won’t participate these race this year and I’ll improve my training to get a good performance again, because I have no time to cry and stay down is not to me. So let’s get back to work.

quarta-feira, 6 de junho de 2012

Deixar Rastros


      Na semana passada trabalhei muito. Não foi a primeira vez e espero que nem seja a última. Fui envolvido em um projeto que já estava em andamento e junto com a equipe fizemos uma operação quase que de guerra para cumprir as metas e finalizar o projeto no tempo necessário. Ao final tudo deu certo e todos nós gostamos do resultado.

      Há muitas áreas de trabalho na engenharia como projeto, manutenção, vendas, instalação entre outras. E é de instalação que eu mais gosto. Para vendas eu não tenho talento nenhum. Não sei me relacionar de maneira agradável o tempo todo e com todo mundo e muito menos jogar com incertezas de quem pode prometer e não conseguir cumprir. Fazer projetos é bom, mas se ele não for realizado não passa de papel. Nessa área se realiza quem pode abstrair e dizer que ele teria ficado muito bom se tivesse sido concluído, o que não me satisfaz. Eu sei fazer manutenção. Tenho uma característica que não sei de onde vem, mas que me faz distinguir instintivamente o que é causa e o que é efeito e isso faz toda a diferença, mas o que me desagrada é que é um serviço muito ingrato, pois você só é lembrado por algo ruim, já que funcionar é obrigação.

      Instalar é outra estória. Você pega um papel cheio de desenhos ou mesmo sem papel nenhum, tem um monte de caixas com muitos equipamentos novos, um local, no mínimo, ajustado, e vai encaixando as peças, encontrando soluções, fazendo testes e pronto. Daquele monte de coisas algo se materializou. Se realizou. Caso ocorra problemas depois do produto ter sido entregue o problema passa a ser da manutenção. E quando isso ocorrer você já estará em outro local fazendo outro sonho se materializar.

      Tenho um amigo que diz que engenheiro tem que deixar rastros, deixar pegadas, e eu concordo. E durante a minha vida profissional pude concluir várias implantações. É claro que em nenhuma dessas trabalhei sozinho, sempre trabalhei com equipes ótimas, cada elemento com a sua característica, cada um com a sua habilidade, e quando se consegue distribuir as tarefas de acordo com as capacidades o serviço simplesmente flui, o resultado aparece e a pegada está impressa.

      A última semana foi de muito cansaço físico, de muito trabalho e poucas horas de sono, aliás, sono havia, não havia como dormir por mais tempo. Também teve algum estresse, pois adaptamos o que já estava em andamento, assim tivemos algum retrabalho, mas isso faz parte dessa atividade e o que importa nesse caso é o resultado. Atingimos o objetivo e deixamos mais uma pegada, mas agora é hora de voltar à rotina e colocar em dia o que deixamos para trás.

domingo, 20 de maio de 2012

É Melhor Continuar Sendo Pobre.


      Nasci para ser pobre e por isso sou empregado. Apesar de possuir algumas habilidades que poderiam me proporcionar alguns pontos diferenciais em um negócio próprio não sei me portar como comerciante. Por outro lado isso me permite escolher as companhias e as amizades, o que não seria possível se eu dependesse do comércio para viver.

      Ontem saí de casa para ir ao banco, ao supermercado e falar com um amigo. Como todos os locais eram perto de casa fui a pé. Nós tínhamos um ponto em comum que era retirar o kit para participar de uma corrida hoje e ele já havia combinado com uma terceira pessoa para irem até o local e me convidou. Sabe aquela sensação de não querer aceitar, mas pela circunstância se vê envolvido? Pois é, foi o que fiz. Eu já havia estado com esse rapaz, de cerca de 35 anos, umas duas ou três vezes, mas nunca havíamos conversado.

