sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Senhor Aécio Neves.

      Senhor Aécio Neves, nunca votei no senhor, pois somos de estados diferentes, e não posso afirmar que o senhor teria o meu voto, porque eu teria que analisar a eventual situação, mas a despeito dos seus méritos, entendo que o seu individualismo dará, nesse ano, a vitória ao PT nas eleições presidenciais. Caso o senhor tivesse aceitado ser candidato a vice-presidente na chapa puro sangue com o José Serra, a possibilidade de vitória seria em muito aumentada, pois em seu estado, que é o segundo maior colégio eleitoral do país, o senhor desempenha o mesmo papel que o presidente no nordeste, elege até um poste, e em 2014 o senhor teria teria o apoio dos paulistas.

      Senhor Aécio Neves, sabemos que a sua fama de playboy carioca aos finais de semana não o impediu de ser um campeão de votos e elevar o seu estado ao nível da segunda maior economia nacional, mas ser um líder inconteste em Minas não lhe garante a maioria num pleito nacional, por isso, se o senhor apostou todas as fichas em sua provável candidatura a presidente em 2014 contra a mesma atual candidata, sinto muito lhe dizer, acho que o senhor errou, pois o provável adversário será o atual presidente, o que reduzirá as suas chances.

      Senhor Aécio Neves, o senhor pode ter herdado o eleitorado de seu avô, mas ainda não atingiu a mesma estatura política. Por mais que tenham sido bem sucedidas as suas três gestões no legislativo nacional e as duas no executivo estadual, o valor atingido se restringiu a boas administrações, ainda que o senhor tenha procurado dar transparência aos atos do poder legislativo e até mesmo por ter sido o responsável pela criação do pacote ético que retirou a imunidade parlamentar para crimes comuns, falta substância ideológica. A sua postura de flerte com o governo e com outros partidos, mas mantendo-se no PSDB, mostra muito mais o lado matuto e matreiro do que o líder que a nação precisa, aliás, de governante malandro com sorte já estou enjoado.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Senhora Dilma.

      Senhora Dilma, nunca votei na senhora e não será dessa vez, e nem é pelo fato de conhecer apenas superficialmente sua carreira política que começou em um estado que não me faz gosto, e pelo que me lembro a senhora abandonou a Secretaria de Fazenda de Porto Alegre no governo do Alceu Collares num momento caótico, sem relatórios gerenciais, sem um tostão em caixa, e lixo espalhado pelas ruas. Mas reconheço que tenho que admirá-la por ter apoiado a Carta aos Brasileiros, que determinava mudança de rumos do seu atual partido e pelo respeito aos contratos, mas para mim, isso ainda é pouco.

       Senhora Dilma, não tenho o preconceito de não aceitar uma mulher como presidente da nação, até mesmo porque considero as mulheres mais sábias que os homens e espero vê-las em maior número no congresso e no governo, e nem duvido da sua capacidade administrativa, mas apesar da sua fama de truculenta não acredito que a senhora possa conter alguns setores radicais de seu partido e de agremiações ilegais como o MST que fizeram a festa no governo atual e deverão se deleitar caso a sua vitória se concretize. A senhora não possui o carisma do atual presidente que traz à mão o partido, e nem me surpreenderia, caso a senhora seja eleita, que daqui a quatro anos ele venha a ser, de novo, o candidato.

      Senhora Dilma, a minha maior implicância não é pelo tom de sua campanha, pois entendo que uma coisa é governar e a outra é ganhar a eleição, mas não posso compactuar com algumas atitudes, dentre elas o de descaracterizar a verdade como foi uma marca desse governo em todos os escândalos, desde o dos cartões corporativos onde pegos com a boca na botija, vazaram informações pessoais do FHC apenas para justificar: nós fazemos apenas o que eles supostamente fizeram. Não justifica! Veja também o caso do mensalão, onde sistematicamente se pagava pelos votos aliados e foi reduzido ao nível de prática continuada cujo início se deu no governo Tucano em Minas. Oras, erros são erros e não importa de quem seja, devem ser combatidos naquele e nesse governo também. Ou a senhora defende a tese: aos amigos tudo, aos inimigos a lei?

      Senhora Dilma, não é aceitável que uma postulante ao maior cargo executivo da nação não siga a própria lei, e não podemos admitir que a sua campanha tenha recebido sete multas por ter desrespeitado a lei eleitoral. Se a lei não é adequada, que seja mudada de acordo com as regras, mas não cumpri-la e ainda fazer pouco caso da mesma é papel infantil, indigno de uma autoridade. Além disso, como acobertar os escandalosos casos dos dossiês? Seriam essas práticas justificáveis para se chegar ao governo? Se as mesmas apenas beiram a ilegalidade estão profundamente mergulhadas na imoralidade, e prefiro ter um governo pífio mas íntegro e que cuide apenas da educação, do que um antiético tocador de obras. E falando em obras, porque ainda não foram divulgados os balanços do PAC 2 que sabemos que já estão fechados? Seria porque o andamento não foi o esperado e não se quer dar munição ao adversário? Todos sabemos que os tais programas de aceleração são apenas rótulos para obras já previstas e iniciadas, e que nem por isso tiveram o desempenho esperado como seria normal em uma companhia privada.

