domingo, 22 de junho de 2014

As Gordinhas de Ondina - A história que muitos soteropolitanos não conhecem

      Pela primeira vez, há duas semanas, escrevi dois artigos no mesmo dia, um dos quais publiquei hoje. Da mesma maneira, eu nunca havia publicado dois artigos no mesmo dia como estou fazendo hoje. Não se trata de algo factual, mas de oportunidade. Oportunidade que a Nega, que está comigo, me deu, pois ela conduziu as pesquisas.

      A maioria dos turistas e dos próprios soteropolitanos só veem as estátuas da avenida Adhemar de Barros como as ”Gordinhas de Ondina” e que alguns mal educados insistem em pichar.


      Trata-se de uma obra da reconhecida artista plástica baiana Eliana Kertész ( http://www.elianakertesz.com.br ) que inspirada na canção de Moraes Moreira e Fausto Nilo: As meninas do Brasil, retrata a miscigenação. https://www.youtube.com/watch?v=nT8IPG7T9BI 

      Com estátuas de bronze de 3 metros de altura e pesando cerca de 1 tonelada cada, elas representam as três principais raças que deram origem ao povo brasileiro. A Catarina, com feição indígena, está voltada para o interior do Brasil, a Damiana, da raça negra, contempla a África e a Mariana, branca, olha para Portugal, e todas enfeitam a orla de Ondina, próximo à residência do governador do estado.

      Mesmo que as formas volumosas chamem mais a atenção, nunca mais as verei apenas como gordinhas.


Segurança Cibernética

      A segurança cibernética é um caso sério. Não dá para fugir, seremos cada vez mais dependentes do ambiente virtual, e queiramos ou não, nossa vida será vasculhada pelos governos, companhias e toda sorte de pessoas de má fé. Para dizer a verdade, não seremos, já somos.

      Assim como colecionamos documentos: RG, CPF, Reservista, Eleitor, CTPS e Passaporte, também colecionamos cartões: banco, crédito, saúde, odontológico, supermercado, farmácia, posto de combustível, e também colecionamos senhas. E tem de todo tipo: 4 dígitos, 6 dígitos, mínimo de tantos dígitos, letras e números, letras, números e símbolos, pelo menos uma maiúscula, não pode haver certas sequências, não se pode repetir mais que tantos números e assim vai. É preciso um arquivo para os logins e senhas e uma senha para proteger o arquivo. Ainda não tenho tal arquivo, mas considero criá-lo, já me cadastrei em tanta coisa que sempre esqueço alguma senha.

      Resolvi me cadastrar no programa de milhas da Gol e preenchi o formulário. O site me informou que já existe um cadastro com esses dados. Pedi para recuperar o meu login, que nesse caso é um número. Recebi-o com facilidade. Retornei à página e pedi para recuperar a senha. Não tive sucesso. Entrei no chat e conversei com um robot, que me direcionou para um link. Não deu certo. Só fui até um ponto e depois disso o teimoso do computador sempre pede as mesmas informações.

      Até imagino o porquê, é que uso um computador da Apple que tem como default o navegador Safari e nem todos os sites são produzidos e testados com todos os navegadores, assim a página me aparece incompleta e eu não forneço o que, em tese, me é solicitado.

      Tento várias vezes e por caminhos diferentes mas sem sucesso. Resolvo sair da página e aparece um questionário para avaliação do serviço eletrônico com três perguntas.

É a primeira vez que usa o serviço? Sim!
Sua pergunta foi respondida? Não!
Dê a sua avaliação ao serviço, com algumas opções. Extremamente insatisfeito!

Enviar….

! Desculpe, houve um erro ao processar seu pedido

      Assim mesmo. Com um triângulo enorme contendo o ponto de exclamação antes da frase e sem ponto final.

domingo, 8 de junho de 2014

Ser grande e forte já me bastaria

      Faz um mês que mudei de emprego e estou em processo de mudança de cidade. Isso me faz gastar muito tempo em lugares públicos como aeroportos, restaurantes e shoppings centres e nada chama mais a minha atenção do que a falta de educação.

