O tempo sempre existiu ou é uma invenção dos homens? Havia
contagem do tempo antes do Big Bang? O universo está em expansão e o tempo
possui um sentido estabelecido, do passado para o futuro, mas e se o universo,
a partir de um ponto, começar a encolher até o Big Crunch, o sentido do tempo
mudará? Se mudar, iremos reviver ao contrário? Nasceremos velhos e morreremos
criança?
Parece-me que para o universo tanto faz o sentido de tempo,
tê-lo ou não, não deve fazer diferença, pois somos insignificantes diante da
grandeza do cosmos, mas como uma invenção para ordenar as nossas vidas ele é
extremamente importante. Imagine viver em um mundo onde não existe a contagem
de tempo. Na literatura é possível, mas na vida real seria um transtorno, e
tenho certeza que se ele não existisse alguém o inventaria.
Como já existe ele nos é um bem muito valioso,
principalmente porque não sabemos a duração das nossas vidas, o problema ocorre
quando alguém decide que o tempo dele é mais valioso do que o nosso. Ou não?
Ontem eu tinha um horário marcado com um dentista e cheguei seis
minutos adiantado e fui atendido 46 minutos depois do horário marcado, e com um
detalhe, eu era o primeiro paciente. Tudo bem que durante a espera eu fiquei
lendo e não posso dizer que o tempo foi totalmente desperdiçado, mas naquele
horário eu poderia fazer outras atividades que eu considerasse mais propícias,
já que estabeleço meus horários para a leitura. Nesse caso não escolhi, essa
atividade me foi imposta.
Alguns profissionais da saúde são mestres na arte de
valorizar o seu tempo em detrimento do tempo dos pacientes, nesse caso, literal e necessariamente pacientes. Seguem o raciocínio que
eles não podem perder tempo, mas quem está necessitando de seus préstimos pode.
Para eles tempo é dinheiro, para nós, é só um atestado. Mas eu não quero
atestado, não preciso de atestado, quero o meu tempo para fazer o que eu quiser
e a única coisa que não quero é ser refém da falta de respeito.
O mesmo ocorre nas filas dos bancos, dos cartórios, das
repartições públicas e também no trânsito. E pior ainda para aqueles que
dependem da fila do INSS e do SUS. Eu poderia citar também a fila dos
transplantes, mas considerando que a fila que existe é justa, o problema passa
a ser a capacidade de coleta, que é uma questão de organização, administração e
recursos, e depois, da boa vontade dos doadores.
Quando os problemas são estruturais podemos nos indignar,
exigir e protestar, mas e quando a relação é pessoal entre o profissional e o cliente,
o que devemos fazer? Que atire a primeira pedra quem nunca se enfureceu com coisas
desse tipo.
Isso me fez lembrar aquele exame fajuto anual que os planos médicos exigem. Quando não consegue fazê-lo no local de trabalho, o paciente tem que ir à sede da empresa, onde é orientado a chegar mais cedo "para não ficar na fila" mas o próprio médico chega atrasado. E o exame dura menos que três minutos, rsss...
ResponderExcluirFico imaginando o quanto de tempo perdemos durante a vida com esse tipo de coisa. Sobre o assunto segue link: http://bit.ly/xchoXT .
Abs
Isso aconteceu comigo no ano passado. O pessoal deu ao médico o apelido de Dr Tudo Bem, porque a conversa ocorre assim:
ExcluirE aí, tudo bem?
Sim, tudo bem.
Então tudo bem.
Fim.