      Senhora Dilma, a sua jóia da coroa é a Petrobras, da qual a senhora foi a presidente do conselho, mas como explicar para a população situações como o exemplo a seguir: durante o governo FHC os trabalhadores puderam investir parte do FGTS em ações da Petrobras e da Vale e eu fiz isso. Embora em tempos diferentes investi 15 mil na Petrobras e cheguei a ter cerca de 250 mil na conta, hoje tenho apenas 106 mil, ou seja, perdi mais de 50% do capital, nesse mês a perda é de 10% e o acumulado nos últimos 12 meses de 24%. Já com a Vale, onde só pude investir 3 mil, tenho 29,9 mil, o ganho nesse mês é de 5% e o acumulado no ano é de 28%. Eu sei que a aplicação em ações é um investimento de risco, eu arrisquei, ganhei, perdi e aceito, mas qual é a avaliação que a senhora, como ex-presidente do conselho de uma empresa que podemos considerar estatal, pois o governo tem a maioria das ações e comanda a empresa, faz da sua administração? Como o governo que a senhora defende e quer suceder pode condenar a privatização, se a estatal perde metade do seu valor e a privada valoriza 1000%? Eu tenho uma resposta para essa administração: um desastre! Se fosse uma companhia privada vocês todos estariam na rua.

      Senhora Dilma, a despeito da questão saúde, onde a senhora portou-se com galhardia frente aos problemas como convém a quem é responsável por sua história, não podemos dizer o mesmo sobre as mudanças de posturas. Ouvimos diversas vezes e foi incontavelmente repetida pelos meios de comunicação, a sua defesa ao direito de aborto e à união homossexual, o que a fez mudar de ideia? Ou elas não foram mudadas e apenas não podem ser admitidas? A senhora tem certeza de que não foi obrigada a fazer ouvidos de mercador para tentar se eleger? Se não, o que foi que houve? Se sim, onde está a sua autoridade?

      Senhora Dilma, eu acredito na tendência das pesquisas e a senhora provavelmente será a nossa próxima presidente, e espero estar errado quanto as minhas avaliações, pois não me importo de não acertar, prefiro ficar melhor, no entanto, o quadro que se adivisa não é animador, pois faça-me então mudar a minha opinião e no futuro poderá merecer o meu voto.

domingo, 24 de outubro de 2010

Senhor José Serra.

      Senhor José Serra, votarei no senhor no próximo dia 31 como o fiz no último dia 3 e em todas as últimas vezes em que o senhor se candidatou seja a presidência, senado, câmara dos deputado ou governado do estado. Faço isso porque acompanho a sua vida pública desde a sua primeira passagem pela Secretaria de Fazenda de São Paulo, e nem me lembro de qual gestão. Naquela época o senhor implantou um sorteio de prêmios entre aqueles que enviassem as notas fiscais de produtos comprados com o objetivo de aumentar a arrecadação e combater a sonegação fiscal. O processo não foi muito bem sucedido como o atual Nota Fiscal Paulista por vários motivos, dentre os quais a nossa cultura. Mesmo eu que aprovei e considerei inovadora a ideia, não enviava as notas, no entanto não é sobre isso que quero falar, vamos falar da sua atual campanha e de seus projetos.

      Senhor José Serra, se as suas gestões não foram lá essa maravilha, também não foram decepcionantes, apesar das críticas, tenho consciência do que é administrar o patrimônio público e ter que fazer escolhas sob pressão, pois a demanda é muito maior do que o capital disponível para implantá-las. Por isso, pela sua história e pela liderança em seu partido e coligação é natural o seu postulado. Também entendo a necessidade de coligações com adversários, como o Quércia, que eu também já apoiei, mas não devemos nos esquecer que ele é o tal que quebrou o estado para fazer o sucessor, mas não deveria ser esse tipo de alteração política fazer parte do seu programa de partido e de governo? Por que o senhor nunca fez nenhuma proposição dessa envergadura? Por que perde votos? Por que perde apoio? Mas isso não ocorreria apenas na esfera política, mas se tivesse apoio popular os interessados teriam que procurá-lo e o senhor poderia dizer-lhes um simples e sonoro não? Tanto isso é verdade que o Collor se elegeu com a sua própria força e apoiado por um partido minúsculo que hoje nem sei se existe mais, não é mesmo?

