sexta-feira, 9 de março de 2012

Tempo Tempo Tempo Tempo.


      O tempo sempre existiu ou é uma invenção dos homens? Havia contagem do tempo antes do Big Bang? O universo está em expansão e o tempo possui um sentido estabelecido, do passado para o futuro, mas e se o universo, a partir de um ponto, começar a encolher até o Big Crunch, o sentido do tempo mudará? Se mudar, iremos reviver ao contrário? Nasceremos velhos e morreremos criança?
Parece-me que para o universo tanto faz o sentido de tempo, tê-lo ou não, não deve fazer diferença, pois somos insignificantes diante da grandeza do cosmos, mas como uma invenção para ordenar as nossas vidas ele é extremamente importante. Imagine viver em um mundo onde não existe a contagem de tempo. Na literatura é possível, mas na vida real seria um transtorno, e tenho certeza que se ele não existisse alguém o inventaria.

      Como já existe ele nos é um bem muito valioso, principalmente porque não sabemos a duração das nossas vidas, o problema ocorre quando alguém decide que o tempo dele é mais valioso do que o nosso. Ou não?

      Ontem eu tinha um horário marcado com um dentista e cheguei seis minutos adiantado e fui atendido 46 minutos depois do horário marcado, e com um detalhe, eu era o primeiro paciente. Tudo bem que durante a espera eu fiquei lendo e não posso dizer que o tempo foi totalmente desperdiçado, mas naquele horário eu poderia fazer outras atividades que eu considerasse mais propícias, já que estabeleço meus horários para a leitura. Nesse caso não escolhi, essa atividade me foi imposta.

      Alguns profissionais da saúde são mestres na arte de valorizar o seu tempo em detrimento do tempo dos pacientes, nesse caso, literal e necessariamente pacientes. Seguem o raciocínio que eles não podem perder tempo, mas quem está necessitando de seus préstimos pode. Para eles tempo é dinheiro, para nós, é só um atestado. Mas eu não quero atestado, não preciso de atestado, quero o meu tempo para fazer o que eu quiser e a única coisa que não quero é ser refém da falta de respeito.

      O mesmo ocorre nas filas dos bancos, dos cartórios, das repartições públicas e também no trânsito. E pior ainda para aqueles que dependem da fila do INSS e do SUS. Eu poderia citar também a fila dos transplantes, mas considerando que a fila que existe é justa, o problema passa a ser a capacidade de coleta, que é uma questão de organização, administração e recursos, e depois, da boa vontade dos doadores.

      Quando os problemas são estruturais podemos nos indignar, exigir e protestar, mas e quando a relação é pessoal entre o profissional e o cliente, o que devemos fazer? Que atire a primeira pedra quem nunca se enfureceu com coisas desse tipo.

2 comentários:

  1. Isso me fez lembrar aquele exame fajuto anual que os planos médicos exigem. Quando não consegue fazê-lo no local de trabalho, o paciente tem que ir à sede da empresa, onde é orientado a chegar mais cedo "para não ficar na fila" mas o próprio médico chega atrasado. E o exame dura menos que três minutos, rsss...
    Fico imaginando o quanto de tempo perdemos durante a vida com esse tipo de coisa. Sobre o assunto segue link: http://bit.ly/xchoXT .
    Abs

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    1. Isso aconteceu comigo no ano passado. O pessoal deu ao médico o apelido de Dr Tudo Bem, porque a conversa ocorre assim:
      E aí, tudo bem?
      Sim, tudo bem.
      Então tudo bem.
      Fim.

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