Há uma gravação antiga do tempo em que o Jorge Ben Jor só se chamava Jorge Ben, na qual ele diz que "ser simpático é tudo o que se precisa ser para a vida te ser mais simpática", e li nessa semana que simpatia é sinônimo de gentileza, e sobre isso tenho uma estória, simples, mas que merece o registro.
Em pelo menos 200 dias no ano almoço na empresa onde trabalho. É um restaurante pequeno, com pouco mais de 20 lugares nos quais nos revezamos, mas que é organizado, limpo e bonito. As refeições são preparadas diariamente na cozinha ao lado por pessoas de uma empresa especializada nesse tipo de atendimento.
É claro que gosto de comida boa e gostosa, mas não me considero um gourmet. Tenho minhas preferências, não gosto de comida seca, com cheiro de queimado, e não como fígado nem jiló, além do que, sempre brigando com a balança, procuro fazer, quando possível, apenas refeições mais leves, sacrificando, em muitas das vezes, o paladar, mas claro que há ocasiões em que não resisto e me empanturro de tanto comer.
Via de regra considero a refeição que nos servem de ótima qualidade, tanto no que diz respeito à qualidade, variedade e sabor, e por isso, apesar de não manter nenhuma intimidade com as pessoas do restaurante, procuro ser educado e sempre os cumprimento, me despeço e agradeço, além do quê, em minha opinião, eles fazem mais do que o necessário, pois sempre estão inventando moda: é o dia disso, dia daquilo e daquilo outro, e eles preparando refeições especiais. Eu duvido que as pessoas que lá fazem as suas refeições têm em suas casas a mesma quantidade, qualidade e variedade. Podem sim ter outro tipo de tempero, mas apenas isso, e fico indignado, pois há sempre alguns que reclamam.
Eu pedi algumas vezes e eles passaram a nos oferecer, ainda que sem muita frequência, arroz integral, que é o que utilizamos em casa, e na primeira vez que eles o prepararam ficou uma delícia. Eu nunca havia comido um tão gostoso, e quando coisas desse tipo acontecem costumo verbalmente elogiar, e nessa semana, por duas vezes, a variedade e o equilíbrio estavam tão bons que procurei pela Nutricionista responsável pelo serviço e manifestei a minha satisfação, e ela, num gesto de espontaneidade, disse-me: mande um e-mail. Assim o fiz.
Ao voltar para a sala escrevi uma mensagem simples e objetiva, elogiando e agradecendo, e a enviei. Passou-se cerca de um minuto somente e tocou o telefone. Atendi, e era ela, no outro lado da linha chorando e agradecendo pelas palavras. Ora, os papéis haviam se invertido, pois quem deveria agradecer era eu por tudo o que, todos os dias, eles fazem por nós.
Ficou claro para mim a força da gentileza.
ISLAND? Qual é a pronúncia adequada?
Há 4 meses