      Senhor José Serra, o senhor que nunca esteve envolvido em um grande escândalo, tem fama de trabalhador incansável, austero, líder e autoritário, tem o comando de seu programa de governo e de sua campanha? São suas as propostas do salário mínimo de R$ 600,00 e de 10% de aumento aos aposentados? Isso não lhe soa artificial? Isso não parece ser a tábua de salvação de um náufrago? O seu programa na televisão tenta nos vender a imagem que o senhor é uma pessoa humilde, do povo, mas todos sabemos que é uma imagem tão verdadeira como a nota de três reais. O senhor até pode ser boa pessoa, mas é sofisticado e pertence à classe daqueles que não precisam fazer contas para saber se o mês cabe dentro do salário, logo, é lícito tentar mostrá-lo de maneira inexata? Não seria mais sensato mostrar apenas projetos, propostas, ideias e não construir uma imagem irreal? Não seria mais produtivo mostrar os abusos do atual governo como a enormidade de cargos comissionados e prometer acabar com esse descalabro? Também não seria mais adequado reforçar a ideia da profissionalização dos cargos de comando das estatais e autarquias ao invés da sindicalização e aparelhamento hoje existentes.

      Senhor José Serra, por duas vezes o senhor foi, com muito sucesso, ministro do governo Fernando Henrique, que é reconhecido por importantes realizações, entre elas a estabilização econômica e a modernização do país, portanto, o senhor é um legítimo herdeiro desse patrimônio, então, porque o Fernando Henrique não participa do seu programa? Isso não é uma injustiça? Não lhe parece um descabimento que o senhor louve mais as bolsas misérias do atual governo do que os acertos do antecessor? Sim, eu sei que a atual campanha adversária, apesar de ter se apropriado das benesses criadas pelo governo de seu partido, ainda cria a imagem negativa das privatizações, ou seja, rifa a bola, joga para a torcida, mas eu conheço o bem que o processo de privatização fez à economia, pois por vários anos paguei meio salário mínimo de aluguel pelo uso de uma linha telefônica porque não havia linhas disponíveis para serem compradas, e se hoje há mais linhas de celular vendidas do que pessoas no país é porque as empresas foram modernizadas. Esses são apenas dois exemplos da ineficiência do governo atuando como empresário, mas desconstruir essa imagem é um processo que antecede o período de campanha, logo, não teria sido mais inteligente ter abordado esses temas massivamente durante os 4 anos, e hoje, com a população mais esclarecida, utilizá-las fazendo justiça ao trabalho bem feito?

      Senhor José Serra, o senhor pode até vir a ser o nosso próximo presidente, ter acertos e cometer erros como ocorre em toda administração, mas por essa ingratidão a história não o perdoará.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Senhor Presidente.

      Senhor Presidente, admito que votei no senhor apenas no segundo turno da eleição contra o Collor, mas no primeiro turno votei no Mário Covas. Também admito que não sou contra o seu partido, pois já votei em seus candidatos desde a sua criação ainda nos tempos do Airton Soares, e também votei no Suplicy, no Mercadante, no Machado, no Newton Lima, enfim, voto na pessoa e não na agremiação. Destaco no PT a força da militância, pois essa junto com o jornal A Folha de São Paulo e a revista Veja foram os responsáveis pela única deposição de presidente eleito já ocorrida no país.

      Senhor Presidente, admito que me surpreendi positivamente com o seu governo, pois o senhor num exemplo de rara inteligência não seguiu as recomendações do documento chamado A Ruptura Necessária que o PT editou antes de sua eleição e que afastou os investidores obrigando aquele governo a elevar a taxa de juros para conter o ataque especulativo contra a moeda, e mais ainda, além de não mudar a política econômica implantada pelo FHC, que o seu partido foi contra, o senhor colocou o então Tucano Henrique Meireles para comandar o Banco Central que aliado ao ex ministro Palocci, respeitaram os contratos e mantiveram o país no rumo do crescimento. Imagine então o senhor o que ocorreria se o seu partido não tivesse sido contra outras tantas medidas de saneamento que o Fernando Henrique tentou implantar, como a que aumentava a idade mínima para a aposentadoria. Todos sabemos que essa é uma bomba relógio que deverá ser desarmada, veja os exemplos pipocando em toda a Europa. Em 2012 irei adquirir o direito de me aposentar após 35 anos de contribuição e 53 de idade e mesmo tendo iniciado a trabalhar aos 16 anos, não me considero velho ou inválido para ter que vestir o pijama, e pretendo continuar ainda sendo produtivo por um bom tempo.

