sábado, 29 de janeiro de 2011

Uma Nova Ordem Mundial.

      Nasci e cresci nos tempos da guerra fria, período em que havia duas superpotências econômicas e militares que polarizavam as demais nações do globo tentando cooptar as indecisas para que adotassem o seu regime político e econômico. A União Soviética liderando o bloco da chamada Cortina de Ferro representando o socialismo e a ditadura militar, e os Estados Unidos estendendo aos ocidentais a democracia e o capitalismo. Entre idas e vindas, tensões e distensões, o bloco Soviético foi desmantelado em 1979 a partir de marteladas no muro de Berlin, aquela monstruosidade criada na segunda grande guerra que dividiu, em duas, a Alemanha. Andando com as próprias pernas ou com as próprias bicicletas, a China, se encontrava mais alinhada, mas não totalmente aderida, ao bloco Soviético, era comunista, com governo militar ditatorial e miserável.

      Muita coisa mudou nos últimos 30 anos, a tensão de uma guerra nuclear foi reduzida, a Rússia, que liderava o império Soviético tornou-se uma quase economia de mercado, já há um arremedo de democracia e não perdeu o status de potência militar e científica, já a China, com uma política centralizada e competente, começou como os japoneses a copiar os produtos estrangeiros e dirigiu a sua indústria à exportação, expondo-se à competitividade e que, suportado pela mão de obra barata e semi-escrava, passou a ser um player mundial como base de inovação tecnológica. Por ter um mercado interno enorme e lançar mão de artifícios comerciais como a manutenção da desvalorização do Yuan, a moeda local, ultrapassou o Japão e passou a ser a segunda maior economia do planeta, e em 15 ou 20 anos deverá atingir o topo, enquanto os Americanos se arrastam para debelar uma crise especulativa que já dura dois anos. Além disso, há dois países emergentes que com população e economia grandes, passam também a influenciar a economia mundial, que são a Índia e o Brasil. O espectro comunista não mais assusta e está mal e porcamente representado pelas falidas Cuba e Coréia do Norte, essa que apesar de se arvorar uma potência militar e quiçá nuclear, ladra e esbraveja se escondendo sob o manto chinês, mas em ambos há na verdade escassez de alimentos.

      Por um momento pareceu que os blocos políticos seriam substituídos por blocos econômicos como a União Européia, o Nafta e, em menor escala, pelo Mercosul, mas esses blocos já demonstram desgaste e uma nova ordem mundial deverá ser imposta. O conjunto dos 8 países mais influentes deverá ser ampliado para um grupo que reúna os 19 países mais ricos mais a União Européia, cujo conjunto é responsável por mais de 90% da economia e por mais de 80% do comércio mundial, mas há pontos de fragilidade: a pobreza, o despotismo, o fanatismo e o próprio capitalismo.

      A partir dos dados acima é simples de se imaginar que dos 192 países reconhecidos pela ONU a esmagadora maioria é pobre ou paupérrima e que não revreterão esse quadro se não for com ajuda direta dos países ricos, ainda mais sabendo que é justamente nessas nações que a questão demográfica é pior. Há duas semanas vimos os Tunisianos pondo fim a uma ditadura de 23 anos, colocando o mandatário para correr, e agora, em situação semelhante se encontra o Egito está se rebelando contra o governo de Mubarak iniciado em 1981. Nesse propósito estão alinhados os jovens que clamam pela democracia e os fundamentalistas muçulmanos criando assim uma mistura explosiva. A igreja católica e as suas variações cristãs, com os seus muitos erros e alguns acertos dominaram o cenário por mais de 2000 anos, mas o recente crescimento do mundo muçulmano com os seus radicais fundamentalistas e aliados a governantes irresponsáveis podem criar um ponto de ruptura entre as sociedades, talvez aqui se encontre a possibilidade de uma guerra de grandes proporções. Recentemente os franceses se rebelaram contra o aumento da idade mínima para a aposentadoria, depois foi a vez dos estudantes ingleses se manifestando violentamente contra o aumento das mensalidades escolares, aparecem os gregos, que semana sim semana não produzem um quebra-quebra contra os ajustes econômicos, e mesmo países que estão social e economicamente em pleno desenvolvimento como a Creia do Sul, constantemente é sacudido por manifestações violentas enfim, é difícil encontrar um ponto de equilíbrio.

