sábado, 30 de janeiro de 2016

Apoio a CPMF

      Provisória sobre Movimentações Financeiras) e eu sou a favor e explico: é um imposto de fácil arrecadação, baixo custo de arrecadação, baixo impacto no índice de inflação, amplia a base de arrecadação e, principalmente, é provisória. Sim, sou a favor, mas deve haver alguma contrapartida, em seguida sugiro uma e no final a do texto segunda. Deve-se diminuir em medida igual outro imposto, por exemplo, o imposto de renda, assim o aumento de arrecadação se dará apenas pela ampliação da base.

       Esse governo incompetente despresou os alertas de que a situação estava saindo do controle e deu no que deu: recessão. O pior é que a solução apresentada é mais-do-mesmo só que em menor volume. Até ignorantes como eu sabem que nosso problema não é falta de crédito, mas de quem quer crédito ou de quem pode pagar por ele. Mas com ideologia retrógrada, arrogância master e base de sustentação corrupta não haverá solução sem dor e muito menos a curto prazo.

      Nos últimos anos a corrupção nos meios públicos se tornou sistêmica e disseminada para ser um projeto de poder, transformando assim juízes em paladinos. Mas isso é pouco. É pouco porque, as condenações do chamado Mensalão foram brandas e as da Lava Jato, apesar da maior amplitude, também serão tímidas. As punições não estão alcançando os mentores, os chefes e nem está sendo caracterizada como quadrilhas e tudo isso é por falta de prova apesar das delações.

      Gosto de filmes de ação, de tribunal e principalmente baseado em fatos reais. Em um deles, o clássico Todos os Homens do Presidente, atribui-se à personagem Deep Throat (Garganta Profunda) a frase “follow the Money” (Siga o Dinheiro) e é o que tem se tentado fazer e isso é necessário mas não suficiente. Como todo filme de gangsters ensina o ideal é pegar a família, não o próprio elemento, pois com essa pressão ele se entrega. Mesmo seguindo o dinheiro os investigadores devem ir atrás das esposas, maridos, filhos, pais e outros agregados próximos, é aí que a verdade irá aparecer.

      Me sinto humilhado em ter que viver essa realidade. Vejo pessoas de bem literalmente se matando em trabalhos voluntários tentando salvar uma infância perdida para o tráfico de drogas e agora até mesmo para um mosquito enquanto poderosos inescrupulosos vilipendiam os cofres públicos em proveito próprio. Somente terei esperanças se o dinheiro roubado for devolvido e essa quadrilha for exemplarmente punida. Se for para isso, até aceito pagar mais imposto.

sábado, 16 de janeiro de 2016

Negócio da China

       Sempre gostei de esportes e desde que me conheço torço para o SPFC. Meu pai se dizia corintiano, mas nunca o vi assistindo a uma partida de futebol profissional ou amador adulto em um estádio. Tenho registro somente de duas partidas da copa de 74 que assistimos juntos na casa de amigos dele pois em casa não tinha TV. Também me lembro que ele ajudou a organizar um time “dente de leite” no bairro do qual eu não participei pois eu ainda era muito pequeno e também não jogava lá essas coisas. Ele tinha quatro irmãos, dois são palmeirenses e dois eram sãopaulinos, esse já faleceram. Vem deles a minha influência.

      Tenho conhecidos que não gostam de esportes, gostam do Bahia (Baea!), eu já não penso assim. Esporte é uma atividade em que se premia o melhor, os demais são perdedores, mas como o ciclo é pequeno, o perdedor de hoje pode ser o vencedor de amanhã. Na semana passada ouvi na rádio CBN que 80% dos jogadores profissionais brasileiros recebem menos de dois salários mínimos e apenas 2% recebem acima de vinte salários mínimos, mas não sei dizer quantos são os milionários do futebol. A maior parte das pessoas acha que os salários milionários são um absurdo, eu não concordo. Eles premiam o talento de quem movimenta uma industria bilionária e que gera milhares de empregos e milhões em impostos. Costumo repetir uma frase que é atribuída a Nelson Rodrigues mas não sei se é mesmo: entre as coisas desimportantes o futebol é a mais importante.

      A politização, o desmando e a roubalheira nas federações e confederações brasileiras acabaram com os bons campeonatos, sufocaram os times e dispersaram nossos melhores atletas. Há tempos temos acesso aos campeonatos europeus, os melhores e mais ricos do mundo: italiano, inglês, alemão e hoje o espanhol, o melhor de todos, além das ligas continentais e mundial, para onde vão os principais talentos e aqueles que estavam em final de carreira exploravam locais menos tradicionais mas que pagavam bem como Holanda, Arábia, Grécia, países do leste europeu, Japão e recentemente a China. Sempre a China. China que se dispôs em 8 anos ser a maior potência do esporte olímpico do mundo para ser o melhor em sua própria casa e pela primeira vez na história os Estados Unidos foram derrotados. Agora eles se voltaram para o futebol e estão contratando bons e jovens jogadores e diversos experientes técnicos. 

      Essa é a oportunidade dos jogadores “fazerem a vida”. Além da nossa desorganização, conta também a desvalorização cambial. No exterior, um bom jogador recebe facilmente USD 250,000 ou seja, cerca de R$ 1.000.000,00 por mês, muito mais do que a média do que se paga no Brasil. Pouco mais de um ano atrás e eles teriam que desembolsar muito mais, mas graças ao nosso glorioso incompetente e corrupto governo a economia desandou, a moeda se desvalorizou e o campeão brasileiro de 2014 e do ano passado se desmancharam. Só estou esperando que eles vendam também o goleiro, que para mim, é o maior responsável pelas últimas conquistas. Já que não dá para termos um campeonato de alto nível e com partidas atraentes, torço para que os adversários fiquem só com o osso. :)

      O nosso baixo nível se generalizou, houve a perda da organização familiar, dos valores pessoais, da educação, do respeito, da segurança, da economia e também dos esportes. Estamos descendo a ladeira e sem um alento, sem uma só sinalização de que colocaremos nossa vida nos trilhos novamente. Uma pena.