      Senhor Presidente, se o senhor acertou naquilo em que não mexeu, errou naquilo em que tentou ser diferente, pois sabemos que os resultados econômicos que o senhor colheu ocorreram não por causa do seu governo, mas apesar do mesmo. Mas veja, quando o senhor apoiou a China como economia de mercado para que em retribuição tivéssemos o apoio para um lugar no conselho de segurança na ONU, fomos enganados. Eles não nos apoiaram e nós apoiamos o trabalho de semiescravidão, a pirataria e a moeda local desvalorizada para que seus produtos sejam internacionalmente competitivos, o que prejudica a nossa indústria. Quando o senhor apoiou a tirania na Venezuela, perdeu a oportunidade de liderar politicamente a America Latina permitindo que eles se armassem até os dentes com equipamentos russos que poderão ser usados contra nós mesmos. Quando o senhor apoiou a ditadura na Bolívia apoiou também a plantação extensiva de coca cujo subproduto é trazido para cá e fomenta o tráfego e a violência. Quando o senhor mandou deportar os atletas cubanos que haviam desertados da delegação durante o Pan Americano condenou inocentes, mas quando manteve o foragido italiano em território brasileiro contribuiu para a impunidade, e pior, ao comparar as masmorras políticas de Cuba com as prisões paulistas o senhor deixou de intervir na morte certa e imediata do dissidente em greve de fome.

      Senhor Presidente, voltando às questões econômicas, mas dessa vez internacionais, podemos ver que o senhor governou mesmo sem oposição. Oposição que além de ser fraca em seus próprios quadros não presta nem para brigar. Na atual campanha para a presidência, o seu partido tem um único mote, a Petrobras e o pré-sal. Eles se mostram como os únicos defensores, mas o que ocorreu na invasão das duas refinarias na Bolívia? Elas foram entregues de graça e a oposição não fala nada? O que ocorreu quando o presidente eleito do Paraguai exigiu o reajuste da tarifa de energia elétrica que pagamos a eles? Os contratos foram simplesmente ignorados e nós que pagamos pela usina, damos energia elétrica a eles, pagamos pela energia que utilizamos ainda temos que reajustar os valores unilateralmente? É fácil fazer caridade com o dinheiro dos outros, não é mesmo? E cadê a oposição?

      Senhor Presidente, perder e ganhar, errar e acertar são situações normais em nossas vidas, mas há escolhas que comprometem a nossa biografia e por isso faço mais algumas perguntas: não basta ter tirado da cartola uma candidata e tê-la colocado no segundo turno das eleições? Prá que continuar praticando essa política rasteira de militante? Será que há algum esqueleto dentro do armário que o senhor não quer que apareça? Pois do contrário, o quê justifica violar todas as regras eleitorais e pagando apenas as multas? O simbolismo que tal atitude carrega é que tudo é possível para quem detém o poder. O quê justifica a sua participação no horário eleitoral acusando o candidato da oposição de forjar a agressão e logo em seguida ser desmentido pelo Jornal Nacional? Deixe que os candidatos de digladiem se eles assim o querem, mas preserve a instituição da presidência. Mais valeria uma manifestação contra a violência. Seria mais digno de um presidente se opor a qualquer tipo de violência e deixar que o povo fizesse juízo de valor. Seria mais digno de um presidente conduzir o processo sucessório como árbitro de uma disputa limpa, digna, da estatura de um país que tem riquezas e potencial para ser realmente grande e não ser classificado como uma república bananeira.

      Senhor Presidente, se o senhor teve a grandeza e a dignidade de não rasgar a constituição e conseguir, o que seria fácil, um terceiro mandato, não deixe que o sangue de torcedor fale mais alto do que a razão democrática. Seja visto como estadista e não como sinônimo daquilo que de pior representa a nossa classe política, baixa, sem escrúpulos e cujo objetivo é apenas servir-se do povo mantendo-o alienado com o velho pão e circo.

      Senhor presidente, o seu compromisso não é com o seu partido, mas com a história.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Messianismo

      Qual é a sua primeira lembrança sobre política? A minha recordação mais antiga é de fevereiro de 1.969, eu tinha 10 anos de idade e me lembro de estar deitado na cama de meus pais ouvindo pelo rádio uma lista de políticos cassados pelo governo militar respaldado pelo Ato Institucional número 6. O ato mais famoso é o AI5, editado em 1968, que deu ao governo poderes ditatoriais acima da constituição de 1.967 e fechou o congresso, já o AI6 promoveu a cassação de diversos políticos e colocou na ilegalidade outros tantos além de diversos intelectuais, sendo que muitos deles tiveram que deixar o país.

      Depois disso participei da política local como entusiasta e fazia oposição à ditadura como muitos jovens e adolescentes da minha época. Lembro-me da participação ativa, já com 16 anos, da campanha para eleição para o senado do Orestes Quércia contra o Carvalho Pinto. Naquela época o então ex-prefeito de Campinas representava a juventude, a renovação, a democracia e a oposição (MDB) contra o regime autoritário comandado pelos militares e referendado pela Arena. O Quércia tinha fama de político forte, aguerrido e de bom administrador, e ganhou; aliás, a oposição teve uma acachapante vitória, o que obrigou o governo em 1.978 a criar o cargo de senador biônico. Nessa eleição a Arena conquistou a grande maioria dos cargos pois metade seria escolhida em eleição indireta e a outra metade seria nomeada pelo governo.