      Ao entrar em seu carro, um ágil fiatizinho 1400 ou 1600, o meu amigo disse, vocês dois que são engenheiros vão na frente pois podem conversar, e ele prontamente retrucou, hoje é sábado e eu não converso sobre trabalho. Apenas para participar eu disse que era dia de descanso. Não havíamos percorrido nem 400m e ele em uma manobra ousada, mas não tão arriscada, ultrapassou dois carros, e o meu amigo comentou: você dirige agressivamente e ele respondeu: agressivamente não, eu sou esperto. Veja: eles estão abaixo da velocidade permitida e em fila, um passou pelo semáforo e o outro ficou. E continuou a dar lições de trânsito justamente para mim, que me considero um bom e experiente motorista. Eu comentei que ele deveria respeitar os ciclistas, e o esperto respondeu: se eles me respeitarem tudo bem, do contrário eu também não os respeitarei. Se um deles atravessar o sinal vermelho eu o jogo do outro lado da rua. Comentei que existe uma outra lei que diz que não é permitido matar e a regra de trânsito diz que o mais forte deve proteger o mais fraco.

      Essa conversa não iria terminar. Ao sairmos pela avenida São Carlos e entrarmos na rodovia Washington Luiz na direção da capital há um pequeno aclive no qual transitava um gol 1000 que sendo conduzido por um motorista, no mínimo, desatento. O esperto logo tomou a mão da esquerda o que daria a ele a prioridade na ultrapassagem, mas o motorista do gol, em uma manobra imprevidente, ainda que sem risco, saiu para a esquerda. Era uma situação perfeitamente administrável, pois havia distância segura e a diferença de velocidade não era tão grande, mas o esperto deixou para frear na última hora, enfiou a mão na buzina e deu repetidos sinais de luz. Não contente, quando o outro retornou para a faixa da direita, o esperto passou gesticulando, buzinando, xingando e eu morrendo de vergonha.

      Veio então uma enxurrada de justificativas do tipo, se não sabe dirigir, que não saia de casa. Se não está preparado, que não pegue a pista. Se fosse um caminhão teria passado por cima. Se ninguém falou nada para ele alguém tem que ensinar e agora ele vai aprender. Logo à frente ele teve que reduzir a velocidade e justificou, aqui eu diminuo porque tem o posto de guarda e tem radar. Não me contive: você está errado, você deve diminuir a velocidade não por causa do guarda ou do radar, mas porque é a velocidade que a lei determina. Ele desconversou e percebi que era o momento de eu me calar. Apenas o respeito ao meu amigo que me convidou me fez não pedir para descer e voltar a pé para casa, uma situação que a minha condição física perfeitamente me permite.

      Chegamos ao local, pegamos os kits, voltamos e não comentei mais nada. Apenas me despedi e agradeci, mas essa é uma companhia que não quero e uma amizade esperta que não desejo. É melhor continuar sendo pobre.

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Que Deselegância!


      Sou torcedor do São Paulo e às vezes me pego em discussões intermináveis e inúteis sobre futebol, mas na política sou militante do PC – Partido do César, e voto de acordo com as minhas convicções. Sou a favor da democracia e da justiça social, mas entendo ser justo que cada um possua de acordo com a sua condição e capacidade. Não acredito no estado mantenedor e muito menos tutor das pessoas, cabe ao governo a tarefa de criar condições para que todos possam se desenvolver, apenas isso. Por isso não voto em partidos, mas em pessoas que naquele momento eu acredito que possam fazer a diferença. Já acertei e errei, isso faz parte do processo.

      Não gostei da administração Lula. Ele acertou no que não interveio, como na economia, mas errou naquilo que igualou o PT aos demais partidos, como no mensalão e outros desmandos. Com a sua carismática liderança deixou a desejar na transformação do país. Não basta jactar-se com estatísticas econômicas, o que faltou foi institucional. Foi moralizar o serviço público e as atividades políticas. No momento, apenas ele tem cacife político para tal empreitada.

      Por conseqüência também não ando apreciando a administração da Dilma. Obrigada a aceitar a carga de um ministério inadiministrável e incompetente foi nos dois primeiros anos de seu governo obrigada a debelar as crises denunciadas pela imprensa, além do que, como as ondas demoram para atravessar o Atlântico, a crise econômica ainda não chegou aqui, mas é questão de tempo. A inflação está represada, pois não se contém preços, como o dos combustíveis, ou os juros por decreto ou no berro, mas com atitudes, como reduzir o tamanho do estado e tornar a administração eficiente, mas essa semana devo elogiá-la e defendê-la.