      Ainda não passei por nenhuma situação difícil ou constrangedora, nem mesmo presenciei algo absurdo, a não ser a de um garoto que arrancou uma correntinha do pescoço de uma moça e fugiu de bicicleta no meio do trânsito com manobras que colocou em risco a sua própria vida, mas são muitas as pequenas atitudes que me decepcionam.

      Há o despreparo de muitos profissionais, seja no checkin de hotéis e de companhias aéreas como o de garçons e caixas de restaurantes e de outros estabelecimentos comerciais, porém, vários deles, mesmo que mal treinados, apresentam boa vontade. Mas não dá para aceitar banheiro sujo e demais formas de desrespeito às pessoas.

      Parece aquela estória do ovo e da galinha, quem nasceu primeiro? As empresas simplesmente desrespeitam as pessoas ou o fazem porque não são respeitadas? Isso também não importa, pois como prestadores de serviços deveriam fazê-lo com excelência, mas a atitude de alguns prejudicam a todos. É como o caso dos juros, uma das componentes que os elevam é a incerteza do recebimento, sendo que todos pagam por alguns.

      Vejo que com o acesso fácil à internet a situação piorou, pois basta uma rápida olhada no ambiente que se percebe que ninguém está mais sozinho. A maioria não vê quem está ao lado, mas está avidamente conectada em chats e redes sociais. As pessoas não se olham, não se vêem, pois estão sempre de cabeça baixa olhando para os seus gadgets. Ontem presenciei uma cena em uma praça de alimentação. Em uma mesa com 4 pessoas 3 teclavam e a última ficava com "cara de paisagem”. Não concordo, mas isso não é um problema meu e nem o quero para mim.

      O que me irrita é o sujeito se sentar em uma cadeira, colocar a mala, ou bolsa, ou pacote, enfim, qualquer coisa, em outra cadeira e ainda colocar os pés em uma terceira. Eu já consideraria um absurdo se as pessoas fisicamente saudáveis ocupassem uma só cadeira e não dispusessem desse lugar em favor de pessoas idosas, pessoas com crianças de colo ou ainda, e porque não, a senhoras e moças. Mas não, ocupam várias cadeiras e enterram a cara em um smartphone.

      Em horários de pico em áreas de alimentação é comum ver pessoas com bandejas na mão procurando por lugar para se sentar e ter, ao mesmo tempo, muitas pessoas sentadas com pratos vazios e celulares ocupados. As empresas deverão considerar esse comportamento futuramente, destinando áreas maiores, o que, evidentemente, se refletirá nos preços.

      Despachar bagagem em companhias aéreas é perder tempo duas vezes, tanto no despacho quanto na retirada. Porém há regra para isso, volumes acima de determinados limites (a soma da largura, altura e profundidade não pode ultrapassar 115cm) e peso (5kg) devem ser despachados, e cada pessoa pode transportar consigo apenas 2 volumes, um que atenda à regra acima e outro pessoal, como bolsas femininas e também o mais comum, alguma bolsa para o transporte de computadores. Mas há sempre os que desrespeitam para ganhar tempo. O tempo deles é o importante, o resto que se ajeite. Com a conivência das empresas que não querem desagradar a alguns, levam volumes grandes e pesados, às vezes mais do que dois, e ocupam todos os espaços do bagageiro. Outro dia assisti a uma cena. Um senhor alto, forte e, imagino, educado, pois falava sempre baixo e no mesmo tom, se dirigiu ao seu assento e o bagageiro acima estava lotado. Ele começou a mudar  as malas de bagageiro quando outro passageiro reclamou: 

  • Essas malas são minhas!
  • Pois as coloque no bagageiro sobre a sua poltrona.
  • Não cabe.
  • Não posso fazer nada, mas esse é o meu lugar.

      E acabou aí. Eu nem queria ser educado, ser grande e forte já me bastaria.