      Sempre acompanhei a política e os políticos, vi avanços e retrocessos, bons e maus servidores e sempre estive atento aos sinais dados por eles. Hoje os mais de 22.000 cargos comissionados na administração federal e a leniência com as invasões de terra e de escritórios de administração são apenas a extensão do loteamento de um governo que se apoderou do estado, utilizando como regra o estado a serviço do partido e não o governo a serviço do povo. A primeira sensação que tive que esse seria o desenrolar do tal governo da esperança se deu nos primeiros dias do governo Lula, quando esse se aboletou no Planalto e mandou fazer uma estrela com flores vermelhas no jardim da residência oficial, esquecendo a simbologia que o palácio tem como sede de governo e não de diretório do partido, barracão de escola de samba ou sede de torcida organizada.

      O governo Lula acertou naquilo que não mexeu como na economia e errou em diversos setores como na política externa, no entanto, erros são perdoáveis, já que fazem parte do processo, mas a sucessão de escândalos acobertados e o loteamento de cargos estragou a sua biografia bonita. Se hoje ele consegue eleger até um cone e tem uma popularidade que beira a unanimidade, o tempo será o seu mais cruel detrator, pois se encarregará de trazer à tona o descaminho que a nação tomou. Esse tempo poderá ser mais longo se a situação ganhar as eleições ou mais curto se o novo governo for da oposição. É uma pena, pois com esse messianismo, perdemos todos.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

On Vacations.

      Finally I took some days on vacations. I did not remember when I took more than two follow weeks to pleasure. I always work and take some days to rest. Since my wife has decided not to travel together this year I started to plan this trip to do the things that we can't do together, and I did.

      Two days before, a friend made a comment: it sounds like so alone, yes it is but I manage it well. I recognized that it was so difficult to me kept me so far from to my job. At the first days I continued to answering emails and reading the reports, thanks God I gave up and started to live some days just for me.

      The first stop was at the Clear Lake, near to Houston. It is a huge and flat city. Extremely organized, clean, with tall buildings on down town. I imagine they have serious troubles with the rain, because they have built a lot of small, and also big spaces to drains the water. There are a lot of freeways and the local TV stations share the attention with the traffic and the forecast. Most of homes are wood made and in front of there is a nice garden. The hotel where I stayed has a brief taking landscape, the sun rises over the lake and draws a nice picture, but it is not the reason of my choice, the NASA was. I spent three days to know the Johnson's Space Center. It is really fantastic. Of course I have thousands things to talk about it, but to resume in one phrase, I'm going to repeat one that I did not shoot but it is near to the first Skylab: To live at moon = building materials + energy + support to life + knowledge. Maybe I will write late about the NASA.

      I took the planes and arrived in San Francisco. My first impression wasn’t so good. I can say the architecture is singular; it mixed some different styles and just in the financial area there are big buildings. Although it is at the sea level, there are huge tops that they do something to make it useful and nice, as the Lombard Street. There are 8 severes curves to fall near to a hundred meters with 45 degrees of inclination, and then they plant some gardens to make it, as a phrase that I have been hearing frequently: colorful. But it did not convince me. The most crowded place is the Fisherman's Warf and the pier 39. There are a lot of stores, restaurants and art galleries. It is not beautified but the people likes. The stores remember me the nearest the city count market. About 8 pm the places are crowded but 11 pm it is empty. I should say: sometimes the smell is not so good, but as for all the American standard big cities the things are organized, and there are a lot of attractions.

      The sign of degradations appears at the entire small market dominated by the asian people and there are a lot homeless and jobless sleeping on the streets. Although the bad things, the ocean fixes everything. I was a really impressed with to contradictories things, there are a lot of bars and pubs and many people like running and cycling. The second one justified my trip. I biked the Mount Tamalpais. It is about 40 km far from San Francisco and is about 780m higher where it is possible to have a nice view of the entire bay. I was really prepared and did it well, although the bike I rented was not the best option to do that. I followed the recommendation of the rent store and they do it for beginners so I had a slow and heavy bike. Thousands bikers have passed to me as a fly and my competitive instinct fought against myself. Although the quality of the bike I got it because failure is not an option.

      So, I can say: I left a piece of my heart in San Francisco.

      As the teacher's day is coming, I want to say to all of them thank you so much for everything you did to me, because if I do everything I want I to do not it because I have a good health or good shape, but I have knowledge that I got with you.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Alfândega.