      Não há solução fácil, e o tripé economia, educação e religião devem subordinar os sistemas de governo e forças militares a fim de que o futuro possa ser construído com serenidade, segurança e distribuição de riquezas e, principalmente, reencontrando o equilíbrio da sustentabilidade da vida no planeta.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Lei do Cão.

      Tenho assistido a várias reportagens sobre maus-tratos a animais. São cavalos, cães, gatos, aves entre outros que seguidamente aparecem feridos, famintos, quando não, mortos, como ocorreu com um cavalo esquálido há alguns dias em São Carlos e cuja imagem é repetidamente mostrada na televisão. Como moro em apartamento temos em casa apenas uma meia dúzia de peixes marinhos, os quais tratamos muito bem, mas também me chateio com as condições em que são capturados, transportados e comercializados. Há também o outro lado da moeda, há poucos dias uma senhora foi ferida por cães ao tocar a campainha de uma casa, reclamação também recorrente dos carteiros.

                             O nosso Yellow Tang com o Neon Gobi.

      Por volta de 2002 eu resolvi ficar sem carro por um período que durou 2 anos e isso me fez muito bem, mas ter que ir para o trabalho lentamente para não chegar suado atrapalhava e não produzia efeito físico desejado, o que era diferente do retorno para casa, onde eu quase voava, naquela época eu já observava as situações de desrespeito aos animais além de ter sido ameaçado por cães diversas vezes. Hoje mesmo, pedalando para casa após o treino, quase fui atacado por quatro cães soltos na rua, ameaçaram, latiram mas de tão fracos não tiveram ânimo para correr atrás da bike. Além da condição dos animais, naquela época também me incomodava a sujeira feita por eles nas ruas e calçadas. Eu atravessava parte do centro e caminhava por uns 2 ou 3 bairros e o fazia variando o caminho e percebia a nojeira de determinados locais. Eu já conhecia uma senhora que levava diariamente o seu cãozinho de estimação para adubar a grama do jardim de uma casa que, com certeza, não era a dela.

      Essa é uma questão que não tem solução razoável a curto prazo, pois depende unicamente da educação do povo, logo, apenas a punição pode amenizá-la. Ainda que existam a lei ambiental e a municipal que em teoria deveriam proteger os animais e regulamentar a posse dos mesmos, as suas aplicações são risíveis, por isso imaginei algo mais severo que jocosamente chamei de “Lei do Cão”. Seu princípio é simples, todo animal que pode circular nas ruas por seus próprios meios deveria ser cadastrados em um órgão municipal. Esse receberia um chip que contém um número de identidade que seria implantado sob a pele do animal e que poderia ser lido por um dispositivo apropriado de maneira indolor, há muitos desses processos em funcionamento em diversos municípios, aqui, por exemplo, é utilizado para animais de grande porte. O tal número seria associado a um banco de dados que conteria dados do próprio animal e do proprietário. Esse processo seria gratuito e não seria obrigatório, mas todo animal pego nas ruas sem a identificação seria, após 3 dias sem que a sua posse fosse requerida, sacrificado. Caso o animal tivesse a identificação seu proprietário seria avisado e teria a oportunidade de resgatá-lo também em 3 dias. Obviamente quem requeresse a posse pagaria uma razoável multa de, por exemplo, uns cinco mil reais. Não pagou, sacrifica. Acredito que a dor no bolso tornaria a posse mais responsável.

      Sim eu sei que é contraditório ter pena dos bichos e querer sacrificá-los, mas essa ação pode ser feita de maneira profissional com um menor sofrimento, já que não é possível sacrificar os malditos proprietários.

domingo, 16 de janeiro de 2011

Causas e consequências.

