quarta-feira, 6 de junho de 2012

Deixar Rastros


      Na semana passada trabalhei muito. Não foi a primeira vez e espero que nem seja a última. Fui envolvido em um projeto que já estava em andamento e junto com a equipe fizemos uma operação quase que de guerra para cumprir as metas e finalizar o projeto no tempo necessário. Ao final tudo deu certo e todos nós gostamos do resultado.

      Há muitas áreas de trabalho na engenharia como projeto, manutenção, vendas, instalação entre outras. E é de instalação que eu mais gosto. Para vendas eu não tenho talento nenhum. Não sei me relacionar de maneira agradável o tempo todo e com todo mundo e muito menos jogar com incertezas de quem pode prometer e não conseguir cumprir. Fazer projetos é bom, mas se ele não for realizado não passa de papel. Nessa área se realiza quem pode abstrair e dizer que ele teria ficado muito bom se tivesse sido concluído, o que não me satisfaz. Eu sei fazer manutenção. Tenho uma característica que não sei de onde vem, mas que me faz distinguir instintivamente o que é causa e o que é efeito e isso faz toda a diferença, mas o que me desagrada é que é um serviço muito ingrato, pois você só é lembrado por algo ruim, já que funcionar é obrigação.

      Instalar é outra estória. Você pega um papel cheio de desenhos ou mesmo sem papel nenhum, tem um monte de caixas com muitos equipamentos novos, um local, no mínimo, ajustado, e vai encaixando as peças, encontrando soluções, fazendo testes e pronto. Daquele monte de coisas algo se materializou. Se realizou. Caso ocorra problemas depois do produto ter sido entregue o problema passa a ser da manutenção. E quando isso ocorrer você já estará em outro local fazendo outro sonho se materializar.

      Tenho um amigo que diz que engenheiro tem que deixar rastros, deixar pegadas, e eu concordo. E durante a minha vida profissional pude concluir várias implantações. É claro que em nenhuma dessas trabalhei sozinho, sempre trabalhei com equipes ótimas, cada elemento com a sua característica, cada um com a sua habilidade, e quando se consegue distribuir as tarefas de acordo com as capacidades o serviço simplesmente flui, o resultado aparece e a pegada está impressa.

      A última semana foi de muito cansaço físico, de muito trabalho e poucas horas de sono, aliás, sono havia, não havia como dormir por mais tempo. Também teve algum estresse, pois adaptamos o que já estava em andamento, assim tivemos algum retrabalho, mas isso faz parte dessa atividade e o que importa nesse caso é o resultado. Atingimos o objetivo e deixamos mais uma pegada, mas agora é hora de voltar à rotina e colocar em dia o que deixamos para trás.

Um comentário:

  1. Cesar,

    O reconhecimento pela equipe que você coloca tão bem, mais uma vez mostra que as peças (pessoas) tem que estar em seus lugares para serem encaixadas, afinal, necessitamos uns dos outros a todo momento, uma vez li um texto muito bacana não lembro de quem é agora, que o escritor coloca, que todos nós somos ANJOS de uma ASA só, por isso, precisamos um dos
    outros para poder voar. E é isso que ficou claro pra mim no seu texto.

    Parabéns pelo texto e pelo reconhecimento que você dá a sua equipe.

    Abraços,

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