      O limite de isenção na alfândega brasileira é de 500 dólares e eu, evidentemente, comprei eletrônicos que ultrapassam os 1.000. Usei então a conhecida tática: uma mala média, uma mochila pequena, apenas uma sacola no free shopping e esperei para entrar na fila logo atrás de um casal que transportava um monte de malas, não deu outra, mesmo na fila do nada a declarar eles foram barrados e eu liberado. Eu teria passado livre mesmo se tivesse trazido uma bateria e uma guitarra.

      Por aqui a gente começa a ver como nossas estruturas funcionam. Ainda no corredor anterior à passagem pela policia federal, as funcionárias reclamavam, para quem quisesse ouvir, sobre a escala de trabalho e o fato de ter que trabalhar em pleno feriado. No banheiro, acanhado para um aeroporto desse porte, um funcionário reclamava para outro sobre a falta de produtos de limpeza. Na esteira de bagagem, que é pequena, acumulam-se os carrinhos, tomando o espaço das pessoas. Parece que havia um monte de estagiários no free shopping, foi mais difícil do que o normal comprar as coisas, então desisti do champagne. No caixa havia um rapaz gordo, com falha nos dentes, careca e que arrastava uma das pernas ao se locomover, mas que insistia em, popularmente falando, chavecar todas as meninas que lá trabalham, incluindo a pérola de rimar meu coração que por você bate como algo que não compreendi mas que terminava em abacate, o problema é que eu estava com pressa e nem um pouco interessado na vida amorosa dele, isso sem falar que ele não tinha troco e saiu para buscar, teve que pedir um grampeador emprestado e a a moça que o emprestou disse: esse grampeador está "zoado".

      Já dentro do ônibus que me levaria ao terminal do Tietê, o motorista que estava na porta reclamava do chefe, que pune por questões pessoais e não profissionais. Na poltrona de número 5, que comprei, já havia um senhor sentado, pedi licença e ele se mudou, chegou a dona donovo lugar e ele foi sentar-se nos fundos do ônibus, imagino que no lugar correto.

      Após comprar a passagem para São Carlos eu tinha ainda cerca de 15 minutos livres e decidi escovar os dentes, logo tive que ir ao banheiro pagando RS 1,25 e passando por uma catraca apertada com toda a bagagem. O piso estava molhado e um funcionário puxava a água com um rodo. Inacreditável era a cor da água, tudo bem, sobrevivi.

     Fui para a plataforma 19 onde se deu o embarque para casa, pelo menos isso, o motorista atendia a todos com simpatia. Mas alegria de pobre dura pouco, o rapaz que se sentou ao meu lado dormia com a boca aberta e roncava. Em São Carlos, o funcionário que retirava as malas de dentro do bagageiro era lento e me fez esperar até aparecessem todos os outros passageiros, pois havia malas na frente da minha e ele não queria afastá-las, queria entregá-las, resultado, fui o segundo a sair do ônibus e o último a deixar o terminal.

      Ufa, cheguei!

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Deu certo?

      Estou lendo um livro interessante. O jornalista Laurentino Gomes escreveu uma reportagem histórica sobre a independência do Brasil chamada 1822. Às vezes um pouco repetitiva, mas sem que isso tire a vontade de chegar ao fim, na capa vem o resumo: como um homem sábio, uma princesa triste e um escocês louco por dinheiro ajudaram D. Pedro a criar o Brasil – um país que tinha tudo para dar errado. Imediatamente vem a pergunta: mas deu certo? Como o próprio autor diz, a resposta depende do ponto de vista de cada um.

      Se considerarmos um universo composto por mais de 200 países, uma economia entre as 15, com grande extensão territorial, com riquezas naturais, com quase 200 milhões de habitantes e uma democracia instalada, é de se supor que sim, deu certo, mas comparando os indicadores sociais que o coloca em uma posição em torno do sexagésimo lugar, a resposta é: quase deu certo. E quando se vê o nível de tecnologia, de desenvolvimento e investimentos que vi nesses últimos dias, a resposta é um sonoro não.

      Além disso, já escrevi aqui algumas vezes sobre a limpeza dos lugares, das ruas e das estradas, e isso choca. Conheço uma dezena de cidades americanas e algumas européias, e quando as comparo com as nossas, dá vergonha e uma certeza, não deu certo. Não se trata apenas da limpeza, mas também da organização. Temos estruturas mínimas e nossos governantes não se preocupam com a infraestrura, e o resultado é um trânsito ruim, pouca segurança, locais feios e sujos. Não estou aqui falando do país de uma de maneira geral, do norte onde se viaja de canoa, ou do agreste onde a seca, a mula e a miséria ainda comandam o ritmo de vida. Estou falando do rico interior do estado mais rico da nação. Quando vejo as nossas ruas sujas, acanhadas, sem parques, sem ciclovias, com mato nos terrenos baldios e calçadas impraticáveis para os pedestres, desanima.