      É comum que as profissões técnicas tenham três especializações: o projeto, que é proporcionalmente melhor remunerado, pois é primordial que seja feito, é relativamente fácil de fazer, o ambiente de trabalho é um escritório e a remuneração pode chegar, em alguns casos, a 15% do total a ser investido, mas seu produto não passa de um monte de papel ou de arquivos. A segunda é a instalação, essa é a que produz maior satisfação, pois o resultado aparece, se materializa. Nessa fase é onde os maiores investimentos são feitos e pode-se aqui ganhar um bom dinheiro, e o melhor de tudo, para quem faz bem feito, acabou, vai embora, não tem mais dor de cabeça. O problema reside em reformas, pois essas são sempre mais difíceis de fazer do que algo novo. E a terceira é a manutenção, o patinho feio do processo. É aquela que só é lembrada quando há problemas, e é normalmente a que recebe os menores investimentos, pois, se tudo funciona, é desnecessária, se algo está errado, procura-se o irresponsável que deixou aquilo ocorrer, logo é mal remunerada. Mas existe uma característica importante que distingue os bons dos maus mantenedores, é a capacidade de diferenciar a causa da consequência. E essa é a peculiaridade que aproxima essa profissão, por exemplo, à dos médicos. Ambos analisam algum sintoma, fazem medições e análises, propõem alguma solução e repete-se o ciclo até que se resolva o problema ou decidam que esse não tem mais solução, no caso técnico descarta, no caso médico, enterra.

      Diante das atuais e repetidas catástrofes me vejo diante da mesma pergunta: o que é causa e o que é consequência? Claro, a consequência maior é a morte de tantas pessoas, mas muitas delas foram as que construíram ou habitaram locais impróprios. Há locais que são propícios a esses deslizamentos, então por que são ocupados? No caso das enchentes, os rios invadem as mesmas casas ou estradas que invadiram as suas margens, oras, se as casas ou pistas não estivessem lá o rio encheria e esvaziaria e não haveria problemas. Logo vem os profetas do apocalipse culpar o aquecimento global, porque há 50 anos essas enchentes ou chuvas intensas não ocorriam. Pode ser que sim, ou não. Não sou cientista, mas pelo pouco que sei a terra já passou por diversos períodos de glaciação e de interglaciação, como esse que estamos agora, em são cerca de 10.000 anos de tempo quente e 90.000 anos de períodos frios. Não acredito naqueles que são radicais do sim e tampouco do não, mas entendo que a melhor solução para a maioria dos problemas é a redução da população.

      Os recursos providos pela terra apesar de abundantes são limitados, e com uma população de mais de 6 bilhões de habitantes com projeções de sermos 9 bilhões devem produzir um alerta, pois sobra pouco para cada um e aliado ao uso desmedido o desastre é certo. Com a metade da população projetada haveria mais recursos para cada um, a riqueza per capita seria maior, seria possível prover maior educação o que iria garantir a ocupação mais racional do ambiente evitando tragédias e garantindo maior qualidade de vida. Nos países mais ricos a taxa de fecundidade é baixa ficando aquém da taxa de reposição que é de 2 filhos por casal, mas nos países pobres ou em desenvolvimento a fecundidade é alta e os desastres naturais produzem um número maior de vítimas. O fator comum nesse caso é a educação, ou melhor, a falta dela. Um país onde a educação é priorizada produz riqueza, se desenvolve e cria tecnologia que previne desastre, e o maio exemplo disso é o Japão. Se há um lugar em que ninguém escolheria para morar a não ser para ganhar dinheiro é o Japão. Uma pequena e gelada ilha que é super-habitada, que tem furacão, terremoto, enchente nevasca e sujeita a tsunamis, mas que a cada desastre se mostra cada vez mais capaz de conviver com eles. Além da tecnologia empregada nas soluções preventivas, há o elevado nível educacional que é ao mesmo tempo a sua causa e sua a conseqüência.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

O próximo passo.

      Essa época do ano é especialmente própria para a tomada de decisões, principalmente por jovens que estão concluindo os seus cursos técnicos ou graduações, ou por aqueles que vislumbram melhores oportunidades profissionais. Mas como toda escolha implica em pelo menos uma renúncia, a pergunta vem sempre acompanhada pelo medo: estou fazendo a escolha certa?

