Talvez seja
a cidade a maior invenção humana, uma maneira simples de se comunicar, de se proteger
e de se sustentar, mas os quesitos organização, eficiência e beleza foram
deixados de lado. Não há como negar a importância econômica, política, cultural
e turística de certos lugares, mas o que determina a arrumação das cidades é o
ganho ou o menor gasto de dinheiro e por isso produzimos esses Frankensteins urbanos.
Nossa
história é pequena se comparada a outros lugares do mundo assim o nosso patrimônio
é de poucas centenas de anos e aqui em São Carlos especificamente, de pouco
mais de 150 anos e nem isso conseguimos conservar. Vejam esse prédio na área
central da cidade, ninguém nota a parte de cima que está mal preservada mas é
possível perceber a sua beleza, ainda que escondida por esse maldito poste e
suas ligações que mais parecem um “gato”. O que chama a atenção é a
descaracterização da parte debaixo por um pequeno aglutinado de comércio
inexpressivo.
Na mesma
rua um pequeno edifício foi recentemente restaurado e teve a sua fachada
preservada, mas na lateral foram instalados dois aparelhos condicionadores de
ar. Oras, não dá para negar a utilidade dos mesmos, mas será que não daria para
escondê-los?
Nesse caso
trata-se de dinheiro privado e o proprietário pode não querer gastar, mas e
quando o patrimônio é público como é o edifício que abriga a câmara municipal e
que homenageia o escritor Euclides da Cunha que morou ali perto e foi o
engenheiro construtor do prédio ao lado que abriga a escola Paulino Carlos? O
Edifício Euclides da Cunha foi restaurado em 1995, mas recentemente fizeram a
porquice de autorizar instalação de alguns condicionadores de ar na fachada,
isso é um atentado ao patrimônio. Quem instalou pensou apenas na facilidade e no
custo, e quem autorizou, bem, não acredito que esse possa pensar em alguma coisa boa.
Além disso há um bom exemplo de como não se deve fazer uma instalação elétrica.
Não
bastassem os problemas culturais, estruturais e políticos, ainda conseguimos
tornar horrível o que já era feio.
Não é um arquiteto, mas tem um olhar apurado, sem dúvida nenhuma.
ResponderExcluirCesar, isso acontece em todo os lugares desse nosso Brasil de meu Deus, como você bem citou.
Infelizmente o brasileiro não preserva sua história, e por isso, acaba repetindo cada vez mais os mesmos erros.
Abraços