      Nos últimos dias tenho andado por ruas e avenidas organizadas, limpas, arborizadas, sinalizadas e onde o trânsito flui. Mesmo assim, as obras continuam, imagino que sejam para melhorar o que já é bom, e o que dá inveja é saber que esses mesmos princípios são colocados em todas as atividades. No atendimento às pessoas, nas estruturas de informações, na organização das atividades e até nos banheiros, que mesmo estando limpos, não se vê a todo o momento aquele aparato agressivo de limpeza composto por panos, rodos e baldes e um pobre coitado se esforçando para fazer o impossível, manter limpo o local. E logo vem a pergunta, se é possível funcionar direito, porque não conseguimos fazê-lo?

      Há algum tempo, retornando de Amsterdan, sentei-me ao lado de um professor holandês que vinha ao Brasil proferir uma palestra. Ao sobrevoarmos São Paulo para aterrisarmos em Guarulhos ele sentenciou: faltam áreas verdes. Senti-me envergonhado, pois afinal temos a maior floresta tropical do mundo, algumas das maiores reservas de água doce em estado líquido e potável do planeta, além de espaço de sobra. E o que ele provavelmente ainda iria descobrir mais tarde: faltam muitas outras coisas mais, principalmente conhecimento. E conhecimento é a base de tudo, inclusive, vi hoje escrito em uma das paredes da NASA: vida na lua = material de construção + energia + suporte à vida + conhecimento, esse, em negrito.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Eu uso óculos

      Parece que foi ontem, pois a lembrança me é muito clara, mas há 10 anos, eu assistia a uma aula do professor Marcelo sobre eletromagnetismo e fazia algumas anotações no caderno, aqui vai um parênteses, eu nem sei porque eu anotava, porque depois não consigo entender a minha letra e também nunca abro o caderno para estudar, mas enfim, eu lia o que estava na lousa e anotava, mas de repente, quando olhei para o caderno ele estava completamente fora de foco. Fiz um esforço, pisquei algumas vezes e consegui focá-lo. Voltei os olhos para a lousa e foi essa quem ficou desfocada, repeti a operação, vi a lousa mas perdi o caderno, e assim fui alternando. Não achei que isso seria definitivo, mas sim porque eu estava cansado e não havia dormido direito. Doce ilusão.

      Esse problema começou a se repetir continuamente até que decidi procurar por um oftalmologista que, depois de perguntar a minha idade, para minha decepção disse que isso era normal. Perguntei-lhe se isso iria parar por aí, mas ele disse que não, que era só o primeiro estágio, pois iria piorar, e piorou. Dependendo da iluminação e do tamanho das letras, estava ficando difícil de entender. Aí vieram aquelas piadas infames, não são os olhos que estão ruins, mas os braços que estão curtos, e por aí vai...

      Resisti bravamente por mais de 5 anos, até que, também me lembro bem, pedi a conta após um jantar e não consegui entender nada. Eu estava com alguns fornecedores americanos, eu era o único brasileiro e não tinha intimidade com eles, achei chato pedir para que eles lessem a conta para mim, assinei, meio que pelo rumo, o ticket do cartão de crédito que estava em dólares. Chegando ao Brasil procurei pelo médico e peguei a primeira receita. Procurei por uma ótica e fiz o meu primeiro par de óculos como se eu estivesse escolhendo a casa da minha vida, pois parecia que ele seria para sempre, cheio das frescuras, no tamanho, na forma, na cor, no modelo e na lente. Passei a usá-lo como quem está escondendo algo, mas tinha o lado bom: as letras ficaram grandes, claras e o braço ficava dobrado.

      Tudo ia bem até que a armação quebrou. Voltei à ótica e não tinha mais aquela armação,ou seja, tive que fazer outro, e depois outro e outro e hoje tenho uma coleção. Cada um com uma aplicação e cada um com uma armação diferente. Agora o que manda é a qualidade da lente, o modelo, tamanho, cor e etc, são secundários, o que importa é o resultado, pois estou numa situação que não posso mais sair sem ter um deles comigo, e até para ver a tela da câmera fotográfica preciso deles. Como a operação de colocar e tirar lentes de contato me parecem uma operação impossível, devo admitir: eu uso óculos.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

A lição das urnas.

      Com o processo eleitoral parcialmente concluído podemos aprender algumas coisas. Apesar da péssima qualidade da maioria dos nossos políticos, há uma renovação em curso, e parece-me, que alguns dos novos vêm com boa qualidade. Além disso, o sistema eleitoral é eficiente, em poucas horas surge o resultado de maneira incontestável. É claro que quando se trata de hardwares e softwares há a possibilidade de fraudes, mas submetido à auditoria internacional, isenta e de maneira aleatória, é possível afirmar que o processo é seguro.

