domingo, 29 de maio de 2016

Em Causa Própria

      Não acredito em estado provedor, pois alguém tem que pagar a conta, mas acredito no mérito, na recompensa para quem produz. Aceito que se reparta o que se produz para acelerar aqueles que não tiveram a condição inicial, mas não acredito que se conserte as desigualdades históricas em uma geração. Acredito em planejamento e pragmatismo, e quem governa tem que tomar decisões que serão impopulares, pois sempre se estará contrariando interesses, e quem perde, esperneia.

      Discordo do deputado Tiririca, pois pior do que está, fica, ficou, e pode piorar. Afastar o PT do governo foi a parte mais fácil, o difícil será implantar as reformas de que o país tanto necessita.

      O novo governo tem poucas virtudes, pois, além do fantasma da interinidade conta com muito dos mesmos que eram associados ao PT, ou seja, uma corja que assolou o país. Apesar disso, é um, se não o único caminho. Não acredito em soluções mágicas e nem em salvadores da pátria. Por isso a vigilância deve ser constante e ativa. Não dá para aceitar o novo governo, ou qualquer governo, que seja esteja permeado por marginais, mesmo que democraticamente eleitos, pois eleição não é atestado de boa conduta ou competência.

      Não dá para aceitar que num país onde falta tudo, tenhamos mais de 21.000 cargos de confiança e mais 6.000 não concursados. Não dá para aceitar tantos subsídios que mascaram os preços reais. Não dá para aceitar o imposto sindical e nem as doações para organizações não governamentais que dependem exclusivamente do dinheiro público, e que são, na realidade, organizações criminosas. Não dá para aceitar que num país onde falta emprego, educação, saúde e segurança se discuta a importância do ministério da cultura. Seria muito mais útil um ministério do saneamento que fazendo esgotos e distribuindo água iria gerar economia no tratamento da saúde pública. Em um país que tem tanto por fazer como é o Brasil não dá para centralizar tudo, pois isso só gera corrupção, tem que tirar das mãos do executivo tudo aquilo que a iniciativa privada faz melhor.

      Mais do que reformar o executivo é preciso reformar o legislativo. Tem que limitar o número de partidos, reduzir o número de congressistas e fazer uma distribuição proporcional à população. Deputados e senadores tem que fazer leis, não correr atrás de dinheiro. Tem que acabar com os suplentes, se o titular sair por algum motivo, perde a vaga e pronto. Os partidos tem que ser responsabilizados pela ficha criminal de seus partidários, se escolher bandidos tem que pagar por isso.

      Existem muitas ideias, mas como implementá-las se quem legisla o faz em causa própria?