Aconteceu novamente. Ao acordar durante a madrugada e ao olhar
o relógio não vi as horas, mas sim a sequência 2 34’. Já não sei se é
coincidência quando durante o dia olho no relógio e são 12:34’ ou se nessa hora
costumo olhar para o relógio para vê-la, pois essa é uma constante. Tenho um
quê com as sequências crescentes, decrescentes, monótonas ou não, mas não ao
ponto de achar que o mundo acabaria em 12 / 12 / 12, 12 de dezembro de 2012 na
configuração mês / dia / ano.
Quando subo uma escadaria costumo contar os degraus, e ao
descer também, seja ela conhecida ou não, e se for, como os 65 degraus do andar
de onde moro até a garagem, ou os 185 da garagem até o topo da escada, confiro
para saber se não está faltando algum. No trânsito, faço associações para
descobrir qual é o próximo número da sequência da placa do carro à frente. Às
vezes elas são óbvias e em outras faço uma ginástica mental para inventá-la.
Mas ainda não me encontrei com a sequência de 6 números da mega-sena.
A maioria da
população não é tão maluca, mas muitos o são, basta ver o sucesso do passatempo
de origem japonesa Sudoku, que consiste em ordenar em linhas, colunas e grupos
os números de 1 a 9, e que pode ser encontrado em jornais, revistas próprias,
versões para download e online, e que possui milhões de adeptos em todo o mundo.
Ele é um passatempo inócuo, semelhante às palavras cruzadas, mas essas tem a
vantagem de aumentar o vocabulário e a cultura inútil, como: rio genuinamente
paulista que corta o estado de leste a oeste com 5 letras. Aqui alguém pode
descobrir o significado do “genuinamente paulista” e entender que o rio nasce
na borda da serra do mar e ao invés de simplesmente despencar pelo caminho mais
curto até o destino de todos eles que é o oceano, corta o estado no sentido
oposto em um percurso de mais de 600km. Já no Sudoku basta ordenar os números e
fazê-lo de novo, de novo, de novo...
Quando fui de bicicleta a Brotas e já chegando a São Carlos,
de tão cansado, pedi para que fossem me buscar eu havia pedalado por exatamente
07:07:07”. Quando à pé fiz o Caminho da Fé percorri exatos 323km, e quando fui
pedalando a São Paulo foram 232, e somando os dois são 555.
Hoje, às 2:34’ recordei-me que ainda menino li pela primeira
vez “O Homem Que Calculava” de Malba Tahan e passei a me interessar pelos
números, e esse é um dos motivos pelo qual me graduei em Matemática. Essa foi
uma rica experiência que demonstrou que é muito melhor que eu continue me
interessando pelos números, mas sem estudá-los, pois minha capacidade está
aquém daqueles amigos maravilhosos que tem na Matemática a sua vida.
Para completar, eu estava em San Francisco em 10/10/10 e inauguramos
a EPTV Sul de Minas em 8/8/88, e o rio genuinamente paulista que corta o estado
de leste a oeste com 5 letras é o Tietê.