      Muitas vezes fui o interlocutor de amigos que estavam nessa situação e, especialmente, por alguns que sempre se preocuparam em desenhar a sua carreira não ficando apenas como observador do tempo esperando que algum milagre viesse do céu e o iluminasse. O lado bom é que de certa maneira me realizo nas decisões corretas, e nem posso dizer que em alguns desses casos houve fracassos, houve sim algumas perdas momentâneas, mas que foram seguidas de ganhos significativos, e o lado ruim é que me sinto mais velho a cada vez que me deparo diante dessa situação.

      Durante a minha carreira eu mesmo me vi nessa situação, se eu desse mais um passo poderia ter muitos ganhos ou muitas perdas, e o que fazer? Em primeiro lugar, conversar sobre o assunto não faz mal a ninguém, mas é importante que se tenha a consciência de que a responsabilidade pela decisão tomada é toda sua, pois opiniões são apenas isso, opiniões, e devem ser consideradas apenas como um ângulo diferente de se observar a mesma situação.

      Deve-se observar se há algum risco físico para você, ou se você o produzirá para outro, caso positivo, abandone essa ideia. Riscos psicológicos sempre existirão, pois, por mais que se acerte, sempre ficará aquela dúvida: e se eu tivesse feito a outra escolha? Tenha essa dúvida até a tomada da decisão, após isso, esqueça a outra possibilidade, a partir de agora ela só irá te atrapalhar, o importante nesse caso é saber se você tem estabilidade psicológica suficiente para aguentar essa pressão, principalmente nos períodos iniciais.

      É importante também fazer o balanço da condição que envolva terceiros. Se eu fizer, ou deixar de fazer isso, qual impacto produzirei na vida das pessoas próximas? Especialmente no caso em que envolve mudanças de localidades e há uma relação de casal ou família estabelecida, a preocupação aumenta. O mais comum nesse caso é que aquele que pode dar maior contribuição financeira tome a decisão e os outros o seguem, a situação fica mais fácil se for com apoio, pois do contrário, os laços podem ser rompidos.

      Muito importante para a mudança de emprego é conhecer a empresa e, principalmente, o ambiente que você vai encontrar. É primordial conhecer o futuro chefe e saber qual é a sua condição de conviver bem com ele. É preferível ter um rendimento reduzido em um local em que você possa adquirir conhecimento e pleitear crescimento naquela ou em outra empresa, a ter um maior ganho financeiro inicial e ficar estagnado pelo resto da vida.

      Agora, se você é jovem, ainda sem uma carreira consolidada, sem perspectivas imediatas de crescimento rápido, sem vínculos consolidados, e observados os itens acima, demorô! Como se dizia em uma gíria recente. Não há motivos para ter dúvidas.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Para ser levado a sério.

      Política, economia, tecnologia, educação e esportes são os meus assuntos preferidos, mas de nenhum gosto tanto quanto falar mal de alguém ou de alguma coisa, e como ainda é cedo, embora eu já tenha motivos, para reclamar do novo governo, quero falar sobre a cerimônia de posse – quanto amadorismo!

      É apenas uma questão de tempo, mas o Brasil fará parte do grupo dos países mais poderosos do planeta sob qualquer aspecto que se queira analisar. Afirmo isso por causa da dimensão, da população numerosa e das extensas riquezas naturais, conjunto que, por si, lhe dará condição de liderar o mundo junto da China, Índia, Rússia, Estados Unidos, Alemanha e Japão. Há anos nosso país pleiteia, com justiça, assento permanente no restritíssimo conselho de segurança da ONU, o que é seguidamente negado sob alegação velada de que não somos potência nuclear, o que é verdade, mas podemos ser potência do chamado soft Power, que é o poder do convencimento utilizado para resolver conflitos, mas para isso devemos, em primeiro lugar, nos darmos o devido respeito, e esse é o ponto.