      Ainda que não tenham sido do executivo, duas proposições tornaram-se leis, foram sancionadas pela presidente e passaram a ser efetivas a partir dessa semana. A lei do acesso às informações, que permitirá que sociedade tenha acesso aos documentos não sigilosos do governo, e se o Supremo Tribunal Federal deixar, até mesmo conhecer os salários dos servidores. E a instalação da Comissão da Verdade. Apesar do longo prazo despendido para a sua instalação, essa me pareceu equilibrada e capacitada para esclarecer os crimes praticados tanto pelo governo quanto por militantes durante o período da ditadura militar. É claro que a perda de qualquer vida é um custo impagável para a família e não se justifica, mas se comparado aos demais países sul americanos o Brasil deve muito menos explicações. Para a efetiva entrada em vigor das duas leis valeu o esforço pessoal da presidente e isso é elogiável e ela será lembrada por isso.

      Incompreensível foi a atitude de parte dos prefeitos que reunidos em Brasília vaiaram a presidente após a sua manifestação sobre o controverso tema da distribuição dos royalties do petróleo. Ao afirmar que seriam perdidas nos as ações que fossem impetradas contra a distribuição já contratada, parte da platéia vaiou a presidente, e isso não se faz. É nosso direito discordar da opinião dela, mas vaiá-la em cerimônia oficial é uma tremenda falta de educação, de elegância, e de civismo. Não se espera de autoridades atitudes típicas de torcida ou de militância. Por mais que discordemos, não podemos desmerecer a importância e a autoridade da instituição da Presidência da República. Ela foi democraticamente eleita para tomar, em nosso nome, as decisões. Sim, porque governar é fazer escolhas e tomar decisões, e é isso que ela está fazendo, gostemos ou não, aprovemos ou não, e daqui a 2 anos teremos oportunidade de reconduzi-la ao poder ou substituí-la, assim é a democracia.

      A atitude dos prefeitos é uma amostra perfeita e acabada do nosso nível de educação, ou seja, estamos muito mal.

sexta-feira, 4 de maio de 2012

Ah, as cotas!


      Contra decisões do Supremo Tribunal Federal não cabem recursos, acata-se o resultado, e essas podem ser utilizadas como referência em processos futuros ou em tramitação em que matérias de mesmo teor estejam sendo apreciadas. Na semana passada, por unanimidade, ou seja, por dez votos a zero, o STF considerou legal a adoção pela Universidade de Brasília das cotas raciais para ingresso em seus cursos. Assim 20% das vagas são reservadas para quem se declare negro, pardo ou índio. Com as divagações filosóficas e palavreados rebuscados de sempre, um a um, os ministros proferiam os seus votos, o que resultou na consideração de que o estado tem o dever de reparar a injustiça histórica da distribuição de renda no país.

      Embora correta no teor me parece que a sentença está errada na forma, pois a compensação se dará às custas da promoção da própria desigualdade racial, isso é, existe um racismo ao contrário. Ao se reservar cotas aos mais carentes estabelecendo-se como critério a raça, tira-se dos demais a possibilidade de concorrer também nessa parcela, o que, a meu ver, afronta a própria constituição, pois segundo essa todos somos iguais, e consequentemente temos os mesmos direitos. Um rico que seja considerado negro pode concorrer ao ingresso utilizando-se das cotas enquanto um branco pobre é obrigado a disputar a vaga com a maioria. Estabeleceu-se assim o racismo patrocinado pelo estado.

      De certa maneira essa distorção já é considerada quando se cobra mais impostos daqueles que tem mais posses, e se isso ainda não é suficiente, que sejam distribuídas bolsas para custear o ensino superior ou mesmo o ensino básico para os mais carentes. Creio que o critério econômico é mais justo do que o racial, pois querendo limitar o acesso dos mais ricos está se excluindo também os brancos pobres. Embora o número de pobres seja maior na população de raça negra, ele não é pequeno na de raça branca, e esses também necessitam e devem ter o apoio do estado.

      Não podendo, o governo, resolver todos os problemas da população, esse deveria estabelecer como prioridade a criança, que independente de raça, credo ou condição social deveria contar com segurança, saúde e educação integrais e de boa qualidade desde o ensino infantil. Em pouco mais de 15 anos teríamos uma sociedade muito mais educada e preparada para escolher as suas profissões e exercer o seu potencial, e mesmo que vários ministros tenham deixado claro que a medida deve ser transitória, não foi determinado nenhum limite, assim a medida tende a se tornar perene e a sociedade continuará dependendo de bolsas sem que a redução da desigualdade seja efetiva.