      Estão enganados aqueles que dizem que os votos no Tiririca são votos de protesto. Em minha opinião são votos da ignorância. Não há espaço e nem tempo para protesto ou brincadeira, quanto mais tempo levamos para mostrar à classe política qual é o seu exato papel, mais cara fica a nossa conta, e essa é cobrada imediatamente, pois o campeão de votos já disse, plagiando o Zagallo, que teremos que engoli-lo. Ele está certo, serão quatro anos duros de passar.

      Ao PSDB que com sua estratégia negou o legado do Fernando Henrique, cabe refletir os seus valores, pois eles não herdaram do PT o título de guardiões da ética. Eles são o que sabemos, apenas um partido político com as suas qualidade e todos os seu muitos defeitos. Mesmo sendo formado por alguns bons políticos e administradores, para governar precisam se coligar com seguimentos que antes combateram, por exemplo, o apoio do Quércia em São Paulo foi fundamental para a eleição do Aloysio, seu Senador. Também devem reconhecer que parte da população suportou a expressiva votação do PT em São Paulo e também no sul do país. Logo, eles não possuem salvo-conduto para governar à parte da população. Eles possuem apenas autorização para tomar decisões, mas serão vigiados de perto.

      A estratégia do PT de desconstruir o que o PSDB fez não deu certo. Apesar de terem elegido a Marta em São Paulo, não foi o passeio que supunham, pois ela ficou em segundo lugar assim como o Mercadante, seu candidato a governador, que ficou sem cargo, e o Serra acabou levando a eleição para o segundo turno, já que inicialmente a Marina retirou parte dos votos do PSDB, mas no final, por causa do voto útil, tirou também do PT. Assim, por mais que o PT não queira admitir, a população de São Paulo aprovou o PSDB no governo desde a administração do Mário Covas, e nem adianta o Lula dizer que o Brasil só foi descoberto depois que ele assumiu o governo. O PT deve admitir que recebeu um país em rota de crescimento e com a economia em ordem. Se eles tivessem seguido a recomendação do FHC, feita logo após ter passado a faixa presidencial, que a agenda não era mais a economia e sim a segurança, hoje o resultado seria outro e o Brasil estaria muito melhor. Até nesse episódio o Fernando Henrique nos mostrou que ele era mais que um político, ele foi sim, um estadista.

      Agora que o circo acabou e o embate será feito por apenas dois candidatos com forças equivalentes, e com iguais condições, nos cabe analisar com equilíbrio, não apenas o que eles falam, mas aquilo que é factível, e decidirmos por aquele que melhor representa nossas aspirações.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Churrasco.

   Já vi essa cena inúmeras vezes. Todo atleta de ponta ao ser flagrado na contraprova do exame antidoping culpa o mordomo e jura que irá provar a sua inocência. Depois de alguns meses o comitê a que ele responde o pune de alguma maneira e alguns voltam à ativa e até tornam-se vencedores novamente, outros caem no ostracismo e alguns são banidos do esporte. Ontem foi a vez do Alberto Contador.

      Alberto Contador Velasco é um ciclista espanhol que corre pela equipe Saxo Bank e que nesse ano conquistou pela terceira vez a Volta da França (2007, 2009 e 2010). O tour de France, como também é conhecido é a mais famosa prova do ciclismo mundial. Trata-se de uma competição por equipes disputada geralmente no mês de julho, em diversas etapas que nesse ano foram 20 e totalizou 3.641km. A duração aproximada é de três semanas tendo algumas provas de velocidade e várias outras que ocorrem nos Alpes e nos Pirineus, onde atingem mais de 2.600m de altitude. Ela é famosa pela disputa acirrada e pelo elevado grau de dificuldade. Aos abismais aclives e declives somam-se também as condições irregulares do terreno e ainda os extremos climáticos, o que faz dela uma competição a ser disputada apenas por superatletas. No ciclismo nacional, apenas o Mauro Ribeiro ganhou uma etapa em 1.991.

      É comum ouvir estórias de doping no ciclismo, e não escapa nem mesmo o supercampeão Lance Armstrong, que após passar por cirurgias para combater o câncer nos testículos e no cérebro voltou às competições e venceu a Volta da França por 7 vezes consecutivas, de 1.999 a 2005. Há apenas duas semanas alguns de seus ex-companheiros de equipes o acusavam de utilizar substâncias proibidas que aumentam o tônus muscular.

      Ontem, Contador, que não havia participado do Tour em 2006 por causa de alegação de doping num episódio conhecido como Operación Puerto, disse que se havia alguma substância irregular em seu exame, ela havia sido ingerida na carne que ele comeu antes da última etapa da competição desse ano. Como estou pedalando bastante, quero fazer um churrasco com essa carne.