      A tradição e o cerimonial conferem credibilidade às instituições, como exemplo podemos citar uma missa, uma cerimônia de casamento, uma parada militar, enfim, até mesmo quando se entoa os hinos dos países nos jogos da copa do mundo. Todos reconhecem naquele momento o valor e a credibilidade do momento e dos envolvidos, mas não foi isso que vimos na cerimônia de posse da nossa presidente. Os encarregados de organizá-la não se mostraram à altura da incumbência que lhes foi dedicada.

      Iniciou com o atraso de meia hora, imperdoável quando se tem autoridades, principalmente estrangeiras como convidados. A troca de carros feita na chuva nas proximidades da catedral foi uma cena patética, assessores correndo com guarda-chuvas entre um lado e outro como insetos saindo de um bueiro. Todo mundo sabe que essa é uma época de chuva, e que a possibilidade disso ocorrer é grande, bastava fazer uma estrutura em forma de arco sobre a avenida que tivesse uns 10m de largura e que pudesse receber uma cobertura removível, como plástico transparente. Se tivesse sol, seria retirada em poucos minutos, em caso de chuva protegeria os envolvidos. Sim, é preciso ser gênio para pensar algo desse tipo, reconheço.

      A presidente não pode subir a rampa de entrada do congresso pelo mesmo motivo, mas pelo menos tinham um plano B, no entanto o caminho estava abarrotado de gente, sendo, em sua maioria, nossos congressistas que não deixavam o caminho livre, por si só já seria imperdoável, mas eles se superaram, ficaram em pé no corredor central e à frente dos convidados estrangeiros que estavam sentados nas primeiras filas de cadeiras. Que a presidente quebrasse o protocolo, vá lá, isso faz parte do jogo de cena, mas as grotescas cenas dos puxa-sacos foi ridícula.

      Nos Estados Unidos, a cada cerimônia de assinatura de uma lei importante, o presidente utiliza uma caneta especial, marcada de simbolismo e que nunca mais será utilizada, e na assinatura do termo de posse, momento especial da nossa democracia, a nossa presidente não tinha caneta! O presidente da Câmara, deputado Marco Maia chegou a emprestar uma que foi substituída na última hora pela caneta do presidente do Congresso, senador José Sarney. Mandou a maior autoridade, o real poderoso de Brasília ( e do Maranhão). Horrível!

      Em plena época de florescente tecnologia digital a presidente precisou segurar, com as duas mãos, a pasta com os termos do juramento, o que tomava grande parte da cena. Qualquer diretor de cinema classe E teria colocado um tele-prompter transparente, e a presidente, assim como o vice, fariam o juramento com a mão direita estendida. Todo mundo já viu essa cena antes, até mesmo na formatura da educação infantil existe situação melhor resolvida. Na leitura do discurso foi colocado um caixotinho sobre a mesa para que ela pudesse apoiar as folhas, tudo bem que o caixote estava enfeitado com o brazão da república, mas que cena bizarra!

      Depois de ter ouvido o correto discurso da presidente, que em vários momentos parecia o programa de governo do José Serra, começou a discursar o presidente do congresso, resolvi então assistir a um seriado americano, pois se nem mesmo conseguir fazer decentemente uma reles cerimônia, como pretendemos entrar pela porta da frente na comunidade internacional? Ninguém quer negócios com o “jeitinho brasileiro”. Para assuntos transnacionais precisa-se de seriedade e competência. Espero, sinceramente, que o governo tenha um bom desempenho e que esse momento desastrado tenha sido apenas isso, um momento.

sábado, 1 de janeiro de 2011

O meu 2010.

      Nós precisamos de referências, e algumas datas, como a passagem de ano, têm essa característica. Muitos agradecem, outros pedem, outros tantos alimentam desejos e também analisam o que foi feito, o famoso balanço. Não posso dizer que 2010 tenha sido um ano ruim, posso afirmar que foi até muito bom, claro, nem tanto quanto eu queria, mas até melhor do que eu poderia esperar. Vejamos:

      Tenho uma dor que carregarei por toda a minha vida e mesmo que a situação se reverta, o passado não será apagado. Trata-se da doença do meu filho que, quando eu tiver coragem, escreverei a respeito. Apesar de alguns pequenos avanços continuamos andando em círculos e a boa notícia é que não piorou, e nós, da família, não podemos deixar de viver por esse motivo. Minha mãe, com 71 anos, teve um princípio de enfarte, e se a minha cunhada não tivesse chegado a tempo de socorrê-la, ela não iria comer castanha nesse mês, agora já está recuperada e aprontando as trapalhadas de sempre. Uma semana antes de seu aniversário a minha irmã teve diagnosticado câncer de mama, que por ser inicial e estar contido em uma região relativamente pequena, a cirurgia resolveu. Atenção mulheres para os exames de prevenção. Como já escrevi o diretor do nosso departamento resolveu mudar de vida e saiu da empresa, para mim foi um choque, pois o considero como um pai e apesar de sentir a falta dele, sobrevivi. Teve a eleição para presidente, cujo resultado, apesar de previsível, não era o que eu desejava, e mais do que aceitar o resultado por não ter outra opção, aceito-o por convicções democráticas, pois não creio que haja outro sistema melhor, e o lado bom é que terei muitos motivos para escrever, ainda não o fiz, mas já tive vontade várias vezes...Sinto pela perda de algumas amizades por mudança, segundo um artigo que li no New York Times, o afastamento reduz a ligação em 15% ao ano. Sinto também por aquelas que não conquistei e principalmente por aquelas que não soube manter. E para piorar a situação, nesse ano o São Paulo ganhou apenas a Copa de Futebol júnior.

      Por outro lado, tenho muito a comemorar, falando profissionalmente, em 6 meses projetamos, especificamos, compramos, instalamos e fizemos funcionar a transmissão digital em São Carlos e Araraquara, e nesse mês colocamos o sinal também em Rio Claro e inauguramos o novo centro de exibição também digital, mas o melhor é poder dizer que trabalho com uma maravilhosa equipe em uma excelente empresa, pois além de nos oferecer toda condição de trabalho, de uma ou outra maneira, 90% dos funcionários do departamento tiveram alguma promoção. Além disso, aumentamos o quadro, o que significa incremento na economia e transformação, para melhor, na vida dos recém chegados.

      Também atingi várias marcas pessoais, em 8 dias percorri, de bicicleta e sem apoio, os 538 km do Caminho da Fé, pedalei 1.000 km em setembro, subi o Monte Tamalpais em San Francisco, em novembro fui até Ribeirão Preto em 3:28h sem descer da bike, o que eu havia planejado fazer apenas em janeiro, e percorri em 1:05:51h um circuito que planejei fazer em no máximo 1:06:00, além disso, corri 3 provas de 5 km mesmo sem treinar e cheguei inteiro ao final.

      Como esporte não é lazer, é necessidade, em outubro fui conhecer a NASA em Houston, antigo sonho. Assisti a alguns shows nos Estados Unidos cujo destaque foi o Cirque Du Soleil com o espetáculo Love, em Las Vegas no mês de abril, e no templo sagrado do SPFC, Morumbi, em novembro, assisti ao magnífico Paul MacCartney. E prá quem normalmente não ganha nem frango em rifa de quermesse (nossa, que antigo!) ganhei o bolão da Copa feito na empresa, e em nosso bolão da Mega Sena fizemos uma quina que pagou todos os jogos que fizemos nos últimos anos.

      O melhor de tudo é que nossa família continua unida e crescendo tanto psicológica quanto culturalmente, e esse é o meu orgulho. Mesmo não estando estudando formalmente continuo lendo, criticando, construindo, e agora, escrevendo. Gostei da experiência.

      Costumo dizer que eu não tenho depressão, tenho planos e já tenho alguns para o próximo ano, que segundo a minha assessoria para assuntos “nada a ver” será o ano de Mercúrio, e como tenho um raro caso em meu ascendente astrológico com 5 mercúrios, vou nadar de braçadas. E já começo na primeira segunda-feira às 7 da manhã: 6 meses de treinamento com um técnico em uma academia para trocar uns 2 kilos de gordura por músculos e melhorar meu desempenho em 30%.

      A todos vocês, meus amigos, os meus melhores votos e que todos os seus sonhos se transformem em realidade.