      Se a adoção de cotas para ingresso em universidade fosse a solução, porque então não estabelecemos cotas para ministros do próprio tribunal? Que tal então cotas para a presidência da república? Desde a proclamação em 1889 tivemos, salvo em períodos de exceção e o caso do presidente Tancredo que não assumiu, 36 presidentes, por que então não fazer com que próximos 36 presidentes sejam negros? 

domingo, 29 de abril de 2012

( I ) Responsabilidades.


      Há cerca de 10 anos vendi o meu carro e fiquei quase dois sem comprar outro e isso me fez ver com outros olhos os espaços públicos. Passei a me preocupar com a dificuldade de locomoção, a segurança, a sujeira e a aparência. Quando passei a pedalar a minha insatisfação só fez piorar. O desrespeito e o descaso são muito grandes e quando falta muito, a beleza é o que menos importa. Entendo que criticar é fácil e que ser gestor com poucos recursos é uma tarefa hercúlea, porém os gestores públicos o são por opção própria e por delegação popular, logo eles devem responder por isso.

      Enquanto cidadão a nossa responsabilidade não termina dentro dos nossos muros, mas somos também responsáveis pelos próprios muros. A foto abaixo mostra o muro de um clube localizado no centro de São Carlos, no lado de dentro há um campo de futebol society onde centenas de pessoas, inclusive crianças jogam todos os dias. Será que nenhum diretor vê que essa fissura e inclinação podem fazer vítimas? Onde estão os fiscais do município que não prevêem o problema?


      Também no centro há uma chácara com aproximadamente 10.000 metros quadrados e em vários lugares o muro está inclinado e com atestado de perigo, pois foram feitos remendos para mantê-lo em pé. A dúvida aqui não é se parte do muro irá ou não cair, mas apenas quando isso ocorrerá.


      Como o que é ruim pode piorar, no lado de dentro desse muro há um barranco e na parte de baixo funciona uma creche. São muitas as crianças circulando por esse espaço diariamente. Só resta torcer para que não haja vítimas quando o muro vier abaixo.


      Não são apenas os riscos de acidentes. Nesse ano a prefeitura está fazendo a implantação de rampas de acesso em muitas das esquinas centrais. Nenhuma administração municipal anterior fez tantas, porém nem sempre prevalece o bom senso. Quando na esquina há um bueiro, a rampa é deslocada, ou seja, o idoso, cego ou cadeirante que desvie, quando o correto seria mudar o bueiro. Mas isso custa mais caro e não fazer a rampa implica em um número menor na estatística, o que é ruim, principalmente em ano de eleição. Aplica-se aqui o mesmo princípio das passarelas para pedestres sobre as rodovias. Sempre vejo reportagens de atropelamentos e campanhas para que o pedestre as usem, mas nem sempre elas estão onde há o maior fluxo de pessoas, além do que, as rampas de acesso são longas dos dois lados, o que obriga o transeunte a uma caminhada adicional. O melhor seria fazer a passarela no nível do solo e desviar os carros, mas isso também é mais caro.


      O motorista também tem responsabilidade. No outro lado da rua estacionaram um carro na frente da guia rebaixada. Precisa fazer isso?


       E há muito mais. Essa proteção na obra em andamento impede a passagem das pessoas. Ela existe para atender a dois requisitos: a obrigação legal e a proteção da obra contra vândalos e ladrões, mas não há nenhuma preocupação com a população. Já vi em outros países a proteção adequada. O piso é regularizado, o lado da construção é todo fechado, a passagem é coberta em toda a sua extensão e no lado da rua há também a proteção física, às vezes com blocos de concretos. Mas fazer o certo tem custo.


       A administração municipal tem que regulamentar, fiscalizar e fazer cumprir a lei. Se não tem estrutura suficiente para vistoriar todo o município, que sejam criados mecanismos para que a população faça a denúncia permitindo que a fiscalização ocorra nos locais citados, enfim, não é necessário ser muito criativo para ser mais eficiente.